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"Rainha da Violência" comemora adiamento de estreia no UFC para 2019

Reprodução/Instagram
Imagem: Reprodução/Instagram

Fábio Oberlaender, no Rio de Janeiro (RJ)

Ag. Fight

19/11/2018 06h00

Sem lutar desde março, Ariane Lipski estrearia no UFC no evento do último sábado (17), em Buenos Aires (ARG), quando enfrentaria Maryna Moroz. No entanto, uma lesão de última hora de sua adversária a obrigou a adiar os planos - o que, de início, resultou em compreensível frustração. No entanto, a brasileira, também conhecida como "Rainha da Violência", destacou que tal sensação foi rapidamente substituída por alegria ao saber que lutaria em um card com maior visibilidade, contra uma atleta ranqueada e nos Estados Unidos.

Ariane enfrentará, no dia 26 de janeiro de 2019, a 12ª colocada no ranking da divisão feminina dos pesos-moscas (57 kg), Joanne Calderwood. O evento, que será realizado em Anaheim (EUA), deve ser encabeçado por Henry Cejudo e TJ Dillashaw, no que poderá ser o último desafio da categoria masculina dos moscas na organização.

Deste modo, é bem provável que a quantidade de espectadores interessados no show seja muito maior do que a que acompanhou o UFC Buenos Aires, como bem destacou a ex-campeã da KSW, principal liga polonesa de MMA.

"Antes de assinar o contrato com o UFC, a gente já tinha dito que estava pronto, que eu estava treinando, mas que eu não lutava desde março. Então, queria lutar o quanto antes. Antes mesmo de assinar, eu já sabia da luta e tinha ficado muito feliz ao descobrir que iria lutar em breve, já que estou há tanto tempo sem entrar no cage. E, depois que a luta caiu, eu fiquei um pouco chateada, mas, logo em seguida, tive informações de que eles tentaram achar outra adversária e fizeram de tudo para me manter no card. Como não deu certo, me disseram que eu iria lutar na Califórnia, no UFC 233, e que eu teria uma adversária ranqueada. Então, fiquei muito feliz e passou a decepção de quando soube que a luta seria cancelada", contou Ariane.

"Foi muito benéfico pelo fato de a luta acontecer nos Estados Unidos, então eu vou poder finalizar o meu camp lá. Já estou fazendo a primeira parte aqui e, mesmo sem lutar, estou evoluindo. Então, o fato de minha luta ser adiada só vai me dar tempo de evoluir mais ainda e chegar ainda mais preparada para essa luta. Foi muito bom isso ter acontecido. (...) Tem algumas atletas que já lutam no UFC há algum tempo e ainda não tiveram essa oportunidade de lutar em um card numerado, então me sinto muito feliz. Mostra o reconhecimento que estão tendo com o nosso trabalho, com o trabalho que fizemos no KSW, por eu ter sido considerada uma das melhores atletas fora do UFC no peso-mosca. Acho que estão valorizando isso e me dando essa oportunidade e responsabilidade de já estrear em um evento tão grande aqui", completou.

Lipski ainda definiu como "triste" a possível extinção da categoria de menor peso entre os homens do Ultimate, mas destacou que existiria uma ressalva sobre tal decisão da organização. A paranaense ressaltou que, caso os rumores sobre a criação de uma nova divisão realmente se concretizem, ela entenderá a atitude do UFC.

"É triste, porque muitos atletas perderão a oportunidade no UFC ou terão que subir de categoria. Porém, para o mercado de MMA pode ser bom, pois os outros eventos terão mais visibilidade por esses lutadores. E fiquei sabendo que também poderá abrir uma categoria de 74 kg. E, se for pensar bem, tem muito mais atletas entre os 70 e os 77 kg, então, se estiverem pensando em fechar uma categoria para abrir outra, eu até entendo o posicionamento deles, mas, se não for por isso, é um pouco triste", ressaltou.

A 'Rainha da Violência' ainda comentou sobre o seu apelido, que ela garante: reflete apenas a sua postura agressiva no octógono, no qual venceu oito dos 11 triunfos como profissional por nocaute ou finalização. Ariane, que teve apenas três derrotas ao longo da carreira, também destacou sobre como será lutar no dia do seu aniversário de 25 anos e projetou um bônus de 'Luta da Noite' ou 'Performance da Noite' como presentes ideais para a data.

"Esse apelido surgiu na minha disputa de cinturão , no ano passado. Eu não tinha nenhum apelido até então, já tinha feito algumas lutas pelo KSW e vinha de uma sequência de nocautes, então eles me deram esse apelido para fazer a disputa de cinturão e todo mundo gostou. Eu gostei, acho que demonstra muito o meu perfil como atleta. É um apelido que ao mesmo tempo é agressivo e feminino e acho que tem tudo a ver comigo. Fora do cage e nos treinos eu sou outra pessoa, não sou nada violenta, para eu entrar em uma briga é bem difícil mesmo, sou uma pessoa bem calma. E acho até que por isso que na luta tenho tanta agressividade. Talvez eu me contenha muito e extravase tudo naquele momento", revelou.

"Independente de ser no meu aniversário ou não. a gente está indo buscar a vitória, mas, por ser no meu aniversário, acho que vai ser o meu dia. Tem tudo para dar certo e, com certeza, vamos buscar o nocaute, dar um show e conquistar esses bônus de presente", concluiu.