Diretoria admite problemas entre Felipão e elenco; futuro de técnico ainda é incerto

A diretoria do Palmeiras fez todos os esforços para agradar Luiz Felipe Scolari e prometeu os reforços de peso pedidos para a temporada 2012. Mas sua permanência ainda não é garantida. A cúpula admite que existem problemas entre o comandante e o elenco e não demonstra segurança de que o técnico continuará no cargo.

O presidente Arnaldo Tirone diz que seu desejo é a manutenção da parceria com o pentacampeão mundial, mas adota um discurso que deixa mais dúvidas que certezas. “Não acho que chegou a hora de o Felipão sair. O próprio Felipão vai saber quando chegar a hora”, disse ao UOL Esporte.

“Se depender de mim, ele não sai, não quero abrir mão do Felipão. Mas não é só minha palavra que conta, a palavra do Frizzo também é importante. Mas não entendo que ele queira a saída do técnico. É um treinador vencedor, todo mundo sabe disso. Por outro lado, o time tem levado azar”, afirmou.

Felipão não conseguiu criar a ‘família Scolari’ como fez na seleção brasileira na conquista da Copa do Mundo de 2002. Já não tem o grupo na mão, ganhou a resistência de muitos atletas e perdeu o comando ao ver todo o elenco se rebelar e ficar ao lado de Kleber. O Gladiador foi acompanhado por todos os companheiros quando discutiu com Roberto Frizzo e se negou a ir para a concentração na véspera do jogo contra o Flamengo pelo segundo turno do Brasileirão.

O próprio Frizzo admite que existe um desgaste na relação com os pupilos. “É normal um desgaste depois de meses de trabalho cotidiano, como em qualquer empresa ou local de trabalho, com tantas pessoas. É natural que acabe acontecendo algum tipo de desentendimento entre as partes”, disse, em entrevista à Rádio Globo.

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Felipão já disse que está feliz no Palmeiras, mas sua atual passagem vem sendo marcada por entreveros. Antes unanimidade pelo passado de glórias, o técnico já é questionado. Seus críticos alegam que foi o principal responsável pela chegada de atletas que não vingaram como Ricardo Bueno, Pedro Carmona e Fernandão. Os maus resultados também pesam. Já são quatro derrotas seguidas e oito jogos sem vitória no certame nacional.

O técnico também não baixa a guarda. Ficou irritado com as promessas não cumpridas do presidente Arnaldo Tirone, perdeu a queda de braço com o gerente Sergio do Prado ao pedir sua saída e ainda não viu o supervisor Galeano ganhar poderes como gostaria.

Além disso, fez críticas públicas e expôs o time ao comparar o Palmeiras com ‘acordar com uma mulher feia’. Disse várias vezes que estava com vergonha do futebol de seus atletas e chegou a dizer que era a primeira vez que não conseguia corrigir uma equipe.