Vocês vão ter que me engolir

É tetra! Brasil comemora 25 anos do título que quebrou paradigmas e consagrou uma geração

Diego Salgado, Gabriel Carneiro e Vanderlei Lima Do UOL, em São Paulo Arte/UOL

Antes que vocês digam que os repórteres do UOL estão loucos por associarem uma frase de 1997 ao tetracampeonato mundial da seleção brasileira, conquistado três anos antes, uma revelação: o recado de Zagallo havia sido falado pela primeira vez antes da final da Copa do Mundo de 1994 e repetida aos críticos em transmissão na TV depois do título da Copa América. Tiveram que engolir o Velho Lobo duas vezes.

A primeira é mais marcante. Quem viveu aquele período da Copa do Mundo costuma ter na ponta da língua onde estava e como viu a final contra a Itália. E quem não viveu tem agora uma boa chance de revisitar a história: o tetra faz 25 anos hoje (17).

O título consagrou uma geração de grandes nomes, como Taffarel, Dunga, Bebeto e Romário. Representou uma espécie de salvação do futebol brasileiro, que chegou aos Estados Unidos vivendo um jejum de cinco Copas e enfrentou na final a Itália, outra tricampeã. Foi um tira-teima, e o já conhecido "País do Futebol" conseguiu manter a fama de País do Futebol.

Deu experiência a quem bateria na trave em 1998 e depois ergueria o penta em 2002. Mudou o astral do país. Deixou lições sobre tática e comportamento. Opôs os "atletas de Cristo" e a "turma do fundão". Quebrou paradigmas. E fez a crítica engolir, é claro.

Mathias Pape/UOL
Cesar Itiberê/Folhapress

História por trás da frase de Zagallo

Zagallo já tinha planos para o dia 17 de julho de 1994. Ele acordaria às 7h, faria a barba em seguida. Depois, tomaria um café ao lado de alguns integrantes da comissão técnica da seleção brasileira. Mais tarde, comemoraria o tetracampeonato mundial no gramado do Rose Bowl, em Los Angeles.

Pois Zagallo, auxiliar do técnico Parreira no time, cumpriu exatamente essa agenda programada na véspera da final contra a Itália. Com a habitual confiança, o Velho Lobo disse com todas as letras, como se fosse uma premonição: "O fato é que estou ganhando um título de novo. Vão ter que me engolir."

Na entrevista à Folha de S. Paulo, publicada no dia da decisão, Zagallo criou a frase que ficou famosa dali a três anos. E não se acanhou em relembrar os feitos obtidos como jogador e técnico da seleção.

"Sou o primeiro cara do mundo a ficar entre os quatro primeiros do mundo em cinco Copas. A chegar a quatro finais. Se ninguém faz, eu faço a minha propaganda. É um recorde, é inédito. Vão ter que me engolir", reiterou.

Zagallo mostrou a leveza com que encarou o reencontro com os italianos. Em vez dos 4 a 1 de 1970, quando era o técnico do Brasil, ele pediu uma vitória magra por 1 a 0. E com gol de mão.

Como estava o Brasil em 1994

Jean-Loup Gautreau/AFP

País desolado

Maior ídolo esportivo do país, o piloto Ayrton Senna morreu aos 34 anos, em 1º de maio de 1994. Foi uma comoção nacional, com velório que durou 22 horas, teve presença de 300 mil pessoas e enterro transmitido ao vivo pela TV. A seleção brasileira começou a disputar a Copa só 50 dias depois, com o país ainda em luto. Além disso, também compôs o cenário um momento de mudanças na economia, com troca de moeda, queda da taxa de inflação e estabilização. Era um país que precisava mudar o astral.

Antônio Gaudério/Folhapress

Seleção criticada

A derrota na Copa de 1990 foi um choque de realidade: havia futebol mais eficiente e bonito fora do Brasil. Para resgatar a arte, o ex-jogador Falcão foi contratado como técnico em 1990. Durou pouco. Em outubro de 1991 assumiu Parreira, que comandou um duro processo nas Eliminatórias ao convocar 70 jogadores e só definir a classificação na última rodada. O técnico cedeu à pressão popular e voltou a convocar Romário depois de quase um ano no limbo por conta da cobrança de uma vaga como titular.

