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Saída de Dedé expõe mágoa e coloca em xeque marketing do Vasco

Dedé criticou o departamento de marketing do Vasco; setor enfrenta crise nos bastidores - Wagner Meier/AGIF
Dedé criticou o departamento de marketing do Vasco; setor enfrenta crise nos bastidores Imagem: Wagner Meier/AGIF

Vinicius Castro

Do UOL, no Rio de Janeiro

19/04/2013 06h10

O zagueiro Dedé se despediu do Vasco na última quinta-feira sem esconder a paixão pelo clube de São Januário. No entanto, a entrevista coletiva do atleta expôs a mágoa já conhecida nos bastidores com o departamento de marketing. Na visão do jogador, o setor não o explorou como poderia para obter receitas e enfrenta severas críticas nos corredores. Em xeque, a área busca respostas em torno do contrato com um novo patrocinador master e o lançamento do aguardado programa de sócios.

Sem vice-presidente na pasta há quase dois meses, o Cruzmaltino enfrenta dificuldades para prosseguir com os projetos colocados em prática anteriormente. A justificativa do Vasco em negociar Dedé para o pagamento de dívidas foi alvo do próprio, que direcionou as críticas ao departamento de marketing.

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“Foi a situação [projeto de marketing] que o Vasco mais deu mole. Podia aproveitar a minha imagem e passar isso para os torcedores. Essa parte vacilou. Falaram muito, mas praticamente não fizeram nada. Estava disposto a ajudar e faria qualquer coisa. Tomara que eles pensem legal e façam um bom trabalho com outros atletas”, afirmou Dedé.

Ex-vice de marketing do clube, Eduardo Machado concordou com as críticas do jogador no facebook. Ele utilizou a rede social para dar esclarecimentos sobre a situação e lamentou o poderio econômico limitado para investir em seu então principal nome.

“Concordo com o Dedé. Gostaríamos de ter utilizado a sua imagem em favor de reversões positivas para o Vasco. A falta de orçamento explica em boa parte os motivos de não termos feito ainda mais. A outra explicação é a quantidade de trabalho e a mandatória hierarquização de atividades. Na prática, não conseguimos maiores avanços”, comentou o ex-cartola.

Atualmente, o departamento de marketing busca um novo patrocinador master para ocupar o espaço da Eletrobrás. O contrato com a estatal já foi rescindido, mas o clube segue estampado a marca para evitar problemas na Justiça. A negociação com a montadora Nissan está em curso e pode render R$ 20 milhões por ano a partir do segundo semestre. Diretor geral do Vasco, Cristiano Koehler discordou da afirmação de Dedé em sua despedida do clube.

DEDÉ ADMITE PRESSÃO DO VASCO POR VENDA: 'ME SENTI COMO MINA DE OURO'

  • Marcelo Sadio/ site oficial do Vasco

    O adeus do zagueiro Dedé ao Vasco foi marcado pela emoção. O ex-jogador do Cruzmaltino revelou que sua saída de São Januário foi motivada em grande parte pelos problemas financeiros do clube. Com tom de lamentação, o atleta ressaltou que não teve chance de negociar a possibilidade de ficar. Em seguida, falou de forma crítica crítica ao destacar ter sentido pressão para ser vendido e ser tratado como “mina de ouro” pelos dirigentes. O Vasco aceitou proposta do Cruzeiro e vendeu Dedé por R$ 14 milhões nesta quarta-feira. “O Vasco estava precisando de fazer a negociação de algum atleta. Falaram que era eu, e sabia que até o fim do ano poderia acontecer. Senti a pressão, sim. Me senti como uma mina de ouro que poderia, ao menos, clarear a escuridão que estava ali”, ressaltou Dedé. O zagueiro revelou que, se percebesse um interesse dos cartolas, agiria para rejeitar mais uma proposta e ficar no Vasco. “Dessa do Cruzeiro não tentei, não. Não tive escolha. Achei que poderia pensar numa possibilidade de ficar, mas preferi nem fazer isso”.

“Ele sempre foi usado em divulgação, plano de sócios, chamada de jogos e patrocínios. Mas, neste momento, não poderíamos montar um plano apenas para evitar a sua saída. Até conseguiríamos cobrir a parte dele, mas e o restante dos custos? Falar é simplório, porém, a situação é mais complexa. Brigamos pelo Vasco dentro da situação atual da instituição”, explicou o CEO.

Durante a realização da pré-temporada, Dedé serviu como modelo e fez fotos para o novo plano de sócios do Vasco. Na época, a saída do jogador já era considerada certa até o meio do ano. Sem o ex-capitão no elenco e um trabalho que não irá ao ar, a administração tenta evitar a repetição dos problemas. Anteriormente, os torcedores reclamaram de dificuldades para comprar ingressos e pagar carnês da campanha “O Vasco é meu”, alvo de investigações do Conselho Fiscal há pelo menos um ano.

“Não repetir os erros nos faz segurar o lançamento. Precisamos de uma estrutura para que o torcedor conte com o pacote completo. Tudo precisa funcionar, boleto, ingressos... Essa receita tem de ser até a terceira do Vasco em ordem de importância. Fica atrás apenas de patrocínio e TV”, encerrou Koehler.

Comandante atual do departamento de marketing, o executivo Henry Canfield foi procurado pela reportagem, mas não respondeu aos contatos em seu telefone celular.

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