Topo

Carille tenta controlar queda e problemas corintianos para trinca decisiva

Dassler Marques

Do UOL, em São Paulo

07/05/2018 04h00

Amplamente difundido no ambiente corporativo, o termo 'gerenciamento de crises' também é uma das atribuições de qualquer treinador de grande clube. O Corinthians, é claro, não vive exatamente uma crise esportiva por quatro jogos sem perder, mas o momento para Fábio Carille é de atenção redobrada. Principalmente agora, que terá início uma sequência com três jogos decisivos.

Depois de a equipe atingir seu ápice em 2018 com a conquista do Paulistão em viradas sobre rivais, iniciar o Brasileiro com vitórias e ainda bater o Independiente na Argentina, o viés passou a ser de queda. Pela primeira vez no ano, são quatro jogos sem vencer, justamente depois de ver o desgaste físico se acumular e Fagner, Ralf, Renê Júnior e Clayson virarem problemas médicos.

Agora, para enfrentar Vitória na Copa do Brasil, Palmeiras no Brasileiro e Deportivo Lara-VEN na Libertadores, em sequência, Carille tenta estancar o que há de ruim no momento. Para isso, repetirá o que já é comum nesses momentos: tranquilidade na montagem do time e administração dos desfalques, foco na parte física dos atletas e restabelecer padrões de jogo.

Por outro lado, como em outros momentos da temporada, Carille tem dado sinais de que não tem mais o controle e calma que marcaram sua personalidade em 2017. No domingo, pela primeira vez desde que virou treinador, se desentendeu com um torcedor que reclamava de Marquinhos Gabriel. Na entrevista coletiva, também deu algumas respostas ríspidas. Seja em uma pergunta simples, sobre a lesão de Danilo, ou em outra relacionada à parte tática, pela opção por um ataque com dois jogadores "pesados".

Com três meses da gestão Andrés Sanchez, Carille e o presidente também não conseguiram estabelecer uma relação de confiança até o momento, o que incomoda o treinador nos bastidores. Enquanto isso, ele sabe que avançar às quartas de final da Copa do Brasil, se manter bem posicionado na Libertadores e ter bom resultado contra o rival Palmeiras são resultados fundamentais para as aspirações do semestre.

A confiança que marca a caminhada do time há bastante tempo, sem dúvidas, é uma das principais aliadas. Em momentos do Paulistão que precisou reverter situações de dificuldade, o Corinthians foi forte mentalmente e atingiu os objetivos. A ausência de Fagner, em especial, gera bastante preocupação para manter outra força vital do time, que é a defesa sólida. Mantuan ainda não conseguiu uma apresentação convincente, mas terá mais tempo no time.