Desde quando cheguei, eu já tinha certeza de que seria um jogo que marcaria minha história na seleção brasileira. Até porque eu já estava afastado há um ou dois anos, enfim, o que eu fiz eu tinha certeza que iria fazer

Romário, Sobre a partida contra o Uruguai que marcou sua volta à seleção

AP AP

Impossível esquecer

  • Copa marcada por cortes

    O quarteto de zagueiros anunciado por Parreira no dia 10 de maio de 1994 tinha Ricardo Gomes, Ricardo Rocha, Mozer e Márcio Santos - os dois primeiros eram titulares. Em pouco mais de um mês, porém, tudo mudou. Mozer foi cortado após ser diagnosticado com hepatite. Ricardo Gomes sofreu uma lesão muscular na coxa direita no último amistoso da seleção, a oito dias da estreia na Copa. Para as vagas, Aldair e Ronaldão, respectivamente, foram chamados. Haveria um outro problema: Ricardo Rocha teve uma lesão muscular no primeiro jogo do Mundial, contra a Rússia. Não foi cortado, mas não atuou em nenhuma das sete partidas. Por isso, a zaga titular do Brasil foi composta por Márcio Santos e Aldair.

    Imagem: Divulgação/CBF
  • Agressão quase pôs tudo a perder

    Parecia um pesadelo: o comedido Leonardo desferia uma forte cotovelada no rosto de Tab Ramos. Em segundos, o lateral-esquerdo estava expulso de campo numa partida complicada para o Brasil, contra os Estados Unidos, marcada por um empate por 0 a 0 no primeiro tempo. A solução de Parreira foi colocar Cafu na vaga de Zinho improvisado no lado esquerdo. No jogo seguinte, Branco, recuperado de lesão, atuou como titular - e decidiu contra a Holanda. Vinte anos depois, Leonardo disse que a intenção não era acertar o rosto do jogador dos Estados Unidos. "Eu pensei em fazer um gesto para pegar no braço dele", explicou.

    Imagem: Associated Press
  • Embalando o bebê

    A cena icônica marcou o duelo com a Holanda: Bebeto, ao lado de Mazinho e Romário, embalou o filho Mattheus, que havia nascido dois dias antes no Rio de Janeiro. Foi o que o atacante pôde fazer para celebrar o nascimento do segundo filho. Embora fosse um assunto pessoal, a chegada de Mattheus mexeu com o grupo da seleção. Tanto que o camisa 7 logo ganhou a companhia dos companheiros na comemoração. "Foi um momento especial e marcante. Isso marcou a gente pra caramba", contou Bebeto.

    Imagem: Antônio Gaudério/Folha Imagem
  • Voo da muamba

    Com o dever cumprido, a seleção brasileira foi às compras em Los Angeles antes de voltar ao Brasil. Houve, digamos, um certo exagero. Para se ter uma ideia, o avião da delegação saiu do Brasil com 3,4 toneladas de bagagem e voltou com 14,4t, segundo dados oficiais. Ao pousar no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, atletas, integrantes da comissão técnica e dirigentes conseguiram se livrar da alfândega graças a um pedido pessoal de Ricardo Teixeira, então presidente da CBF. O assunto, porém, não morreu ali. Com uma crise instalada, o voo da muamba culminou na demissão do secretário da Receita Federal Osíris Lopes Filho.

    Imagem: Pisco del Gaiso/Folhapress
Neal Simpson/EMPICS via Getty Images Neal Simpson/EMPICS via Getty Images

Troca de olhares: Romário na marca da cal

Parreira precisava pensar com rapidez tão logo o árbitro húngaro Sandor Puhl apitou o fim do segundo tempo da prorrogação. Depois de longos 120 minutos, caberia ao técnico decidir os cinco atletas brasileiros que iriam cobrar os pênaltis na final da Copa do Mundo. Àquela altura, Parreira já havia perdido dois jogadores que estariam na lista: Zinho, substituído por Viola, e Raí, que nem entrou em campo.

Era certo que o zagueiro Márcio Santos abriria a decisão do lado brasileiro. E que Bebeto bateria o quinto pênalti. Mas faltavam três nomes. Parreira logo escolheu os experientes Branco e Dunga. A última escolha aconteceu depois de uma troca de olhares entre ele e Romário, que havia treinado muito pouco o fundamento nos dias que antecederam a final.

O camisa 11 estava sentado no gramado e, ao fitar Parreira, levantou timidamente o dedo e balançou a cabeça. Ele seria um dos cobradores. O artilheiro do time foi frio e, como frisou o treinador, corajoso. O chute - o segundo do Brasil, que perdera o primeiro - triscou a trave antes de entrar. Romário terminava, assim, de cumprir o seu importante papel naquele Mundial: "Fui eu que pedi, sim, porque na verdade eu nunca tinha treinado pênalti, principalmente na seleção brasileira, até porque eu esperava não chegar aos pênaltis. Como chegou, eu tinha por obrigação de ser um dos caras que teria que cobrar."

