| 09/11/2006 - 14h55 Uruguai vira no fim, e jogo com Argentina acaba em briga generalizada Ricardo Zanei* Enviado especial do UOL No Rio de Janeiro Com dois gols nos últimos segundos, o Uruguai virou o placar para 2 a 1, nesta quinta-feira, e conseguiu vaga inédita para a semifinal da Copa do Mundo da "Era Fifa". A derrota no fim fez com que a Argentina partisse para a briga, e o jogo acabou em uma pancadaria generalizada.
BRIGA GENERALIZADA NA AREIA |
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 Ricard comemora gol do Uruguai na vitória por 2 a 1 sobre a Argentina, que se revoltou |  Inconformados com a derrota, os argentinos partiram para agressão contra os uruguaios |  O goleiro Salgueiro (costas), da Argentina, briga com Matias. Diego (dir) tenta apartar |  Os seguranças da Copa do Mundo tentam controlar a fúria argentina na areia carioca |  Salgueiro lamenta a eliminação argentina e chora após a confusão em Copacabana | VEJA MAIS FOTOS DA CONFUSÃO |
Na semi, o time uruguaio terá pela frente a seleção francesa, atual campeã mundial, que levou um susto no fim, mas eliminou o Japão por 3 a 2.
Uruguai e França se enfrentam no sábado, às 9h30 (horário de Brasília). Em seguida, às 11h, Brasil e Portugal repetem o duelo das semis do ano passado, na arena de Copacabana, no Rio de Janeiro.
Os rivais sul-americanos fizeram um jogo equilibrado. A Argentina só abriu o placar aos 5min35 do terceiro tempo. Depois de lateral cobrado da esquerda, Federico Hilaire não conseguiu desviar, mas seu irmão, Santiago, entrou livre para marcar.
O clássico sul-americano corria normalmente até o minuto final, quando o goleiro argentino Marcelo Salgueiro caiu em quadra, reclamando de areia em seu rosto, fazendo com que o jogo fosse paralisado.
Após atendimento, faltando pouco mais de 30 segundos, na "bola ao ar", sem nenhum argentino por perto, o árbitro indicou para devolver a bola para o rival, mas o uruguaio Damian chutou para o gol e acertou a trave. No rebote, Salgueiro saiu da área para pegar a bola nas mãos, o que caracteriza falta. Com a marcação, o técnico argentino Hector Petrasso reclamou e acabou expulso pela arbitragem. Na cobrança do tiro livre, Ricar empatou a partida.
"Eles esperavam que a gente fosse devolver, mas você pode interpretar o lance de várias maneiras. Com certeza, não tive a intenção de chutar no gol, só que saiu a falta depois e, para nós, o lance foi válido. E foi só aí que saiu o gol", justificou Miguel à "Globo".
Por causa do lance, os argentinos já iniciaram um empurra-empurra, rapidamente contido. O duelo continuou e, a dois segundos do fim, nova falta para o Uruguai. Miguel bateu do meio da quadra, a bola acertou um buraco e mudou de trajetória, encobrindo Salgueiro. Resultado: 2 a 1 para os uruguaios.
Revoltados, os argentinos imediatamente partiram para cima de Miguel, responsável pelo lance polêmico. Começou, então, uma briga generalizada, com direito a cadeiras voando.
ARGENTINA DEIXA O BRASIL |
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Depois da confusão, a Fifa tinha a intenção mudar a Argentina de hotel para evitar novo confronto com os uruguaios, já que todas as delegações estão hospedadas no mesmo local.
O regulamento prevê que o time eliminado deixe o país no dia seguinte à derrota, só ficando por mais tempo se não houver vôo ou outro problema que impeça a viagem.
Os argentinos se anteciparam, conseguiram alterar a data do vôo e voltam para Buenos Aires ainda nesta quinta-feira. |
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Para se defender, o uruguaios, perseguidos por argentinos, acabaram entrando em uma área reservada da Fifa. A segurança conseguiu conter os atletas da Argentina, enquanto alguns jogadores do Uruguai permaneceram trancados em uma sala até que os ânimos fossem contidos.
Enquanto isso, na área vip, dois torcedores brasileiros começaram a bater boca com um simpatizante da Argentina. Mais uma vez, houve empurra-empurra, e a briga só não teve seqüência por causa da ação da segurança.
A confusão, que parecia controlada, continuou fora da arena. Na saída do local, na Avenida Atlântica, o elenco argentino foi agredido por torcedores brasileiros, que começaram a atirar objetos as duas vans da organização onde estavam os atletas. A Guarda e a Polícia Militares, munidas de cassetetes, usaram ainda spray de pimenta para conter o tumulto. Não há a informação de que algum torcedor foi preso.
"Eu nunca vi isso. É muita falta de educação, tanto dos brasileiros que fizeram isso, dos argentinos, que provocaram a torcida, e dos uruguaios, que não poderiam fazer o que fizeram durante o jogo", disse Juninho, uma das estrelas do futebol de areia do Brasil, ausente na seleção que disputa a Copa.
*atualizada às 17h45
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