Resultados e comportamento de Renato Gaúcho criam contestações no Grêmio
Durante a semana, o Grêmio reviveu uma situação que parecia resolvida. Renato Gaúcho desautorizou novamente a direção do clube, que respondeu na mesma moeda. O treinador voltou a pedir reforços e disse fazer o trabalho dos cartolas, deixando tudo 'mastigadinho' para eles. Antônio Vicente Martins, vice de futebol do clube, por sua vez, fez questão de deixar claro a hierarquia e criticou o comportamento do comandante de campo. Tal choque de ideias não é novidade, mas agora aliado a falta de resultados positivos cria um clima de contestação ao trabalho do treinador.
Os resultados do time não são os mesmos, mas Renato Gaúcho mantém apoio da torcida gremista
Desde a troca de direção do Grêmio, no início de 2011, as manifestações contrárias ao técnico são comuns. Quando buscava renovação de contrato, Renato chegou a dizer que se o comando fosse o mesmo de 2010, tudo seria mais fácil. Além disso ocorreram duelos públicos, como quando o treinador disse que não acompanharia o time no interior do Estado no Gauchão, ou quando recebeu uma ligação do jornalista Jorge Kajuru. Em ambos os casos, os cartolas do departamento de futebol amenizaram a situação, e buscaram impor sua vontade de forma silenciosa.
Para conter tais desmandos, no período de contratações sempre havia um dirigente acompanhando as entrevistas coletivas de Renato Gaúcho. Assim, se evitava algo corriqueiro no Olímpico: ele desautorizar departamentos, outros profissionais ou até mesmo os próprios cartolas. Com a presença dos diretores, o treinador não 'furou' nenhuma informação, mas não faltou oportunidade para solicitar manifestação de seu superior em tom imperativo.
INDÍCIOS DA GUERRA FRIA GREMISTA
- Renato Gaúcho: "Eu dou tudo mastigadinho para a direção fazer as contratações necessárias. As vezes até forço a barra"
- Direção do Grêmio pede a palavra e critica treinador garantindo que tem autonomia
- Vicente Martins: "O Renato pede demais, qualquer dia vai querer que contratemos o Messi"
- Falta de boas atuações incomoda desde o início da temporada
- Conversa dom Jorge Kajuru, cobranças públicas do presidente do clube, erros e acertos
- Ainda no Gauchão, Renato Gaúcho disse que não iria aos jogos no interior, mas foi obrigado pela direção
Os últimos contatos com os jornalistas não foram acompanhados por diretores, logo, Renato esteve mais à vontade. Falou, brincou, sorriu, e disse que fazia sua parte e a dos dirigentes, ao telefonar para jogadores e buscar contratações. Os cartolas não gostaram, e responderam no dia seguinte.
Depois do último duelo, a 'guerra fria' vivida entre direção do Grêmio e comando técnico voltou à tona. Desta vez, porém, o principal argumento do treinador - os resultados de campo - não são mais os esperados. Dos apoios para permanência, somente a torcida que tem em Renato Gaúcho seu maior ídolo, segue presente.
Um infortúnio contra o Botafogo pode apresentar a primeira semana de real pressão sobre o comandante de campo gremista desde sua chegada, em agosto de 2010. Mesmo que não publicamente, o departamento de futebol do Grêmio é completamente contrário ao comportamento absolutista demostrado pelo treinador. Se os argumentos para sequência continuarem caindo, a tendência é de contestações cada vez maiores.
Grêmio e Botafogo se enfrentam neste domingo, às 16h (horário de Brasília) , no Engenhão. A pedido de Renato Gaúcho, que tem residência no Rio de Janeiro, a viagem para a capital Fluminense ocorrerá nesta sexta-feira, e não sábado como de costume. "Os voos estão lotados, é feriado, difícil de conseguir passagens para depois", disse Renato, sorrindo, na entrevista coletiva da última terça-feira.
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