Ajudado por Cazares e sem aulas, Chará vence idioma para brilhar no Galo

Defesas compactas, obrigação de recomposição e marcação individual dos oponentes. Nada disso incomodou Yimmi Chará em seu primeiro ano como jogador do Atlético-MG. O colombiano teve dificuldade mesmo ao aprender o idioma local - o português.

"Uma das dificuldades foi o idioma. Acho que a gente teve muita dificuldade no primeiro ano", disse o atacante em entrevista ao UOL Esporte.

Hoje, no entanto, o camisa 8 do Galo se comunica com naturalidade. A fluência não veio com aulas particulares - ele não estudou desta forma desde que chegou ao Brasil -, mas com o auxílio de um amigo equatoriano: Juan Cazares.

Quando desembarcou em Belo Horizonte com a sua família, o estrangeiro de 28 anos contou com toda a receptividade do camisa 10 atleticano. A amizade veio e, aos poucos, o português soou mais natural.

"Sempre que a gente chega a um time novo, o mais correto é falar com a pessoa que tem a mesma língua que você. O Cazares tem muito tempo já no Brasil e nos ajudou para fazer uma boa adaptação ao futebol, ao clube. Acho que foi importante para esse momento que eu precisava", revelou Chará.

A familiaridade com o novo idioma refletiu dentro das quatro linhas, e o atacante passou a render mais para a equipe. Rapidamente, ele se tornou incontestável entre os titulares e ganhou brilho em jogos decisivos. A participação mais importante foi na vitória sobre o Santos, nas oitavas de final da Copa do Brasil. Ele marcou dois gols e conduziu o Galo ao triunfo por 2 a 1 em pleno Pacaembu.

Por atuações como essa no Junior Barranquilla-COL, seu ex-time, que Yimmi Chará se tornou o reforço mais caro da história do futebol mineiro. Ele foi comprado por seis milhões de dólares (R$ 22,75 milhões na cotação atual). Mas não sente o peso das cifras e tem feito jus ao investimento. Para ficar apenas nos números, são sete gols e nove assistências em sua primeira temporada.

"Todos nós, como jogadores, temos responsabilidade, ainda mais pelo clube que estamos representando. É um time grande, um clube grande, que quer voltar a ganhar coisas importantes. Então, todos nós temos essa responsabilidade", explicou o jogador de 28 anos.

Na noite de hoje, Chará entra em campo como uma das armas do Atlético para garantir a vaga nas quartas de final da Copa Sul-Americana. O colombiano será titular no jogo diante do Botafogo, às 21h30 (de Brasília), na Arena Independência.

Confira, abaixo, outros trechos da entrevistas de Chará ao UOL:

Primeiro ano de Atlético-MG

"Um ano muito bom. O time vem fazendo bem as coisas. A gente está jogando, o que é importante. É saber que o clube está jogando torneios muito grandes. A gente precisa deixar coisas importantes para o time."

Futebol sul-americano e o futebol brasileiro

"As principais diferenças são mais a característica do jogador brasileiro e a técnica. O jogador brasileiro tem muita qualidade, e o jogador brasileiro tem essa facilidade de encarar os jogos. Acho que é uma das diferenças que há. O México tem o futebol muito aguerrido, muito dinâmico. Na Colômbia, também. Acho que não muda muito."

Como prefere jogar

"A gente prefere atacar, mas o futebol só tem duas coisas: atacar e defender. Quando o time precisa se defender, todos nós temos que fazer. Como falamos no futebol, os primeiros defensores são os atacantes. Quando a gente tem que marcar, vai marcar, independentemente de um resultado, de como está o time. Nós, como jogadores, temos que fazer como o técnico planejou para jogar."

Ficha técnica

Atlético-MG x Botafogo

Motivo: jogo de volta das oitavas de final da Copa Sul-Americana
Local: Independência, em Belo Horizonte
Data: 31 de julho de 2019 (quarta-feira)
Horário: às 21h30 (de Brasília)
Árbitro: Wilton Sampaio (BRA)
Assistentes: Marcelo Van Gasse e Bruno Pires (ambos BRA)
VAR: Leodan González (URU)

Atlético-MG
Cleiton; Patric, Réver, Igor Rabello e Fábio Santos; Jair, Elias, Vinicius e Rómulo Otero; Chará e Ricardo Oliveira.
Técnico: Rodrigo Santana.

Botafogo
Gatito Fernández; Marcinho, Marcelo Benevenuto, Cícero e Gilson; Bochecha, João Paulo e Alex Santana; Rodrigo Pimpão, Luiz Fernando e Diego Souza.
Técnico: Eduardo Barroca.