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Cruzeiro tem crescimento menor de sócios e se distancia de meta inicial

Dionizio Oliveira

Do UOL, em Belo Horizonte

28/03/2014 06h00

Se dentro de campo o time de Marcelo Oliveira fez bonito e faturou o título Brasileiro com quatro rodadas de antecipação, em 2013 o Cruzeiro também obteve êxito fora das quatro linhas com o desempenho do programa de sócio-torcedor. Já nesta temporada, o ritmo de crescimento de associados teve uma queda e dificilmente alcançará as metas estabelecidas pela diretoria celeste.

No ano do tricampeonato brasileiro, o time celeste contou com o retorno do Mineirão e a boa campanha no Nacional para alavancar o número de adesões. O clube conquistou nada menos que 40 mil sócios ao longo do ano. Satisfeito com o desempenho do programa Sócio do Futebol, o presidente Gilvan de Pinho Tavares estabeleceu duas metas audaciosas e que dificilmente serão cumpridas nesta temporada.

No lançamento do aplicativo Embaixadores, do Facebook, no dia 17 de janeiro desta temporada, o objetivo da diretoria era alcançar mais 25 mil sócios até a Copa do Mundo e fechar o ano com a marca de 100 mil associados. À época, o Cruzeiro contava com 48.669 sócios. Porém, o crescimento neste primeiro trimestre ficou abaixo do esperado e menos de 9 mil torcedores aderiram ao programa.

O diretor de marketing do clube mineiro, Marcone Barbosa, minimizou a queda na procura e disse que o crescimento ainda está dentro do esperado pelo departamento. “Realmente houve uma queda, mas se analisar e ver a perspectiva, se continuar com essa média de crescimento dos últimos 12 meses, vamos terminar o ano próximos de 70, 75 mil sócios”, afirmou.

Se encerrar o ano com 75 mil sócios, o Cruzeiro teria um acréscimo de 28 mil novos associados, número inferior aos 40 mil obtidos na temporada passada, já que o time iniciou 2013 com aproximadamente 7 mil sócios e terminou com 47 mil. “Tem que ver que ano passado houve o retorno do Mineirão e a boa campanha que acabaram alavancando o número de adesões”, explicou Marcone.

O diretor também demonstrou otimismo com os números apresentados no último mês. Se em janeiro e fevereiro houve um decréscimo nas inscrições em relação à temporada passada, em março houve um aumento percentual. Para o dirigente há um desafio maior de aumentar o número nesta temporada, mas a grande aposta da diretoria é na comercialização da categoria Cruzeiro Sempre.

A modalidade é a única das cinco categorias que permite ao torcedor pagar um valor mais baixo, de R$ 30 mensais, e ter preferência e desconto na compra dos ingressos. Sendo assim, um torcedor de outra praça, além de Belo Horizonte, também poderia ter o programa de sócios para contribuir com o clube e ao mesmo tempo ter o benefício em descontos.

“Temos trabalhado em dois segmentos, a paixão do torcedor e a razão. Tentamos explorar a paixão para comercializar em cima dela. O torcedor que vai querer comprar os artigos do clube e contribuir com o clube que ama. O outro é a razão, ele perceber que terá benefícios, sairá mais barato sendo sócio. O preço médio de descontos do torcedor cruzeirense em parceria com o Movimento por um Futebol Melhor, por exemplo, é de R$ 28, o que praticamente já paga a mensalidade do plano mais barato”, afirmou Marcone Barbosa.

Futuramente, a diretoria ainda poderá expandir as vagas de sócios nas modalidade que dão ingresso garantido e que possuem grande demanda principalmente entre os torcedores de Belo Horizonte, tanto que as vagas já estão praticamente todas preenchidas. São 16.200 lugares ou um terço do estádio com lugares fixos para os sócios.

Contudo, a curto prazo a intenção dos dirigentes é intensificar a venda dos sócios da categoria Cruzeiro Sempre ou até mesmo criar outra modalidade com a mesma vertente, de prioridade na compra de ingressos. O objetivo desde que o programa foi remodelado no fim de 2012 é de alcançar a marca de 100 mil sócios, que proporcionariam ao clube a sua maior fonte de renda.