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Palmeiras deve enviar pedido de impugnação de partida contra o Inter até terça-feira

Jogadores de Internacional e Palmeiras se envolvem em confusão após gol de mão - Alexandro Auler/Preview.com
Jogadores de Internacional e Palmeiras se envolvem em confusão após gol de mão Imagem: Alexandro Auler/Preview.com

Danilo Lavieri

Do UOL, em São Paulo

29/10/2012 12h31

O Palmeiras pretende enviar até as 18h de terça-feira o protesto legal à CBF (Confederação Brasileira de Futebol) para tentar que a partida contra o Internacional, que aconteceu no último sábado, no Beira-Rio, seja cancelada. O protesto acontece por causa da suposta intervenção de tecnologia para que o árbitro Francisco Carlos do Nascimento conseguisse anular o gol de mão de Barcos que igualaria o placar aos 17 minutos do 2º tempo. Este é o prazo legal definido pela entidade para este tipo de problema.

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Em entrevista ao UOL Esporte, o diretor jurídico do clube, Piraci de Oliveira, disse que a decisão final ainda não está tomada e ficará nas mãos do presidente, Arnaldo Tirone, mas que a tendência é que o protesto seja, sim, oficializado.

"A gente vai fazer uma reunião e a decisão final fica na mão do presidente. Ainda assim, a tendência é que a gente entre, mesmo que com provas testemunhais não tão fortes, com o processo até a terça-feira, que representam as 48 horas úteis após o jogo", disse ele.

"Temos provas testemunhais, que seriam os repórteres que estavam à beira do campo e o próprio delegado, que precisa assumir o que fez. É difícil ele negar, porque temos imagens dele recebendo a informação", completou.

Arnaldo Tirone foi procurado pela reportagem, mas seu celular estava com um funcionário.

O protesto do Palmeiras independe da vontade do procurador do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), Paulo Schmitt, que já deu declarações de que dificilmente algo acontecerá neste caso. Piraci explica que após o protesto oficializado uma audiência será marcada e a reclamação será analisada.

O time paulista tem como argumento o fato de que o delegado da partida, Gérson Baluta, teria pedido informações de emissoras de televisão sobre como foi feito o gol. Enquanto o delegado conversava com o juiz Francisco Carlos Nascimento sobre o lance, a repórter Taynah Espinoza, da TV Bandeirantes no Rio Grande do Sul, descreveu o procedimento dos auxiliares da arbitragem para analisar a jogada polêmica.

"O Fernandão, na hora que saiu o gol, já achou que tinha sido invalidado. Quando viu que o gol havia sido validado, correu aqui, falou a todo momento que tinha sido mão, gritou muito, e aí eles perguntaram para nós da transmissão", disse a repórter, segundo o jornal Lance!.

"Foi dito que foi mão pelo que se viu, e agora o delegado está perguntando para quem está fazendo a transmissão, se pelas câmeras de televisão vimos que foi gol. Parece que estão usando mesmo a tecnologia, mesmo que não seja de forma legal, entre aspas", completou.

As normas da Fifa afirmam que o árbitro pode recuar de uma decisão com duas condições: desde que ele receba informações apenas de seus auxiliares e que o jogo ainda não tenha sido reiniciado. Ainda em entrevista à TV Bandeirantes, o árbitro admitiu que se comunicou com os companheiros para tomar a decisão. "Há uma recomendação de não falarmos de lances de jogo, mas existe o trabalho de equipe".