Mundial tem Brasil em 'xeque', 1º recorde após supermaiôs e Lochte x Phelps

Os dois primeiros recordes mundiais estabelecidos após o fim da era dos supermaiôs. Um duelo de gigantes entre os norte-americanos Ryan Lochte e Michael Phelps. Musas e musos nas águas. E o Brasil em quarto lugar no quadro de medalhas do Mundial de Esportes Aquáticos de Xangai – o melhor desempenho da história do país. No entanto, a participação verde-amarela ficou em ‘xeque’ com burburinhos fora das piscinas.

Foram quatro ouros e o quarto lugar no quadro de medalhas, atrás apenas de Estados Unidos, China e Rússia, respectivamente. “Acho que o Brasil não tem muitos esportes que tenham obtido quatro medalhas de ouro em um único Campeonato Mundial oficial. Foi a melhor participação qualitativa do país em um esporte que aumentou muito o número de nações brigando pelo pódio”, analisou o superintendente técnico da CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos), Ricardo de Moura.

No entanto, a campanha brasileira também foi marcada por polêmicas fora da piscina. Responsável por 50% do desempenho nacional, Cesar Cielo correu o risco de não nadar o Mundial de Xangai. Ele viu a pior crise de sua carreira de estender por 20 dias – testou positivo para a furosemida e encarou processo de doping. Mas acabou apenas advertido pela CAS (Corte Arbitral do Esporte) e ficou livre para nadar.

Dentro da água, provou que é o maior velocista do mundo e que superou o episódio. Em sua primeira prova na China, Cielo levou o ouro nos 50 m borboleta (23s10). A vitória do brasileiro provocou protestos e manifestações negativas. Ele ainda viu a Fina criticar seguidas vezes a decisão em última instância da CAS. Mas nada o abalou. O paulista de Santa Bárbara D’Oeste fez boa prova na defesa do título mundial dos 100 m livre e acabou fora do pódio por apenas um centésimo (48s01).

SAIBA MAIS SOBRE AS PROVAS QUE DERAM OURO AO BRASIL NO MUNDIAL DE XANGAI

	Ana Marcela Cunha conquista ouro inédito para o Brasil no Mundial de natação
	Cielo é campeão mundial dos 50 m borboleta e chora em primeira final após doping
	Felipe França conquista o ouro nos 50 m peito no Mundial de Xangai
	Cielo conquista a medalha de ouro nos 50m livre em Xangai

Em sua melhor prova, ‘salvou’ o Brasil ao conquistar a única medalha em distâncias olímpicas. Com 21s52, Cesar Cielo sobrou e conquistou o bicampeonato mundial nos 50 m livre. “Espero que este seja um grande momento para todo mundo e para a natação também. Sair daqui com quatro medalhas de ouro, junto com a da Ana Marcela e do Felipe França, é uma campanha melhor que a de Roma. Pessoalmente, eu queria muito vir para cá, disputando as três medalhas. Consegui duas de ouro e elas estão com um peso maior que todas as outras da minha coleção”, disse o nadador.

Felipe França não esteve envolvido em caso de doping e nada do gênero. Mas também virou assunto fora das piscinas. Ele cravou os 27s01 na final dos 50 m peito e também sagrou-se campeão. No entanto, um site norte-americano contestou o movimento final e acusou o brasileiro de usar manobra ilegal na prova. A ‘golfinhada’ só é permitida após a saída e as viradas. França teria usado o recurso na chegada.

Somente o primeiro ouro brasileiro foi obtido sem contestação. Ana Marcela Cunha venceu os 25 km da maratona aquática e é a primeira mulher do país a ser subir ao lugar mais alto do pódio em Mundiais. O único ‘problema’ é que, assim como os 50 m borboleta e os 50 m peito, a distância também não faz parte do calendário olímpico. Para Londres-2012, foi Poliana Okimoto que obteve o resultado mais expressivo. Ela terminou os 10 km em sexto e garantiu vaga nos Jogos Olímpicos.

CONFIRA AS POLÊMICAS QUE ENVOLVERAM OS BRASILEIROS NESTE MUNDIAL

Queniano Jason Dunfordfaz gesto negativo após a vitória de Cielo nos 50 m borboleta. Depois, ele nega ataque pessoal ao brasileiro e reclama do 'sistema da natação'	Felipe França pode ter conquistado o ouro uma ?ajudinha? ilegal. Segundo site norte-americano, o brasileiro descumpriu a regra na final dos 50 m peito ao fazer um movimento de pernas proibido
O diretor-executivo da Fina (Federação Internacional de Natação), Cornel Masculescu, ainda não superou a ?derrota? da entidade no tribunal no caso de doping de Cesar Cielo. O cartola criticou a política mundial contra o doping e comparou o julgamento do nadador brasileiro a uma corte civil: ?com um bom advogado, escapa?. Leia mais	Um site norte-americano acusou Felipe França de ter dado uma pernada de golfinho no impulso final dos 50m peito. Especialistas no estilo divergem sobre a ação do atleta, mas concordam no desfecho final: não existe recurso capaz de tirar a medalha dele. Eduardo Fischer até fez uma comparação da ?golfinhada? com a mão usada por Maradona na Copa do Mundo de 1986. Saiba mais

OS ÚNICOS RECORDES MUNDIAIS APÓS O FIM DA ERA DOS SUPERMAIÔS

	Lochte quebra 1º recorde mundial após era dos supermaiôs e leva o ouro nos 200 m medley
	Chinês Sun Yang quebra recorde mundial nos 1.500m no Mundial de Xangai

NORTE-AMERICANOS TRAVAM DUELO PESSOAL E LOCHTE VENCE PHELPS

Ryan Lochte já foi a sensação da natação em 2010. Mas o nadador de 26 anos queria provar que pode ser o número 1 de seu país. Para isso, teria que vencer Michael Phelps - o maior fenômeno recente da modalidade. E Lochte conseguiu. Nos dois duelos diretos (200 m livre e 200 m medley), ele superou o amigo e rival e ficou com o ouro. Lochte sobrou em outras provas e se despediu com cinco ouros. Saiba mais

Michael Phelps foi decisivo para o ouro dos Estados Unidos no revezamento 4x100 m medley neste domingo. E com essa atuação e a conquista da 33ª medalha (sendo 26 ouros), ele se despede de Mundiais. O norte-americano anunciou o adeus a esse tipo de torneio pelo Twitter. Agora, a expectativa sobre sua aposentadoria também aumentou: ele deve parar de nadar após as Olimpíadas de Londres-2012. Leia mais

ÁLBUNS DE FOTOS QUE MARCARAM O MUNDIAL DE ESPORTES AQUÁTICOS

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