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Auxiliada por Ronaldo, confederação de pôquer quer criar liga com clubes

Ronaldo sorri na mesa de pôquer durante torneio do qual participa em São Paulo - Fernando Donasci/UOL
Ronaldo sorri na mesa de pôquer durante torneio do qual participa em São Paulo Imagem: Fernando Donasci/UOL

Mauricio Duarte

Do UOL, em São Paulo

27/04/2013 06h00

Agora que virou jogador profissional de pôquer e garoto-propaganda de uma empresa da modalidade, Ronaldo trabalhará nos bastidores para popularizar e tornar o jogo cada vez mais associado com uma prática esportiva no Brasil. Uma das ações pretendidas pelo craque e pela comunidade brasileira do pôquer é realizar um torneio interclubes do jogo.

O UOL Esporte apurou que a CBTH (Confederação Brasileira de Texas Hold’Em) já começou a se aproximar dos principais clubes nacionais e os retornos iniciais têm sido positivos. O próximo passo é, por intermédio da 9ine, empresa de marketing esportivo de Ronaldo, costurar um plano de torneio e captação de recursos para apresentar aos interessados e viabilizar a iniciativa. 

O Botafogo foi o primeiro clube a oficializar uma equipe de pôquer. Agora, outras agremiações estão dispostas a seguir o modelo. Uma delas é o Flamengo. O ex-jogador Petkovic, ídolo do time, é apaixonado pelo jogo e encabeça o projeto de montar um time rubro-negro. “Ele ficou sabendo do Botafogo e nos procurou para ver como poderíamos viabilizar isso, ver como a coisa poderia andar dentro do Flamengo”, revela Igor “Federal” Trafane, presidente da CBTH.

Atualmente, a 9ine já tem como cliente o principal jogador de pôquer do país, André Akkari, patrocinado pela Pokerstars, mesma empresa que patrocina Ronaldo. O empresário quer usar sua influência para popularizar a modalidade. “A 9ine agencia a imagem do André, buscando novos parceiros para ele. Estamos muito felizes por ingressar nesse mundo novo, com potencial gigante de crescimento. É um esporte que vai crescer muito rapidamente. Estamos atentos a todas as oportunidades”, afirma o maior artilheiro das Copas do Mundo.

A principal arma de convencimento para atrair os clubes, além da chancela de Ronaldo, é o fato de que o pôquer foi incluído no calendário oficial do Ministério do Esporte em janeiro do ano passado. A entrada no CEN (Calendário Esportivo Nacional) ocorreu por preencher os requisitos necessários, como uma confederação nacional, mas o orgão governamental não tem o poder de definir o que é ou não esporte.

André Akkari já foi sondado por grandes clubes do Brasil para integrar e ajudar a montar uma equipe de pôquer. O Botafogo mesmo fez a proposta. Porém, ele não aceitou por enquanto. Antes, quer ajudar a criar uma liga. “As coisas vão acontecendo. Estamos pensando em criar um campeonato para 2014 ou 2015. É um projeto, mas pode vingar”, conta.

Trafane acredita que a chegada de Ronaldo ao universo profissional do pôquer vai facilitar os trâmites políticos para a realização de uma liga, sem contar o acesso aos bastidores dos grandes clubes. “O Ronaldo pode trazer patrocínios, pode gerar visibilidade na mídia. É um ícone não só esportivo, mas empresarial também”, explica. “Vamos sentar com a 9ine e ver como eles imaginam  isso. Vamos ter que conversar com os clubes para ver como isso seria feito, como os jogadores participariam, como as empresas patrocinariam. Existem ideias, avanços, mas nada concreto”, conclui.

Novo contratado para ser garoto-propaganda por uma empresa de pôquer, Ronaldo disputou nesta sexta-feira o LAPT São Paulo, que vai até o dia 30 de abril, em um hotel da capital paulista, onde encontrou fãs e participou de ações promocionais. No entanto, seu desempenho não foi dos melhores. Após pouco mais de três horas de competição, ele foi eliminado. O torneio faz parte de uma das etapas dos campeonatos que a empresa que o patrocina realiza na América Latina.

Para ser craque, Ronaldo terá que abandonar número 9 e voltar a estudar

  • Ronaldo pretende apostar na carreira de jogador de pôquer profissional. O ex-atleta disse que sua presença servirá para associar o jogo com uma prática esportiva. O maior artilheiro das Copas, no entanto, só pareceu um pouco desanimado quando foi informado pelo jogador profissional de pôquer André Akkari de que era precisa estudar muita teoria antes de se aventurar na prática. “Faz tempo que não leio um livro, ainda mais de pôquer. Nas viagens de avião vou aproveitar para ler livros, melhorar o meu jogo. Mas tenho que tirar essas superstições da minha cabeça, do número 9. Sempre acho que o número 9 é um bom sinal, mas não é mais”, brincou, referindo-se ao fato de que no pôquer o 9 é carta ruim.