Antônio Gaudério/Folhapress Antônio Gaudério/Folhapress

Parreira: "Romário não estava na lista, treinou pouco pênalti"

Os jogos contra os Estados Unidos e a Suécia foram sofridos, mas eles não tiveram chances. Contra a Holanda foi o mais emocionante. Já o mais difícil foi o da Itália, claro. Foi um jogo de xadrez, né. Meu amigo, não foi um jogo qualquer. É uma final de Copa do Mundo que o Brasil não ganhava havia 24 anos.

O time da Itália era muito bom, tinha Baresi, Maldini, Baggio, Donadoni. Havia muito respeito dos dois lados, todos os dois sabiam que eram dois tricampeões do mundo em campo, eram dois pesos pesados, com muita camisa, com muita história, com muita tradição. O Brasil não podia errar. Se errasse, seria igual ao golpe de xadrez, tomaria um xeque-mate.

Nos pênaltis, a minha preocupação naqueles dez minutos do intervalo era compor a lista. Na verdade, era recompor, porque da lista inicial ficaram Márcio Santos e Bebeto. Eram o primeiro e o último a cobrar. Dunga e o Branco acabaram entrando na lista depois.

O Romário não estava na lista, ele treinou muito pouco pênalti. A gente treinava bastante pênalti, mas o Romário não gostava de cobrar e tal. Na hora, ali, eu me lembro que ele estava sentado. A gente estava procurando mais um para bater, e o meu olhar cruzou com o dele. Aquele olhar de 'vai, né?'. E ele levantou o dedinho e balançou a cabeça, dizendo: 'vou'.

Isso é coragem. Era uma final de Copa do Mundo. A gente acreditou sempre. Quando você trabalha como nós trabalhamos e enfrenta o que nós enfrentamos, tem uma coisa que se chama merecimento. Então, você vai ganhar pelo merecimento. E foi isso que aconteceu.

Chris Cole/Allsport

Taffarel foi para "roleta" dos pênaltis só na intuição

Taffarel não era unanimidade antes da Copa do Mundo de 1994. Suas primeiras convocações rolaram seis anos antes, quando ele foi destaque nas Olimpíadas de Seul, e passaram pela titularidade na Copa de 90. O espaço diminuiu a partir do ano seguinte, porque ele jogava pouco pelo Parma, da Itália. Em 1993, o goleiro teve falhas, ganhou o apelido de "Frangarel", eternizado pelo colunista José Simão, e até perdeu a posição para Zetti.

Foi aí que tudo mudou: se transferiu para o modesto Reggiana, que brigava contra o rebaixamento no Campeonato Italiano, e teve boas atuações na campanha de salvação. Voltou a ser titular da seleção. Até que na decisão por pênaltis da final da Copa do Mundo foi coroado e entrou para a história ao defender a cobrança de Daniele Massaro e deixar sua marca no tetra após o erro de Roberto Baggio.

Por atuar no futebol italiano, Taffarel não teve um estudo específico de cobranças de pênalti com o preparador de goleiros da seleção, Wendell Lucena Ramalho. Foi na intuição. O goleiro defendia na época, anos antes de se tornar preparador da seleção, que decisão de pênaltis é "uma roleta, sorte pura, não adianta o goleiro treinar muito".

Eu e o Taffarel já vínhamos conversando há muito tempo. Nos treinamentos, sempre sobrava um tempinho para bater uns pênaltis. Ele já conhecia os batedores, então foi uma coisa normal, não teve desespero. O Taffa me deixou tão à vontade que nem se fazia necessário eu fazer o estudo daquele jogador que bate naquele canto ou no outro, entendeu?

Wendell Ramalho, Preparador de goleiros da seleção nas Copas de 1994, 1998, 2006 e 2010

O Taffarel é uma figura maravilhosa, sempre tive confiança total nele. Você lembra que na Copa de 1998 também foi para os pênaltis a decisão da semifinal contra a Holanda? Nós vencemos, o Taffa pegou dois pênaltis e lá, sim, eu passei um bilhetinho para ele. Ali teve minha participação, também estudando como pegava o goleiro da Holanda

Sobre os estudos de pênaltis

Shaun Botterill/Allsport/Getty Images Shaun Botterill/Allsport/Getty Images

A ordem era beber água

A final entre Brasil e Itália começou às 12h30 (de Los Angeles). A Fifa, na ocasião, deu preferência à Europa - a partida foi disputada no horário nobre, a partir das 21h30 (no Brasil, 16h30).

