Há 20 anos, Palmeiras acertava acordo com Parmalat que encerraria fila de títulos
Há 20 anos, no dia 07 de abril de 1992, o Palmeiras selava o acordo com a Parmalat. Duas décadas depois, o torcedor lembra com carinho da marca italiana que blindou o departamento de futebol de polêmicas internas e conseguiu trazer 24 títulos entre a assinatura do contrato e sua saída, no dia 31 de dezembro de 2000, quando o contrato não foi renovado.
TÍTULOS DA ERA PARMALAT
Rio São Paulo, em 1993 e 2000 |
Paulista, em 1993, 1994 e 1996 |
Brasileiro, em 1993 e 1994 |
Troféu Athiê Jorge Couri, em 1993 |
Taça Reggiana, em 1993 |
Copa Nagoya, em 1994 |
Copa Brasil-Itália, em 1994 |
Taça Lev Yashin (Rússia), em 1994 |
Torneio Euro-América, em 1996 |
Copa da China, Taça Jihan e Taça Xangai, em 1996 |
Torneio Naranja-ESP, em 1997 |
Torneio Maria Quitéria, em 1997 |
Copa Estados Unidos, em 1997 |
Copa Mercosul, em 1998 |
Copa do Brasil, em 1998 |
Taça Valle D’Aosta (Itália), em 1999 |
Copa Libertadores, em 1999 |
Copa dos Campeões, em 2000 |
Tudo começou porque o Palmeiras buscava, naquela época, acabar com um jejum de títulos que incomodou seus torcedores durante a década de 1980. Por outro lado, a Parmalat queria exposição no Brasil. A parceria foi facilitada graças a tecnologia do leite UHT (temperatura muito alta, da sigla em inglês), que fazia o leite ser conservado por processo térmico diferenciado. Além disso, a embalagem Tetra Pack, outra inovação tecnológica, permitia que a conservação fosse feita por seis meses sem refrigeração.
Essa foi a saída perfeita para a marca trazer seus produtos para o Brasil, uma vez que ela ainda não tinha fábricas no país. Hoje, o acordo Palmeiras/Parmalat é considerado referência para a co-gestão de um time para especialistas da área.
A parceria firmada previa que a empresa se encarregaria de administrar os departamentos de futebol, vôlei, basquete, futebol de salão e hóquei sobre patins do clube. Tudo isso seria feito sob a gestão de José Carlos Brunoro, hoje considerado um dos melhores gestores do esporte e encarregado de comandar esse setor do Grupo Pão de Açúcar, que tem o Audax brigando para subir à elite do futebol paulista.
"Dentre todos os casos de marketing esportivo no Brasil, o primeiro patrocínio feito em sólidas bases empresariais foi a associação Palmeiras/Parmalat. Até então, o patrocínio esportivo significava uma alternativa de mídia, com a marca da empresa estampada nas camisetas dos atletas, e um reforço à imagem do patrocinador, cuja iniciativa era bem recebida pelos torcedores do clube. As condições discutidas com os dirigentes do Palmeiras incluíam também a participação da multinacional italiana, em regime de co-gestão, nas decisões técnicas dos esportes patrocinados e nos aspectos administrativos envolvidos", explicou Brunoro ao site do Palmeiras.
"Assim, além de apoio financeiro, o contrato previa a implantação de um sistema de organização empresarial, com o futebol sendo administrado por um executivo especialmente contratado para a função. E a Parmalat teria ainda parte nos passes dos jogadores contratados daí em diante", completou.
Em um estudo recente feito pela Sport Track, a Parmalat foi considerada a marca mais lembrada pelo torcedor palmeirense, mesmo após 20 anos e de tantos outros parceiros terem estampado a camisa do clube.
LEMBRANÇA DE PATROCINADORES DO PALMEIRAS
Parmalat domina o ranking de lembrança e fica à frente até mesmo de marcas recentes
"A Parmalat, além de ter a co-gestão do futebol, conseguia investir em marketing no clube e também no marketing tradicional. Quem não lembra da propaganda dos bichinhos, que as crianças tomavam leite da Parmalat?", lembra Rafael Plastina, diretor da Sport Track.
Após a saída da Parmalat, quando o contrato não foi renovado no fim de 2000, o Palmeiras não colecionou bons resultados. Pelo contrário: o time caiu para a Série B e, desde então, só pôde comemorar o título do Campeonato Paulista de 2008, quando o futebol também tinha certa blindagem das polêmicas internas sob o comando da Traffic.
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