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Jobson ganha crédito e tem 4 dias decisivos para selar reintegração ao Botafogo

Jobson está se tratando no Bota, mas sua reintegração depende de sua conduta - Fernando Soutello/Agif
Jobson está se tratando no Bota, mas sua reintegração depende de sua conduta Imagem: Fernando Soutello/Agif

Bernardo Gentile

Do UOL, no Rio de Janeiro

11/04/2012 06h00

Após discutir com o fisiologista Altamiro Bottino na última sexta, Jobson recebeu três dias de suspensão e foi impedido de participar das atividades com os companheiros. Nesta terça-feira, no entanto, foi autorizado pela diretoria do Botafogo a cuidar de sua lesão muscular na perna direita. Este tratamento deverá durar quatro dias e o jogador terá uma nova reunião com o gerente de futebol, Anderson Barros, que será o responsável pela volta do atacante aos treinamentos. A diretoria está acompanhando o atleta de perto e suas atitudes serão decisivas para sua continuidade no Glorioso.

BOTA ANUNCIA MULTA E OBRIGA JOBSON A TRATAR LESÃO; FUTURO AINDA É INCERTO

  • Após ser afastado do Botafogo por xingar o fisiologista Altamiro Bottino, Jobson foi multado em parte de seu salário de abril. O atacante estava suspenso desde a última sexta-feira, quando se revoltou ao ser orientado a realizar exercícios de fisioterapia como parte do tratamento do problema na coxa direita. Através de nota, o clube anuncia que colocará o jogador para se recuperar de lesão. Jobson segue à espera de um posição definitiva sobre o seu futuro.

O dirigente assegurou que o atacante recebe o mesmo tratamento dos demais atletas do grupo e enfatizou que todos os funcionários do clube alvinegro são submetidos a regras que devem ser cumpridas e, caso isso seja feito, não haverá qualquer necessidade de punição. “Jobson é um atleta do departamento de futebol e que passou por sérios problemas no passado. Está fazendo um esforço muito grande para manter um equilíbrio. Não se trata de passar a mão em sua cabeça ou de perdoar. É como sempre colocamos: qualquer atleta que cometer um erro será punido”, disse.

O gerente de futebol faz questão de deixar bem claro, que o passado de Jobson não pode interferir nos julgamentos sobre os atos do jogador atualmente. Anderson Barros afirmou que, após o jogador desrespeitar um membro da comissão técnica, não havia outra alternativa a não ser uma punição pelo ocorrido - o atacante recebeu uma multa.

“É importante deixar ressaltado, é que não há uma cobrança maior ou diferente dos demais jogadores. O Jobson é tratado como um jogador que faz parte do elenco, assim como qualquer outro. Assim, não tenho como deixar de aplicar a ele qualquer tipo de sanção pelo o que ocorreu. Todos os jogadores têm regras a serem cumpridas e ele descumpriu uma delas. Se os atletas seguirem isso, não teremos problemas com ninguém. É simples”, afirmou.

Apesar de colecionar polêmicas com a camisa do Botafogo em suas três passagens pelo clube, Jobson parece ainda inspirar confiança na diretoria. Anderson Barros, por exemplo, não quis confirmar que esse ato de indisciplina tenha sido a última pisada de bola do atacante. “Não quero entrar nesse mérito agora. Se ele voltar a errar vai acontecer isso ou aquilo. O importante é dizer que ele está demonstrando muita vontade de vencer e andar pelo caminho certo, mesmo com o ocorrido. Ele merece esse crédito que estamos dando, tem consciência de suas responsabilidades”.

TORCIDA IGNORA INVENCIBILIDADE E ESCOLHE NOVOS ALVOS DE PERSEGUIÇÃO

  • Conhecida por ser muito crítica e perseguir alguns jogadores, a torcida do Botafogo ignora o fato de ser o único time carioca invicto na temporada – 18 jogos em 2012, com dez vitórias e oito empates – e já elege os novos alvos de sua ira na atual equipe. Depois de Lúcio Flavio, Fahel e Alessandro, esses torcedores nomearam Lucas, Andrezinho e Felipe Menezes como centro de suas reclamações.

Principal responsável pelo retorno de Jobson ao Botafogo em 2012, Anderson Barros apostou que o atacante estava diferente das primeiras passagens – em 2009 e 2010. Após mais uma derrapada na conduta dentro do clube, o dirigente afirmou que não houve uma mudança na sua relação com o jogador. “Não teve decepção. O Jobson hoje está demonstrando uma vontade muito grande de cumprir com suas obrigações, sentimos isso nele. Ele teve esse problema de indisciplina e procuramos entender ele dentro de um contexto. Mas como falei, não tínhamos como deixar de punir pelo o que foi feito”, disse.

Em sua primeira passagem pelo Botafogo, Jobson testou positivo para uso de cocaína durante a reta final do Campeonato Brasileiro de 2009. O atacante chegou a cumprir seis meses de suspensão determinados pelo STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva). No entanto, a Wada (Agência Mundial Antidoping) não concordou com a sentença e acionou a CAS, que ampliou a pena para dois anos.

Em sua segunda passagem pelo clube alvinegro, em junho de 2010, Jobson colecionou atos de indisciplina e perdeu a confiança do então treinador Joel Santana. Assim foi emprestado ao Atlético-MG em dezembro. Entretanto, sua passagem por Belo Horizonte não durou muito. Após muita confusão envolvendo seu nome, alegou infelicidade e rescindiu seu contrato de empréstimo para voltar ao Glorioso, que não abriu as portas de General Severiano, emprestando-o para o Bahia. Em Salvador, o atacante abusou das noitadas e das bebidas alcoólicas. 

Desde que voltou ao Botafogo para esta temporada, Jobson era acompanhado de perto pelo clube e elogiado por causa do comportamento tranquilo. Pouco mais de um mês depois de se livrar da suspensão, o atacante aprontou novamente e foi punido com uma multa. Agora, precisa andar na linha durante os próximos quatro dias para confirmar a permanência no elenco alvinegro.

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