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Com atuação de gala, Djokovic põe fim à hegemonia de Nadal em Roland Garros

Do UOL, em São Paulo

03/06/2015 13h13

A quarta-feira marcou o 29º aniversário de Rafael Nadal e ele estava em seu palco preferido, a quadra Philippe Chatrier, a principal de Roland Garros. Só que quem fez a festa no saibro parisiense foi o sérvio Novak Djokovic. Em uma atuação de encher os olhos, o sérvio venceu por 3 sets a 0 (7-5, 6-3 e 6-1), em 2h27, e avançou à semifinal do Grand Slam francês pelo quinto ano seguido.

E a vitória de Djokovic não significou apenas a manutenção de seu sonho de conquistar pela primeira vez a taça de Roland Garros e colocar em sua galeria o único grande troféu que lhe falta. O triunfo derrubou escritas importantes de Nadal na capital francesa.

Esta foi apenas a segunda derrota do espanhol em 72 partidas no Grand Slam, a primeira desde o dia 31 de maio de 2009, quando foi superado pelo sueco Robin Soderling nas oitavas de final. Além disso, o revés do sétimo colocado do ranking mundial adiará por pelo menos mais um ano a conquista da décima taça em Roland Garros. Ele tem nove, sendo seis nos últimos seis anos.

E não é só isso. Pela primeira vez em sua carreira, Nadal fecha a temporada europeia de saibro sem nenhum título. Para tornar ainda mais dolorida a derrota, o espanhol poderá deixar o top 10 do ranking mundial na lista a ser divulgada na próxima segunda-feira, o que seria sua pior posição desde o dia 18 de abril de 2005, quando esteve em 11º.  

Já Djokovic fica ainda mais perto de tocar o céu e colocar um ponto de exclamação na sua temporada, que beira à perfeição. O sérvio chegou a 27 partidas de invencibilidade. Um número que fica ainda mais impressionante levando em consideração que venceu as 15 que fez no saibro. 

No confronto direto com Nadal, o sérvio se aproxima cada vez mais do empate. Tem agora 21 vitórias e 23 derrotas. Só em Roland Garros, haviam sido seis reveses. Um fantasma que foi exorcizado de vez nesta quarta.

"Tenho muito respeito por ele (Nadal), é um grande campeão. Só havia perdido uma partida aqui. Uma das chaves foi se concentrar em todos os pontos. Estou muito contente", afirmou ainda em quadra. 

Na busca por um lugar na final, enfrentará Andy Murray (3º colocado do ranking mundial), que fez 3 sets a 1 sobre David Ferrer.

Atropelo à vista? Ledo engano
Os quatro primeiros games da partida deram a impressão de que Djokovic passaria por Nadal sem tomar conhecimento do rival. Isso porque abriu 4 a 0 e permitiu que o espanhol ganhasse apenas dois pontos. O sérvio era muito agressivo e abusava da subidas à rede, deixando o espanhol muito desconfortável em quadra.

Mas após um início muito ruim, Nadal conseguiu se recuperar. Mudou a estratégia e passou a afundar mais as bolas. A alteração de ritmo surpreendeu Djokovic e foi a vez de o sérvio não encontrar respostas. E o espanhol aproveitou o momento para reagir, devolver as duas quebras e deixar o marcador em 4 a 4.

Depois disso, o equilíbrio foi enorme. Retrato disso foi o décimo game, que teve dez minutos de duração e Nadal salvando três set points.

No 12º game, Djokovic teve mais três chances para quebrar o rival e garantir o triunfo no primeiro set. E depois de muito suar, conseguiu sair na frente da partida ao trazer Nadal para rede e forçar um erro do adversário. Ali já era decorrida uma hora e sete minutos de partida.

Quebra em momento crucial para o sérvio
No segundo set, os dois tenistas tiveram muito mais facilidade para confirmarem os seu saques e pouco permitiram que o o adversário fizesse para incomodá-lo. Até o oitavo game, nem Djokovic, nem Nadal conseguiram sequer um break point.

A história só mudou exatamente no oitavo game, e o sérvio não quis dar chances para o azar. Depois de desperdiçar a primeira chance de quebra, converteu a segunda e abriu 5 a 3.

Na sequência, sacando para fechar o set, o sérvio chegou a se enrolar, mas manteve a frieza para fazer 6 a 3 após 46 minutos.

Ponto de exclamação em uma jornada memorável
Djokovic entrou no último set disposto a matar de vez o jogo e não dar a Nadal a mínima possibilidade de pensar em uma reação. Impecável, pressionando o adversário e levando-o a cometer erros, o sérvio precisou somente de 23 minutos para abrir 4 a 0 e deixar a todos boquiabertos. Ali, uma reviravolta era praticamente improvável. E, de fato, ela não correu.

Foram necessários apenas mais  três games para o sérvio conquistar uma das maiores vitórias de sua carreira. Vitória que veio após uma dupla-falta do espanhol.