Por isso, brasileiros e italianos tiveram de suportar 120 minutos de jogo, sob um sol escaldante de quase 30ºC. Não era exatamente uma novidade naquela Copa, mas o Brasil, pela primeira vez, teve de jogar uma prorrogação. Apesar das dificuldades, o preparador físico Moraci Sant'Anna se manteve tranquilo no banco de reservas, pois treinos específicos ajudariam a seleção a suportar o desafio. E eles haviam começado já na Granja Comary, em Teresópolis, ainda em maio.

Nos Estados Unidos, na segunda parte da preparação, o Brasil passou a treinar nos mesmos horários dos jogos. Além disso, houve uma determinação de beber muita água durante o Mundial, algo crucial no clima seco da Califórnia, onde aconteceram a maioria dos jogos e a final. "Houve uma aclimatação, a gente se preocupou com isso e também instruímos bastante os jogadores na questão da hidratação. Quanto mais se hidratava, melhor terminava o jogo", disse Moraci.

A trajetória rumo ao Tetra

Atletas de Cristo x Turma do Fundão

Uma das características marcantes da seleção do Tetra era a união dos jogadores - ela ficou evidente a partir de agosto de 1993, quando o time subiu ao gramado do Estádio do Arruda, em Recife, de mãos dadas. Mas, apesar da imagem, havia microgrupos no time brasileiro. O maior era composto pela "Turma do Fundão". O segundo, pelos "Atletas de Cristo".

O primeiro grupo incluía jogadores como Romário, Ricardo Rocha, Branco e Dunga. O outro continha Müller, Jorginho e Paulo Sérgio, entre outros. O segundo, inclusive, fazia reuniões durante as concentrações da seleção.

No ônibus, os integrantes também sentavam próximos uns aos outros. Os membros da comissão técnica ocupavam os primeiros assentos. Em seguida, vinham os Atletas de Cristo. No fundo, o grupo de Romário.

Mas, para decisões importantes, as alas falavam a mesma língua. Juntos, eles decidiram "limpar" a concentração, a fim de evitar a presença de pessoas alheias ao objetivo principal, como acontecera no Mundial de 1990.

Até uma caixinha foi criada. O atleta que cometesse alguma indisciplina, como atrasos, teria de pagar uma quantia em dinheiro. O valor arrecadado seria doado a uma instituição de caridade ao fim da Copa. A caixinha, no entanto, ficou vazia, pois não houve qualquer deslize.

Diz aí, Zagallo, o que cê vai fazer...

Toda vez que eu chego em casa
a barata da vizinha tá na minha cama

Diz aí, Luis Fernando, o que cê vai fazer
- Eu vou comprar um chicote pra me defender

Ele vai dar uma chicotada na barata dela..."

Em atividade há 30 anos, o grupo Só Pra Contrariar lançou seu primeiro disco de estúdio em 1993. Foi um sucesso, com quase 1 milhão de cópias vendidas. Alguns dos hits inesquecíveis são "Que se chama amor", "Domingo" e... "A Barata". Este último, um pagode de duplo sentido e com letra que permite ser cantada eternamente, foi um fator importante de união e descontração para os jogadores da seleção durante a Copa do Mundo de 1994. Mais ou menos como foram "A Festa", de Ivete Sangalo, e "Deixa a Vida Me Levar", de Zeca Pagodinho, em 2002. Era o som do ônibus, da concentração e do vestiário.

"Cada um tinha uma batucada. Eles diziam: 'e aí, Zagallo, o que você vai fazer?', e na hora cada um inventava alguma coisa", diverte-se Parreira. Era uma demonstração de bom ambiente da seleção.

Embalada pelo samba da barata, a seleção brasileira ainda eternizou outra música na Copa: "Coração Verde e Amarelo", composta por Tavito e Aldir Blanc. A melodia foi criada em 1991 por Luiz Otávio de Melo Carvalho, o Tavito, para embalar os jogos do Mundial sub-20 disputado em Portugal. Depois é que virou prefixo de transmissões de jogos da seleção brasileira na TV Globo. Já a letra foi composta por Blanc após a classificação para a Copa do Mundo de 94, amplamente divulgada na programação da emissora.

O jingle marcou tanto durante o Mundial que até hoje está presente nas transmissões e ganhou variações ao longo do tempo. Mas o básico todo mundo lembra, né? "Eu sei que vou/Vou do jeito que eu sei/De gol em gol/Com direito a replay/Eu sei que vou/Com o coração batendo a mil/É taça na raça, Brasil!".

