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Novaes tenta fugir da "maldição" de artilheiros do São Paulo na Copinha

Centroavante é o maior goleador desta edição da Copinha com nove tentos - Thiago Calil/AGIF
Centroavante é o maior goleador desta edição da Copinha com nove tentos Imagem: Thiago Calil/AGIF

Bruno Grossi

Do UOL, em São Paulo

25/01/2019 04h00

O São Paulo vai para sua 11ª final e tenta conquistar o quarto título nas 50 edições da Copa São Paulo de Futebol Júnior. Nesta sexta-feira, às 15h30, o Tricolor precisará bater o Vasco da Gama para voltar a ser campeão do mais famoso torneio de base do Brasil. E para essa tarefa conta com o faro do artilheiro Gabriel Novaes.

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Ele está à disposição do técnico Orlando Ribeiro para a decisão no Pacaembu depois de ter perdido a semifinal, contra o Guarani, cumprindo suspensão. Nas quartas de final, diante do Cruzeiro, o atacante foi expulso nos minutos finais e perdeu a chance de disparar ainda mais na artilheria da Copinha. Até agora, disputou sete partidas e marcou nove gols.

Novaes não poderá vacilar de novo, pensando no título ou na briga para ser o artilheiro da competição. Afinal, o Vasco chega embalado por bom futebol e também tem seu goleador a postos: Tiago Reis, com oito tentos, chega como esperança para os cariocas no aniversário da cidade de São Paulo.

Mas as ambições do centroavante tricolor precisam ir além da Copinha. Nos últimos dez anos, o time do Morumbi criou expectativas altas com vários garotos da posição, que surgiram muito bem na base, mas que não conseguiram engrenar no profissional. Dois deles, inclusive, saíram da Copa São Paulo como artilheiros da equipe e hoje rodam pelo futebol longe de qualquer badalação.

O primeiro foi Henrique, em 2009, quando os são-paulinos pararam na semifinal, derrotados pelo Atlhetico-PR. O atacante marcou oito gols, apenas um a menos do que o goleador da competição, o então cruzeirense Bernardo.

Depois, foram duas passagens pelo profissional do Tricolor, com só 30 jogos disputados e quatro gols marcados. A equipe paulista ainda o emprestou para Vitória, Sport e Granada, da Espanha, antes de vendê-lo ao Botafogo. Henrique ainda defendeu Bahia, Coritiba, Grêmio, Giresunspor, da Turquia, e agora defende o Belenenses, de Portugal.. Tudo isso aos 27 anos.

Na temporada seguinte à aparição de Henrique, em 2010, quem deu as caras foi Lucas Gaúcho. Mais um centroavante formado por Cotia e municiado por um meio de campo que tinha Lucas, hoje no Tottenham, e Casemiro, do Real Madrid. O São Paulo foi campeão nos pênaltis, contra o Santos, e Gaúcho terminou a Copinha como o grande artilheiro, com nove gols.

Seu grande momento no profissional tricolor foi ainda em 2010, quando chegou a marcar um gol de letra contra o Fluminense e outro sobre o Vasco, no Campeonato Brasileiro. Ele ainda anotaria outro tento e atingiria cinco partidas pelo clube paulista, até iniciar uma jornada de peregrino do futebol: São Bernardo, Portuguesa, Luverdense, Espanyol B, São José-RS, Tero Sasana, da Tailândia, Hai Pong, do Vietnã, Stade Tunisien, da Tunísia, Zalgiris, da Lituânia, Thespa Kusatsu, do Japão, Al-Shabab, de Omã, Bnei Sakhnin, de Israel, e, atualmente, Jorge Wilstermann, da Bolívia.

Sem tanta eficiência na Copinha, mas até com mais badalação em Cotia, o São Paulo criou ainda nomes como Ademilson, Pedro Bortoluzo e, por último, Brenner. Os três conduziam as equipes de base com muitos gols e pareciam apostas certeiras para o profissional.

Ademilson conseguiu emplacar três anos no time principal, jogando mais de cem vezes e marcando 15 gols. Teve participação, inclusive, na conquista da Copa Sul-Americana de 2012. Em 2015, foi emprestado ao Yokohama Marinos, do Japão, e seguiu no país até ser vendido ao Gamba Osaka, onde é ídolo, há dois anos.

Pedro teve bem menos chances no profissional e pouco mostrou nessas raras oportunidades. Promovido por Edgardo Bauza em 2016, ele jogou 11 vezes pela equipe principal do Tricolor e não marcou nenhum gol. Foi emprestado a Paraná e Guarani, somando dois gols em 18 partidas, e agora está cedido ao Criciúma. 

A última das promessas artilheiras ainda é muito jovem. Brenner fará 19 anos em 2019, enquanto o próprio Gabriel Novaes já chegará aos 20, e já tem uma temporada e meia como profissional, com 25 jogos e cinco gols. Lançado por Rogério Ceni, o jovem empolgou nas primeiras aparições, mas tem oscilado muito - técnica e emocionalmente - e agora espera crescer nas mãos de André Jardine.