| 12/11/2006 - 13h42 Ataque eficiente salva a "coletividade" e leva Brasil ao título Ricardo Zanei Enviado especial do UOL No Rio de Janeiro A eficiência do ataque salvou os slogans de "futebol coletivo" e "jogar como equipe" da seleção brasileira e foi responsável pela conquista do título da Copa do Mundo da Fifa de futebol de areia.
O troféu veio depois de seis vitórias, poucos sustos na competição, e graças, principalmente, à eficácia do ataque brasileiro. O time marcou 54 gols, ou seja, 9 por jogo, superior à média histórica da equipe, de 8,1. A defesa, que deveria ter sido o ponto forte, levou 16 gols, 2,67 de média, o que corresponde a 0,04 gols sofridos a mais do que nos 277 duelos da equipe.
O Brasil tem uma cultura de criar termos de impacto para as suas seleções, especialmente no futebol. Em 2002, o "copeiro" Luiz Felipe criou a sua "família Scolari" e levou a seleção ao penta. Quatro anos depois, foi a vez de Carlos Alberto Parreira apostar no "quadrado", que tropeçou na "mágica" e foi eliminado nas quartas-de-final da Copa. O vício do slogan parece que já contaminou o futebol de areia.
Antes e durante todo o Mundial, o técnico Alexandre Soares e os jogadores bateram na mesma tecla. A aposta era em um time que priorizava o lado coletivo em detrimento do individual. A marcação seria mais forte, minimizando as chances de gols dos rivais. A ordem era "equipe como equipe".
Mas, o que se viu em quadra não refletiu - em termos - o pensamento do treinador e as palavras de seus pupilos. O sistema defensivo apresentou falhas, como mostram os números, mas o ataque, prioridade no elenco que tinha Jorginho e Neném - excluídos da Copa -, fez com que a "filosofia" implantada tivesse sucesso.
"Quando formamos essa equipe, tínhamos certeza que, como equipe, eles são muito fortes. O grande barato foi fazer esses grandes jogadores atuarem para o time. Uma seleção brasileira jogando como equipe é muito difícil de ser batida", comentou Soares.
"O time do ano passado era mais espetacular, esse é mais coletivo. Tem só o Benjamin que faz aquelas coisas bonitas. A outra galera joga muito, mas mais para o coletivo, marca mais, sai em velocidade. São duas grandes seleções", completou o capitão Júnior Negão.
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