Tsonga empolga torcida, surpreende Federer e vai às semis em Paris

Jo-Wilfried Tsonga era a única esperança de título francês em Roland Garros, para encerrar o tabu que já dura 30 anos - desde 1983, quando Yannick Noah levou a taça em Paris -, mas enfrentaria Roger Federer nas quartas de final. Ele não vencia o suíço desde 2011, o que dava claro favoritismo para Federer. Mas Tsonga surpreendeu, fez a festa da torcida e, com impressionantes três sets a zero, levou a vaga nas semifinais (parciais de 7-5 6-3 e 6-3).

A partida foi completamente dominada por Tsonga, que é claro, fez sua comemoração tradicional de pulos no centro da quadra de forma ainda mais empolgada do que o normal. Só faltou rasgar a camisa, como costuma fazer depois de grandes vitórias.

Já Federer, ao menos, chegou ao recorde de vitórias em Roland Garros: ao triunfar nas oitavas sobre Gilles Simon, alcançou o triunfo de número 58 em Paris, igualando a marca do argentina Guillermo Villas. Ele também chegou ao 900° triunfo na carreira.

Tsonga, agora, encara David Ferrer, que atropelou e só perdeu quatro games para Tommy Robredo no mesmo horário da partida entre Federer e o francês. Ferrer fez 6-2, 6-1 e 6-1 em cima do compatriota.

A partida teve gosto de vingança para os franceses: Federer já havia eliminado Julien Benneteau e Gilles Simon anteriormente em Paris. Mas Tsonga  soube passar pelo rival, que o havia tirado do Aberto da Austrália, em janeiro deste ano, em batalha de cinco sets.

Federer quebra primeiro, mas para por aí

Roger Federer foi o primeiro a quebrar o saque do rival, e deu a impressão de que aumentaria a vantagem no duelo contra o francês (nove vitórias contra três). Porém, após a quebra no quinto game, perdeu ritmo de jogo.

Tsonga quebrou de volta no oitavo game, igualou o jogo em 4 a 4 e animou definitivamente a torcida da casa no 11° game, quando virou para 6 a 5. A torcida, até então, estava neutra, mas a partir daí ficou totalmente ao lado de Tsonga.

No game seguinte, chegou a abrir 0-40, viu Federer se recuperar, mas no deuce contou com dois erros não-forçados de Federer - inclusive uma "isolada", após a bola pegar no aro da raquete do suíço.

A empolgação tomou conta de Tsonga, que venceu facilmente o primeiro game da segunda parcial, e logo depois quebrou o saque de Federer. A vantagem só sofreu ameaças no sexto game, quando Federer, apos levar belos golpes na passada de Tsonga, salvou seu saque com aces. Mas, após forçar 13 erros de Federer, Tsonga levou o segundo set por 6 a 3.

O ritmo do jogo não mudou no set decisivo. Apesar de Federer saber que seria sua última chance de sobreviver em Roland Garros, e de vir de virada sobre Gilles Simon (estava atrás por 2 a 1), ele não conseguiu encontrar seu jogo.

Após trocarem quebras nos dois primeiros games, Tsonga dominou a partir do sétimo. Fechou em 6 a 3 e pôde comemorar sua vaga na semifinal. Enquanto isso, a torcida francesa mantém a esperança de ver o incômodo tabu de 30 anos acabar.