Tavito morreu em fevereiro deste ano, aos 71 anos, antes de celebrar os 25 anos do Tetra.

Futebol pragmático também ganha

Até 1994 considerava-se que o jogador brasileiro preferia atacar a marcar, estava sempre exposto a contra-ataques e tinha dificuldades contra grandes jogadores, como foi com Maradona na Copa de 1990. Foi por isso que durante o ciclo até a final do Mundial nos Estados Unidos a formação com um volante e três meias virou um time (bem) mais cauteloso, dando lugar a três volantes e um meia criativo. Isso gerou fortes críticas antes, durante e após a Copa. A seleção abraçou o pragmatismo e a busca pelo resultado.

Os críticos tiveram que engolir que o futebol pragmático também podia ser vencedor e bordar na camisa da seleção a mesmíssima estrela que o futebol-total de 1958, 62 e 70. Foi o encerramento de um jejum de 24 anos e cinco Copas consecutivas que resgatou a confiança do torcedor brasileiro e aumentou a tolerância com um estilo de jogo que seria revisitado várias vezes nos anos seguintes. Inclusive quando o capitão daquele título, que ergueu a taça gritando palavrão, virou treinador da seleção anos depois.

O que as pessoas não entendem no Brasil é que a fantasia, a magia, o sonho e o show acabaram no futebol. Agora, o importante é ser competente

Carlos Alberto Parreira, em entrevista durante a Copa do Mundo de 1994

Lucas Figueiredo/CBF

Geração por perto

Vinte e cinco anos depois, resquícios do tetracampeonato mundial seguem vivos na seleção. Taffarel, por exemplo, é preparador de goleiros do atual time brasileiro. Desde a conquista histórica de 1994, apenas a era Mano Menezes não teve a participação de um campeão do Mundial dos Estados Unidos.

Em Copas do Mundo, entretanto, sempre um representante do Tetra esteve no grupo. Após o título, Parreira deu lugar a Zagallo no comando técnico da equipe. Em campo, Ronaldo e Cafu mantiveram a escrita até a Copa de 2006, que marcou a volta de Parreira ao cargo de treinador.

A derrota para a França na Alemanha deu início ao período em que Dunga dirigiu a seleção até o Mundial da África do Sul. Quatro anos depois, Parreira esteve ao lado de Felipão no banco de reservas. O goleiro reserva Gilmar Rinaldi, por sua vez, ocupou o cargo de coordenador de seleções durante a segunda passagem de Dunga pela seleção (2014-2016).

Mais histórias do Tetra

Pisco Del Gaiso/Folhapress

Parreira blindado

Em agosto de 1993, circulava um boato de que o técnico Carlos Alberto Parreira pediria demissão, até que um grupo de líderes formado por Bebeto, Dunga, Raí e Ricardo Rocha interpelou o treinador e fez um pacto pela redenção.

Ler mais
Pisco Del Gaiso/Folha Imagem

Só entra "Caras"

Para evitar oba-oba, a seleção decidiu se fechar para empresários, representantes de parceiros e até familiares. Jornais foram vetados. O único veículo de comunicação permitido era a "Caras", revista de celebridades.

Ler mais
Reprodução

"Acabou, acabou"

Galvão Bueno foi a voz do tetra na TV Globo. Mas poucos sabem que aquele momento quase não aconteceu, porque dois anos antes o narrador tinha pedido demissão da emissora para viver outra aventura profissional em outro canal.

Ler mais
Reprodução/Business Insider

Ele resolveu

A pressão era imensa, e a seleção brasileira via-se diante de uma possível queda nas Eliminatórias da Copa do Mundo de 1994. A situação fez o técnico Carlos Alberto Parreira ceder à pressão e convocar Romário no jogo contra o Uruguai.

Ler mais

+ Especiais

Chris Brunskill/Fantasista/Getty Images

Título e perguntas

Brasil triunfa sem Neymar, mas há muito a discutir sobre o futuro da seleção

Ler mais
AFP PHOTO / SAEED KHAN

Um ano depois

Farra de Neymar, treta com esposas e mal-estar na comissão: os bastidores

Ler mais
Arte/UOL

Senna

UOL publica relato escrito aos 19 anos que mostra perfeccionismo e gratidão

Ler mais
Marcus Steinmeyer/UOL

Geração de ouro

Magic Paula conta a história de como a dupla com Hortência virou ícone

Ler mais
Topo