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Operação contra rede de manipulação no tênis tem 83 investigados na Espanha

Getty Images
Imagem: Getty Images

10/01/2019 11h32

Madri, 10 jan (EFE).- A rede de manipulações de partidas de tênis desmantelado pela Guarda Civil da Espanha no final de outubro do ano passado determinou 83 pessoas envolvidas, das quais 15 foram detidas e 68 investigadas, entre elas 28 tenistas profissionais das categorias ITF Futures e Challenger.

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A Direção Geral da Guarda Civil anunciou nesta quinta-feira o resultado final da operação Bitures, que colocou na prisão o tenista profissional espanhol Marc Fornell, considerado o líder do esquema.

Segundo a Guarda Civil, a operação foi iniciada por causa da denúncia dos responsáveis pela Tennis Integrity Unit (TIU), órgão internacional anticorrupção que zela pela integridade no mundo do tênis.

A partir dessa denúncia, os agentes concentraram a investigação em um tenista espanhol e conseguiram desemaranhar a complexa rede que havia sido formada.

A organização criminosa usurpou milhares de identidades de cidadãos com as quais realizavam as apostas, vinculando as mesmas a contas de apostadores e cofres eletrônicos onde revertiam os lucros obtidos a fim de mascarar a sua verdadeira identidade e não tributar na Fazenda pelo dinheiro obtido fraudulentamente.

Um grupo de indivíduos armênios usava o chefe da trama, nexo entre eles e o resto dos membros da rede. Uma vez que conseguiam o suborno, os membros de nacionalidade armênia se deslocavam aos lugares onde se disputavam as partidas com a finalidade de comprovar e garantir que o tenista cumpria com o previamente pactuado.

Além disso, davam a ordem que se efetuassem as apostas esportivas em diversos pontos de âmbito nacional e internacional.

Os agentes constataram que a organização vinha operando pelo menos desde fevereiro de 2017, estimando que puderam gerar lucros milionários com a operação descrita.

Durante a exploração da operação foram realizadas 11 batidas simultâneas em nove províncias espanholas, nas quais foram apreendidos 167 mil euros em espécie, uma arma, provas documentais das identidades usurpadas, mais de 50 dispositivos eletrônicos, computadores, peças de joalheria e bolsas (investiam os lucros em artigos de luxo), vários cartões de crédito e cinco veículos.

Foi realizado o bloqueio e intervenção dos saldos de 42 contas bancárias dos investigados, vários imóveis, saldos de várias contas eletrônicas onde acumulavam grandes quantias dinheiro utilizando engenharia financeira.

Os agora detidos transferiam o dinheiro entre diversas contas para finalmente acumulá-lo em contas sob o seu controle, sempre sob identidades usurpadas.

Eles são suspeitos de crimes de formação de quadrilha, corrupção entre particulares (âmbito esportivo), fraude, lavagem de dinheiro, posse ilegal de armas e usurpação de identidade.

A operação foi feita por agentes da Equipe de Crimes Financeiros da Unidade Orgânica de Polícia Judiciária do Comando da Guarda Civil de Madri com a colaboração de membros do Escritório Europeu de Polícia (EUROPOL), assim como da Direção Geral de Ordenação do Jogo do Ministério da Fazenda. EFE