França vence primeiro jogo pós-Copa e confirma crise de estilo da Espanha

As histórias da Copa de 2014 ainda não acabaram. A Espanha, que chegou ao Brasil como campeã mundial e acabou eliminada na primeira fase, deu sequência ao calvário nesta quinta-feira (04) e confirmou uma crise de estilo. A França, por outro lado, mostrou mais uma vez o potencial da renovação promovida em sua equipe nacional. Num jogo em que esses dois cenários ficaram muito claros, os donos da casa venceram por 1 a 0 em amistoso disputado no Stade de France.

Assim como havia acontecido na Copa, o jogo foi marcado por um problema de estilo da Espanha. A despeito da escalação reformulada, a seleção ibérica ficou com a bola, controlou as ações e se mostrou absolutamente estéril.

Com a França aconteceu exatamente o oposto. Os gauleses, que chegaram às quartas de final da Copa e foram eliminados pela Alemanha, mostraram mais uma vez um futebol baseado em velocidade e contragolpes. Até os gols polêmicos de Benzema, que marcaram a campanha do país no Mundial, tiveram representante nesta sexta-feira – o jogador balançou as redes no segundo tempo, em condição legal, mas o lance foi invalidado.

Fases do jogo
Melhor em campo desde o início do amistoso, a França conseguiu concentrar ações em seu campo de ataque. Valbuena chegou ao ataque com perigo aos 4min, e Benzema teve a primeira grande chance da partida aos 9min. No lance seguinte, Pogba ainda finalizou com perigo de fora da área.

A grande quantidade de oportunidades da França foi também reflexo de uma diferença de estilos. Enquanto os gauleses apostavam em velocidade e transição, a Espanha mantinha controle da bola e trocava passes de forma inócua.

A exceção na Espanha era Fàbregas. O jogador do Chelsea era o mais incisivo da equipe ibérica, e dele saíram quase todos os lances de ataque da seleção.

Fàbregas finalizou com perigo aos 27min, mas a França já havia criado ao menos três oportunidades quando isso aconteceu. Na melhor delas, aos 25min, Benzema aproveitou cruzamento de Pogba e chutou para fora.

Benzema voltou a incomodar aos 38min, quando parou em De Gea, mas a diferença entre as propostas de jogo seguiu: a Espanha ficava com a bola, mas incomodava pouco; a França marcava recuada e contra-atacava com imenso perigo.

Foi em um desses contragolpes que a França balançou as redes pela primeira vez. Aos 4min do segundo tempo, Benzema concluiu em condições legais um cruzamento da direita. O árbitro, contudo, invalidou o lance alegando impedimento.

O primeiro gol legal da França só aconteceu aos 28min do segundo tempo. Após linda troca de passes pela esquerda, Valbuena cruzou rasteiro para trás. Remy apareceu dentro da grande área e finalizou de primeira.

O gol fez a Espanha se lançar um pouco mais para o ataque, mas deixou ainda mais clara a diferença entre as duas seleções. A França seguiu com a proposta de contragolpes, mas tentou reduzir a velocidade nessa transição e manter o jogo concentrado na intermediária.

O problema é que a Espanha cresceu depois do gol. Em desvantagem, o time ibérico fez modificações que tornaram a formação mais leve e partiu para o ataque. Houve boas chances nos pés de Silva e Isco.

O melhor
Pogba. Eleito o melhor jogador jovem da Copa de 2014, o francês tem absoluto controle do ritmo de jogo da seleção gaulesa. Todos os ataques passam pelo pé dele, e cabe ao jogador determinar o ritmo da equipe.

O pior
Diego Costa. O atacante nascido no Brasil disse recentemente que não esteve em seu melhor nível na Copa de 2014. Nesta quinta-feira (04), contudo, o jogador que trocou Atlético de Madri pelo Chelsea mostrou que o Mundial não foi uma exceção em sua trajetória inicial pela seleção espanhola.

Para lembrar
Depois do período mais vitorioso de sua história, a seleção espanhola de futebol agora convive com pressão. O time foi eliminado ainda na primeira fase da Copa de 2014, perdeu o amistoso para a França e vai começar na próxima semana a qualificação para a Eurocopa de 2016.

Depois da campanha vexatória na Copa de 2014, o técnico Vicente del Bosque começou a reformular a seleção espanhola. Dani Carvajal, Mikel San Jose e Raúl García, que não estiveram no Mundial, foram titulares nesta sexta-feira. De Gea, Azpilicueta, Koke, Fàbregas e Cazorla foram outras novidades no time titular.

A França não marcava o primeiro gol em um confronto com a Espanha desde 2000. O último a fazer isso foi Zidane, no dia 20 de junho daquele ano. A Espanha não consegue uma virada nesse duelo desde 1968.

A Espanha não deu nenhum chute na direção do gol da França em todo o amistoso.