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Dana se mostra contrário a antidoping surpresa no UFC:"Teria mais maconha que anabolizantes"

Presidente do UFC vê exagero nas penas dadas em caso de uso de drogas "sociais" - UFC/Divulgação
Presidente do UFC vê exagero nas penas dadas em caso de uso de drogas "sociais" Imagem: UFC/Divulgação

Jorge Corrêa e Maurício Dehò

Do UOL, em Las Vegas (EUA) e São Paulo

28/12/2012 16h00

Quando se fala em doping, o debate é sempre polêmico em torno das punições em relação a esteroides em contraposição às de drogas sociais como a maconha. No UFC, não é diferente. O presidente da organização, Dana White, abordou o assunto antes do UFC 155 em Las Vegas, e confirmou uma posição já vista depois da edição realizada no Rio, em outubro, de aplicar penas diferentes para cada situação.

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Em outubro, Stephan Bonnar e Dave Herman - vítimas de Anderson Silva e Minotauro, respectivamente - foram pegos em exames antidoping. Segundo explicou ao UOL Esporte Márcio Tannure, médico do UFC no Brasil, as penas aplicadas a eles já obedeceram a uma nova forma de encarar o uso de drogas sociais como a maconha, que na teoria não trazem benefício no âmbito esportivo. Na ocasião, Bonnar fez uso de esteróide e foi suspenso por um ano; Herman fica fora por seis meses por usar maconha.

Para Dana White, quem derrapa por usar maconha, como aconteceu com Nick Diaz, por exemplo, acaba sofrendo mais do que deveria, caso tomasse um anabolizante para melhorar sua performance.

“Não acho que as penas devem ser as mesmas entre quem usa maconha e quem burla as regras com esteroides”, afirmou o cartola. Veja Diaz, o quanto tempo ele ficou fora. O sistema está errado”, disse ele. “Eu não fumo maconha. É ilegal e você não deve fazer isso. Mas os caras tomam a mesma suspensão que quem usa esteroide. É maluquice.”

No caso do Brasil, o UFC pôde impor sua própria pena, já que o UFC Rio não teve vínculo com Comissões Atléticas, órgãos que regulam o esporte em cada estado nos EUA. Cada comissão trata de um jeito e aplica um tipo de punição, de acordo com o caso em questão, o que gerou as críticas de White.

Apesar de coibir os esteroides e dizer que o UFC é um dos eventos mais controlados pelo governo norte-americano, Dana White se mostra contrário a uma intervenção maior, com testes surpresa. Esse tipo de abordagem escolhe atletas aleatoriamente, mesmo fora dos períodos de treino e luta.

O grande problema, segundo o dirigente, é que testes surpresa não apenas aumentariam o número de atletas pegos com esteroides, mas geraria um “boom” de flagras por drogas sociais.

“Quando você testa aleatoriamente, imagina quantos caras seriam pegos por maconha? Seria enorme. Se você vai pegar caras, você vai achar outras drogas, como cocaína, maconha. E as comissões suspendem caras por até um ano. O cara perde seu trabalho, seu sustento, por um ano”, defende Dana White, que ainda disparou contra os críticos e afirmou que o UFC é mais fiscalizado que outras modalidades nos EUA, como o beisebol e o futebol americano.