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Alemanha leva empate da Irlanda no finzinho e tropeça pela 2ª vez seguida

Do UOL, em São Paulo

14/10/2014 17h37

Atual campeã do mundo, a Alemanha tropeçou pela segunda vez consecutiva em menos de uma semana, desta vez em Gelsenkirchen, diante de sua própria torcida. Três dias depois de perder para a Polônia, a equipe germânica vencia a Irlanda no sufoco nesta terça-feira com um gol solitário de Kroos, mas levou o empate no minuto final e agora precisa se preocupar com sua situação nas Eliminatórias da Eurocopa 2016.

O resultado deixa os alemães com quatro pontos, apenas na quarta colocação do Grupo D da competição, perdendo no saldo de gols para a Escócia, que ocupa o terceiro lugar. A liderança é de Polônia e Irlanda, ambas com sete, o que liga o alerta para os atuais campeões do mundo – só dois times avançam direto para a Euro, que será disputada na França.

Com muitos jogadores lesionados, e se adaptando a algumas mudanças em relação ao time campeão no Brasil, a seleção alemã tem passado longe de repetir performances como a do histórico 7 a 1 contra a seleção verde-amarela durante a Copa do Mundo.

Fases do jogo:
Depois da derrota surpreendente para a Polônia no último fim de semana, a Alemanha entrou em campo com a obrigação de reagir, sob pena de entrar de vez na mira dos críticos. Não conseguiu.

Muller, como centroavante, voltou a não render bem, até porque o trio Gotze, Bellarabi e Draxler não conseguiu criar o suficiente para subjugar a defesa irlandesa. Os visitantes, aliás, estão longe de serem bobos. No último fim de semana, fizeram 7 a 0 em Gibraltar e estão animados em poder voltar a uma grande competição, que serviria de adeus para o camisa 10 e capitão Robbie Keane.

Nesta terça, porém, o time focou em se defender. Com sucesso, diga-se. No primeiro tempo, a Alemanha só chegou em um chute de longe de Durm e uma jogada individual de Draxler. Menos mal que na defesa a equipe dava poucos espaços nas laterais, ponto fraco apresentado na derrota para a Polônia.

Mas entre dominar e ganhar havia uma distância. Embora tivesse mais de 60% da pose de bola, a Alemanha só passou à frente quando Kroos chamou a responsabilidade, se aproximou da área rival e bateu bonito de fora da área.

Parecia mais que o suficiente para o time alemão, que nem com mais espaço matou o jogo nos contra-ataques. Pelo contrário. No último minuto dos acréscimos, em uma bola cruzada na área, O’Shea desviou e marcou para os irlandeses.

Melhor: Kroos. O meia do Real Madrid foi discreto como todos os companheiros, mas seu brilho individual dava a vitória aos atuais campeões diante de sua torcida. Para reagir e crescer, o time precisa aliar esses lampejos a força defensiva e mais organização no ataque.

Pior: Muller. Apagado, isolado e sem inspiração, o artilheiro dessa geração alemã parece ainda desconfortável com a missão de substituir Klose, aposentado da seleção depois da Copa. Não é de graça que na mídia germânica há quem peça o retorno do grandalhão Mario Gomez.

Chave do jogo: Persistência da Irlanda. Depois de sofrer o gol, o time visitante se lançou ao ataque e não se intimidou com os alemães. Tentou por baixo, pelo meio, pelo alto e conseguiu seu objetivo por cima, com um gol chorado de O’Shea, que garante um ponto importantíssimo na briga pela vaga na Euro.

Toque do técnico: Joachim Low tentou consertar o espaço deixado nas costas dos seus laterais no jogo contra a Polônia, em especial de Durm. Durante a maior parte do tempo, obteve sucesso. Depois do gol, porém, não conseguiu fazer seu time manter a posse de bola e cedeu à pressão do modesto ataque rival.

Para lembrar:
Lesões:
A Alemanha sofre demais com o número de atletas no departamento médico. Do meio-campo que ganhou a Copa, por exemplo, só Kroos esteve em campo nesta terça. Khedira, Schweinsteiger e Ozil estão lesionados e Muller improvisado no ataque.

Neuer: Aos 28 anos, foi o alemão mais velho em campo e, não por acaso, vestiu a faixa de capitão na ausência de Schweinsteiger. O dado, porém, dá mostras do quão jovem é a seleção germânica atual, o que ajuda a explicar a queda de performance.

Primeiro gol: Kroos não balançava as redes em jogos oficiais desde o fatídico 7 a 1 contra o Brasil, no Mineirão, quando foi o melhor em campo. Até agora, ele não marcou pelo Real Madrid, seu novo clube.