Sabe bem o que vem pela frente
Na coletiva após empate com o Atlético-MG em Belo Horizonte, Luiz Felipe Scolari foi questionado sobre qual seria seu segredo para fazer do Brasileirão uma disputa “fácil”.
“Fácil!?”, retrucou o técnico do Palmeiras, quase perplexo, mas sem perder o humor. “Olha o meu suadouro aqui. Queria outro tipo de facilidade”.
Felipão pode até não admitir algo assim em público, mas ao menos podemos registrar que o time passou pelo trecho mais espinhoso de sua tabela no segundo turno. Agora, mantidos os cinco pontos de vantagem sobre o Internacional com cinco rodadas para o fim, o líder tem pela frente uma série de partidas, digamos, menos complicadas. E lembremos: nunca um vice-líder tirou essa diferença a essa altura do campeonato.
Nas últimas cinco rodadas, o Palmeiras conquistou 11 pontos contra times que, juntos, têm hoje aproveitamento de 50,3% no campeonato. Se descontarmos o Ceará, os outros quatro oponentes (Grêmio, Flamengo, o emergente Santos e, agora, Atlético-MG), o número subiria para 53,3%. Para comparar, os próximos cinco adversários (pela ordem, Fluminense, o rebaixado Paraná, América-MG, Vasco e Vitória) combinam para um aproveitamento de apenas 34,3% na competição. A média de um time na zona de descenso.
Calejado, Felipão pode usar esse dado para alertar seu elenco sobre o perigo de enfrentar times em situação periclitante na tabela. Aquela história: adversários desesperados, fazendo de tudo para ficar na Série A. Seria um jeito de controlar a narrativa. Administrar qualquer noção de “já ganhou” talvez seja agora seu desafio mais... difícil?