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Com "pretinho básico", Cuca mantém a calma e até ri nos pênaltis

Alan Morici/AGIF
Imagem: Alan Morici/AGIF

Bruno Grossi

Do UOL, em São Paulo

08/04/2019 12h00

Se para ter uma vida saudável Cuca precisa aprender a controlar o estresse, no jogo de ontem ele passou com louvor por um grande teste. O técnico reestreou pelo São Paulo em uma semifinal de Campeonato Paulista, fora de casa, contra o Palmeiras, clube onde se tornou querido pela torcida, e com decisão de pênaltis pelo caminho. Tudo isso com muita concentração, serenidade e até um pouco de bom humor.

Viralizou entre os torcedores são-paulinos uma imagem da comissão técnica durante as cobranças de penalidades. Tiago Volpi se preparava para bater quando Cuca clamava pelo gol do goleiro e soltava uma risada discreta. O problema é que Volpi parou em Fernando Prass e o treinador precisou retomar a seriedade, até explodir com a defesa do goleiro em chute de Zé Rafael.

Durante o tempo normal, Cuca não deixou de ser participativo, como sempre foi ao longo de sua carreira. A diferença é que soube ser elétrico e, de certa forma, pilhado sem transformar isso em estresse, em irritação. Eram gritos de incentivo, como durante a espera para saber se o gol de Deyverson seria mesmo anulado, mas também pedidos de calma e paciência, quase sempre para Antony e Liziero.

O volante, aliás, protagonizou uma cena curiosa ao lado de Cuca, conhecido sempre pela alta competitividade, principalmente em clássicos. Em lance de bola ao chão, quando o São Paulo entendeu que não deveria devolver a bola e irritou os palmeirenses, o técnico logo chamou Liziero, que cobraria uma falta próximo ao banco de reservas tricolor e passou uma orientação.

Cuca e Mancini na semifinal do Paulistão 2019 - Alan Morici/Agif - Alan Morici/Agif
No banco, Cuca teve a companhia do coordenador Vagner Mancini
Imagem: Alan Morici/Agif

Liziero, então, pergunta se é mesmo para devolver a bola e Cuca assente. O volante avisa Bruno Henrique que colocará o fair play em prática e manda a bola para a defesa do rival. Alguns jogadores do São Paulo não entenderam a atitude naquele momento, mas a devolução controlou os ânimos palmeirenses em campo e na torcida. Ficar com a bola era criar o risco de ver uma atmosfera mais hostil no fim do primeiro tempo.

Atenção com o visual do professor

Durante o jogo, Cuca provou que conseguiu mudar hábitos, ser mais calmo. Mas o personagem marcante continua com suas peculiaridades. Quem não se lembra da camisa de Nossa Senhora, usada no título do Atlético-MG na Copa Libertadores da América de 2013. Ou da calça vinho, quando conquistou o Campeonato Brasileiro de 2016 pelo Palmeiras.

Assim, o visual do técnico passou a ser sempre uma atração. Em seu primeiro jogo à frente do São Paulo, não foi diferente. Afinal, enquanto toda comissão técnica trajava a nova linha azul da Adidas, lançada no mês passado, Cuca optou por vestir uma camisa pólo preta de viagem da linha de 2018. A calça e a bota escolhidas também eram pretas.

Cuca não explicou para ninguém a razão para ter usado um uniforme antigo do Tricolor. Mas isso também não é novidade para ele. No próprio Palmeiras era comum vê-lo vestindo modelos anteriores de uniformes em dias de jogos. Seja por mania ou superstição, a estratégia foi repetida e o visual "pretinho básico" trouxe sorte ao São Paulo.

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