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Corintianos chegam ao Brasil pedindo liberdade de companheiros na Bolívia

Um dos sete corintianos liberados de prisão na Bolívia reecontra familiares - Danilo Lavieri/UOL
Um dos sete corintianos liberados de prisão na Bolívia reecontra familiares Imagem: Danilo Lavieri/UOL

Danilo Lavieri

Do UOL, em Guarulhos

09/06/2013 15h42

O aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, ficou como uma arquibancada na tarde deste domingo. Para recepcionar os sete corintianos liberados de prisão de Oruro, na Bolívia, cerca de duzentos torcedores, familiares e curiosos se reuniram e cantaram gritos de liberdade. Aos desembarcar, os corintianos falaram pouco e o discurso era o mesmo: 'precisam libertar os outros'.

Apenas sete dos doze torcedores detidos na Bolívia após a morte do torcedor Kevin Espada, em 20 fevereiro, foram liberados da prisão. A decisão foi tomada pelo juiz Julio Guarachi, que, após investigação da promotoria boloviana, concluiu que eles não estavam envolvidos no incidente. Outros cinco torcedores brasileiros, com idades entre 21 e 35 anos, continuam presos em Oruro.

Kevin Beltrán, de 14 anos, morreu ao ser atingido no rosto por um sinalizador disparado da arquibancada ocupada pelos torcedores do Corinthians.

Os torcedores que chegaram ao Brasil neste sábado são Tiago Aurélio dos Santos Ferreira, Danilo Silva de Oliveira, Tadeu Macedo Andrade, Rafael Machado Castilho Araújo, Fábio Neves Domingos, Hugo Nonato e Clever Souza Clous.

Permanecem detidos: Reginaldo Coelho, Leandro Silva de Oliveira, José Carlos da Silva Júnior, Marco Aurélio Nefreire e Cleuter Barreto Barros.

Quatro meses após ser preso, Tiago Aurélio dos Santos Ferreira, celebra a liberdade mas não se mostra satisfeito e pede pela libertação dos cinco companheiros que permanecem em Oruro.


"Foram meses muito difíceis, mas a gente não quer nem lembrar. Eu quero é a liberdade dos outros cinco. A gente está aqui na rua agora trabalhando por vocês", disse à imprensa na chegada a São Paulo.

Presidente de uma das torcidas organizadas do Corinthians, Fábio Neves, repete o discurso do companheiro e desabafou: "Foram meses dificeis e pensávamos que ia demorar ainda mais porque a lei deles deixa a gente ficar seis meses lá para investigação. A gente está aliviado, mas foi difícil deixar os caras lá. A gente conversou muito com eles em um orelhão que tem na prisão e vamos trabalhar por eles".

"Não vou te dizer que fomos maltratados. Eles não trataram a gente mal. O governo brasileiro tratou a gente muito bem também. Mas as condições lá eram muito humildes", completou.

Os corintianos foram soltos nesta quinta-feira, após mais de cem dias presos no país acusados de envolvimento na morte do garoto boliviano Kevin Espada. O grupo de 12 brasileiros respondia a um processo pela morte do boliviano, causada por um sinalizador durante jogo entre Corinthians e San Jose, pela Libertadores, em 20 de fevereiro.