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Destaque do Goiás abre o jogo sobre passado: "gostava de mexer com tráfico"

Rosiron Rodrigues/ GEC
Imagem: Rosiron Rodrigues/ GEC

Do UOL, em Santos (SP)

19/03/2019 11h55

Artilheiro do Goiás na temporada com cinco gols em 12 jogos, Michael vem sendo o grande destaque do time esmeraldino já há algum tempo. Aos 23 anos, ele entrou na mira de clubes brasileiros, chegou a ser procurado pelo Santos e hoje tem multa rescisória estipulada em aproximadamente R$ 30 milhões. Mas o sucesso do jogador é recente. Há três anos, ele tinha outros adversários pela frente.

Em entrevista à Rádio Sagres, de Goiânia, Michael abriu o jogo e contou sobre os problemas que encarou antes de começar a se destacar no futebol. Ele ganhou a primeira grande chance como profissional em 2017, no Goianésia-GO, pouco depois de conseguir largar o mundo das drogas. Antes disso, chegou a se envolver com o tráfico de drogas e só melhorou depois de ir para a igreja.

"Eu gostava de mexer com tráfico, gostava só de coisa errada. Depois da sexta vez que tentaram me matar, Deus disse para mim 'chega, né?'. Fui para a igreja e uma mulher disse tudo o que aconteceu na minha vida. Falei que se Deus for bom, ele vai ter misericórdia de mim", disse o jogador, que revelou ter ficado bem perto da morte em diversas ocasiões.

"Tentaram me matar seis vezes. Eu era muito brigão no terrão, sempre fui custoso, 'galudinho'. Também era por tráfico. Acabei vendendo droga, acabei fumando e acabei roubando. Fiz muitas coisas e não tenho orgulho. Não tenho orgulho, não. Mas foram coisas que aconteceram na minha vida e eu peço perdão", acrescentou Michael.

De acordo com o atacante, ele entrou no mundo das drogas sem motivo, simplesmente por 'vagabundagem' e 'safadeza'. Hoje na mira de clubes brasileiros, em especial o Santos, Michael destacou a importância de ter tomado uma atitude e largado o mundo das drogas e do álcool.

"Era vício. Eu fumava e bebia por vício. Não era para amenizar nada. Era tomado pelo diabo. Era sem-vergonhice, safadeza mesmo. Eu entrei nas drogas por isso. Meu pai sempre trabalhou e me deu tudo que podia, não o que eu queria. Eu entrei por vagabundagem, safadeza. Eu não precisava, mas a maioria das pessoas não precisa. Faz por vagabundagem mesmo. Eu, hoje, dou valor ao meu pai e mãe. Errei, mas o importante é tomar uma atitude e parar", completou.

Michael tem contrato com o Goiás até o fim de 2021. Ele é o artilheiro do time em 2019, com cinco gols em 12 jogos. No ano passado, brilhou na Série B e foi um dos principais responsáveis por levar o time esmeraldino de volta à elite do futebol nacional.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferente do que foi informado anteriormente, Michael teve a primeira grande chance como profissional, em 2017, pelo Goianésia, e não pelo Goiânia. O erro foi corrigido.

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