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OJ Simpson recebe liberdade condicional após 9 anos de prisão

Jason Bean-Pool/Getty Images
Imagem: Jason Bean-Pool/Getty Images

Do UOL, em São Paulo

20/07/2017 15h57

O ex-jogador de futebol americano OJ Simpson recebeu, nesta quinta-feira (20), liberdade condicional nove anos após ser detido por roubo à mão armada e sequestro em 2007. O ex-atleta participou de uma audiência na penitenciária de Lovelock, no estado de Nevada, que durou duas horas e foi concluída com a decisão que ele poderá deixar a prisão no dia 1º de outubro.

A expectativa era que a audiência durasse entre 30 e 45 minutos, mas levou cerca de 75 para ser concluída. Durante o depoimento, OJ Simpson mostrou o carisma pelo qual sempre foi conhecido e admitiu erros na vida, como “problemas com fidelidade”. O atleta aguardou cerca de meia hora até que o conselho de liberdade condicional desse o veredito positivo, se emocionando assim que ele foi determinado.

O ex-atleta declarou que apenas acompanhou o caso de roubo que resultou em sua prisão, que outros executaram o crime. No entanto, os outros participantes do incidente contam a história ao contrário, com OJ Simpson como a mente por trás do caso.

“Eu vim aqui, passei nove anos sem dar desculpas sobre nada. Estou arrependido que as coisas tenham tomado o caminho que tomaram. Não tinha intenção de cometer um crime. Eu acredito no júri, vou honrar o que eles disseram e não darei problema. Acho que mantive minha palavra. Eu cumpri minha sentença, só gostaria de voltar para minha família e amigos – acredite ou não, eu tenho amigos reais. Eu cumpri minha pena, tentei ser útil a todos. Lamento pelo que aconteceu, peço desculpas a Nevada”, disse OJ em sua declaração final ao conselho de liberdade condicional.

O ex-atleta foi preso por um roubo à mão armada e sequestro em 2007, que ocorreu dentro de um cassino em Las Vegas. OJ invadiu um quarto de hotel armado em busca de souvenires de seus tempos como atleta, acompanhado de capangas. Simpson alegava que as relíquias de sua fase na NFL ainda pertenciam a ele, e não aos dois vendedores envolvidos. Um ano depois foi condenado a uma pena de 33 anos, com a possibilidade de condicional a partir de nove anos.

Na penitenciária de Lovelock, de segurança máxima, OJ Simpson se manteve longe de confusões e tem dividido seu tempo jogando fantasy de futebol americano, treinando o time de softbol do presídio e cuidado da alimentação – perdeu 36 kg após ter engordado comendo mal. O bom comportamento e relação com outros detentos e guardas permitiu certas regalias ao ex-jogador, como furar filas do refeitório.

Crime não tem relação com julgamento dos anos 1990

Ídolo do futebol americano, OJ Simpson se tornou uma figura controversa em 1994, quando foi julgado pelo assassinato da ex-mulher Nicole Brown e o amigo dela, Ronald Goldman - OJ era o único suspeito do caso. O ex-atleta foi inocentado criminalmente do caso em 1995 pelo júri, mas as sessões de tribunal e a sentença dividiram opiniões no país.

Dois anos depois, OJ Simpson foi condenado por um júri civil a pagar US$ 33,5 milhões aos familiares de Nicole e Ronald, algo que nunca aconteceu. 

OJ Simpson ficou em liberdade, mas acabou condenado em 2008 pelo roubo à mão armada e sequestro em Las Vegas, crime sem nenhuma relação com o anterior, que motivou uma série de televisão, "American Crime Story: The People Vs. OJ Simpson",  e o documentário "OJ: Made in America", este vencedor do último Oscar da categoria.

Emoção de filha e gravata de time da NFL

A audiência desta quinta teve cenas que chamaram atenção, como o depoimento emocionado da filha mais velha Arnelle Simpson: “Em nome da família, meu irmão, irmã, tio e tia, os amigos: só queremos que ele volte para casa. Sei no meu coração que ele foi humilhado por esta situação”, declarou.

Outro fato curioso foi a gravata de um dos quatro membros do conselho que concedeu a OJ Simpson a liberdade condicional. O indivíduo foi temático para audiência, com um acessório temático do Kansas City Chiefs.