Com atuação de gala, Djokovic põe fim à hegemonia de Nadal em Roland Garros
A quarta-feira marcou o 29º aniversário de Rafael Nadal e ele estava em seu palco preferido, a quadra Philippe Chatrier, a principal de Roland Garros. Só que quem fez a festa no saibro parisiense foi o sérvio Novak Djokovic. Em uma atuação de encher os olhos, o sérvio venceu por 3 sets a 0 (7-5, 6-3 e 6-1), em 2h27, e avançou à semifinal do Grand Slam francês pelo quinto ano seguido.
E a vitória de Djokovic não significou apenas a manutenção de seu sonho de conquistar pela primeira vez a taça de Roland Garros e colocar em sua galeria o único grande troféu que lhe falta. O triunfo derrubou escritas importantes de Nadal na capital francesa.
Esta foi apenas a segunda derrota do espanhol em 72 partidas no Grand Slam, a primeira desde o dia 31 de maio de 2009, quando foi superado pelo sueco Robin Soderling nas oitavas de final. Além disso, o revés do sétimo colocado do ranking mundial adiará por pelo menos mais um ano a conquista da décima taça em Roland Garros. Ele tem nove, sendo seis nos últimos seis anos.
E não é só isso. Pela primeira vez em sua carreira, Nadal fecha a temporada europeia de saibro sem nenhum título. Para tornar ainda mais dolorida a derrota, o espanhol poderá deixar o top 10 do ranking mundial na lista a ser divulgada na próxima segunda-feira, o que seria sua pior posição desde o dia 18 de abril de 2005, quando esteve em 11º.
Já Djokovic fica ainda mais perto de tocar o céu e colocar um ponto de exclamação na sua temporada, que beira à perfeição. O sérvio chegou a 27 partidas de invencibilidade. Um número que fica ainda mais impressionante levando em consideração que venceu as 15 que fez no saibro.
No confronto direto com Nadal, o sérvio se aproxima cada vez mais do empate. Tem agora 21 vitórias e 23 derrotas. Só em Roland Garros, haviam sido seis reveses. Um fantasma que foi exorcizado de vez nesta quarta.
"Tenho muito respeito por ele (Nadal), é um grande campeão. Só havia perdido uma partida aqui. Uma das chaves foi se concentrar em todos os pontos. Estou muito contente", afirmou ainda em quadra.
Atropelo à vista? Ledo engano
Os quatro primeiros games da partida deram a impressão de que Djokovic passaria por Nadal sem tomar conhecimento do rival. Isso porque abriu 4 a 0 e permitiu que o espanhol ganhasse apenas dois pontos. O sérvio era muito agressivo e abusava da subidas à rede, deixando o espanhol muito desconfortável em quadra.
Mas após um início muito ruim, Nadal conseguiu se recuperar. Mudou a estratégia e passou a afundar mais as bolas. A alteração de ritmo surpreendeu Djokovic e foi a vez de o sérvio não encontrar respostas. E o espanhol aproveitou o momento para reagir, devolver as duas quebras e deixar o marcador em 4 a 4.
Depois disso, o equilíbrio foi enorme. Retrato disso foi o décimo game, que teve dez minutos de duração e Nadal salvando três set points.
No 12º game, Djokovic teve mais três chances para quebrar o rival e garantir o triunfo no primeiro set. E depois de muito suar, conseguiu sair na frente da partida ao trazer Nadal para rede e forçar um erro do adversário. Ali já era decorrida uma hora e sete minutos de partida.
Quebra em momento crucial para o sérvio
No segundo set, os dois tenistas tiveram muito mais facilidade para confirmarem os seu saques e pouco permitiram que o o adversário fizesse para incomodá-lo. Até o oitavo game, nem Djokovic, nem Nadal conseguiram sequer um break point.
A história só mudou exatamente no oitavo game, e o sérvio não quis dar chances para o azar. Depois de desperdiçar a primeira chance de quebra, converteu a segunda e abriu 5 a 3.
Na sequência, sacando para fechar o set, o sérvio chegou a se enrolar, mas manteve a frieza para fazer 6 a 3 após 46 minutos.
Ponto de exclamação em uma jornada memorável
Djokovic entrou no último set disposto a matar de vez o jogo e não dar a Nadal a mínima possibilidade de pensar em uma reação. Impecável, pressionando o adversário e levando-o a cometer erros, o sérvio precisou somente de 23 minutos para abrir 4 a 0 e deixar a todos boquiabertos. Ali, uma reviravolta era praticamente improvável. E, de fato, ela não correu.
Foram necessários apenas mais três games para o sérvio conquistar uma das maiores vitórias de sua carreira. Vitória que veio após uma dupla-falta do espanhol.
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