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Dificuldade para se segurar no placar vira "pedra no sapato" do Palmeiras

Leandro Miranda

Do UOL, em São Paulo

20/07/2018 09h10

Um problema que já se tornou constante vem tirando o sono do torcedor do Palmeiras nesta temporada. Virou rotina o time começar bem o jogo, abrir o placar e diminuir o ritmo até deixar escapar o resultado. Essa dificuldade para conseguir segurar o resultado favorável, ilustrada mais uma vez com o empate por 1 a 1 cedido para o Santos na última quinta-feira (19), já custou pontos preciosos no Brasileirão.

O empate no clássico foi a quinta vez que o Palmeiras faz o primeiro gol em um jogo do Brasileiro e não sai com a vitória. Além do jogo com o Santos, a situação já se repetiu nos empates com Flamengo (1 a 1), Ceará (2 a 2) e Botafogo (1 a 1) e na derrota para o Sport (3 a 2). Se for contar também a Libertadores, o time cedeu um empate por 1 a 1 para o Boca Juniors no Allianz Parque aos 47 minutos do segundo tempo, dois minutos depois de ter aberto o marcador.

O técnico Roger Machado admite que sustentar a vantagem e o ritmo durante a partida tem sido um problema, mas vê a equipe no caminho certo. Segundo ele, se o time começa bem, faz 1 a 0 e tem oportunidade de ampliar, é sinal de que cria chances de gol. Pior seria se não ameaçasse o gol adversário. A dificuldade para definir o jogo a seu favor, porém, tem prejudicado o alviverde.

"Não acho que tem um relaxamento natural. Os adversários querem tirar a diferença do placar. Que bom que a gente sai na frente. O que a gente tem que analisar com dados, com vídeo, é que o adversário vai querer tirar a diferença e, naturalmente, vem mais para cima. E aí sim a gente tem que ter a capacidade de matar a partida. Não quero que nosso time seja da virada. Quero que a gente construa o placar e consiga manter", disse o treinador.

Contra o Santos, o Palmeiras iniciou em alta intensidade e dominou a primeira etapa. As movimentações do quarteto ofensivo, com constante troca de posição, atrapalharam a marcação rival - o gol saiu quando Willian arrastou David Braz para fora da área e Lucas Lima se projetou no espaço. A pegada forte no meio-campo também fez com que o Santos mal assustasse a meta de Weverton.

Na segunda etapa, entretanto, o ritmo baixou demais e o time alvinegro passou a ganhar campo, até sair o gol de bola parada. Depois do empate santista, o Palmeiras voltou a aumentar o ritmo e teve chances para ganhar a partida nos minutos finais. Na principal delas, Jean carimbou a trave com uma finalização na pequena área. Pouco antes, Deyverson havia exigido boa defesa de Vanderlei com uma cabeçada.

A sensação de jogar bem e não sair com a vitória tem incomodado boa parte da torcida do Palmeiras. Se o time tivesse conseguido manter o resultado favorável até o final nas cinco partidas em que saiu na frente e não ganhou, teria 11 pontos a mais - o suficiente para liderar o Brasileiro. Atualmente, a equipe ocupa a sétima colocação, com 20 pontos, sete a menos que o líder Flamengo. O próximo compromisso acontece no domingo (22), contra o Atlético-MG, no Allianz Parque.