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Valdir de Moraes lamenta situação do Palmeiras e revela mágoa por saída: "Não me ouviram"

Valdir Joaquim de Moraes foi homenageado pelo Palmeiras em 2010 - Almeida Rocha/Folha Imagem
Valdir Joaquim de Moraes foi homenageado pelo Palmeiras em 2010 Imagem: Almeida Rocha/Folha Imagem

Danilo Lavieri

Do UOL, em São Paulo

14/11/2012 06h01

Valdir Joaquim de Moraes está triste. O ex-goleiro não esconde a chateação por ver o Palmeiras à beira do rebaixamento e, principalmente, por ter sido pouco ouvido pela antiga comissão técnica enquanto esteve lá.

O responsável pela formação de São Marcos tenta esconder a mágoa e diz que não quer tumultuar ainda mais o ambiente do Palestra Itália, mas deixa transparecer na voz e nas palavras a vontade de ter conseguido ajudar mais nas horas difíceis.

VALDIR JOAQUIM HOMENAGEIA MARCOS

“Eu sempre pensei positivo, porque se você entrar em campo pensando que vai perder é melhor nem entrar. O Palmeiras está repercutindo no mundo inteiro porque é grande. (O rebaixamento) é uma coisa que acontece devagarinho até que cai de vez. Agora, contrataram o Gilson, que merece todos os elogios porque está fazendo o que tem e merece o meu respeito e do dirigente e do torcedor. Todos têm de apoiar”, disse ele.

“Não posso dizer que guardo mágoa do Palmeiras, porque é um clube que tenho muito carinho. Quando falaram que eu ia sair, eu não pedi explicação para ninguém, só conversei com o Frizzo. As pessoas passam, a instituição ficam. Eu não lamentei por eu não ter uma consideração maior, mas lamento porque nunca pude interferir em nada, nunca quiseram me ouvir e não fui consultado em nenhum momento. Em alguma hora, se me ouvissem, as coisas iam ser diferentes. Mas passou muito tempo e o carinho não vai mudar”, completou Valdir.

Como o Blog do Perrone revelou, a demissão de Valdir Joaquim de Moraes foi um pedido da antiga comissão técnica, composta por Galeano, Felipão e Murtosa, entre outros funcionários. A relação entre o ídolo palmeirense e o técnico Vanderlei Luxemburgo incomodava o trio. Na época em que o comandante treinava o Flamengo, Valdir era até tirado do campo sob suspeita de que ele passaria informações a seu amigo. 

Valdir diz que não sabe da história, mas deixa no ar, sem revelar tudo, que há algum motivo para a sua saída que não a contenção de despesas, como foi alegado pelo clube na época.

“Não sei se eles me tiraram porque sou amigo do Vanderlei, se fizeram, foi por trás. Na verdade, eles nunca me falaram isso, mas por trás das verdades existem um monte de outras verdades. Nunca prestei satisfação ao Galeano e nunca vou prestar, porque nem tenho o que falar para ele. E o Luiz (Felipão) foi muito gentil quando se despediu de mim. Se ele tem mais do que ele falou a mim, eu não sei”, disse Valdir. “Mas eu sou muito amigo do Vanderlei mesmo. Assim como sou de outros técnicos de futebol”.

Na época de sua saída, o Palmeiras orientou o ex-goleiro a não falar nada e distribuiu comunicado oficial falando que os motivos eram pessoais. Nove meses depois, ele admite que saiu contra a sua vontade.

Apesar disso, diretamente de Porto Alegre, onde hoje vive com a família, ele afirma que acreditará até o último momento que o Palmeiras poderá escapar do seu segundo rebaixamento na história.

“Eu estou assistido a todos os jogos aqui de Porto Alegre. A esperança de vencer sempre existe e também existe a de que outros jogos também tenham resultados bons, embora as dificuldades sejam grandes. O próprio jogo contra o Fluminense prova isso. Todo mundo acreditava numa goleada depois do 2 a 0 e conseguiu reverter. Era para ter feito o terceiro, mas o Cavalieri fez uma defesa sensacional. Eu conheço aquele meninada, sei que eles podem mais”, disse ele, para depois eleger Assunção como símbolo de esforço do elenco.

“Vi uma declaração do Assunção muito bonita. Vejo que ele tem os sentimentos profundos, com espírito muito bom, e com experiência de quem está dando tudo para o Palmeiras se reerguer, superando contusão e deixando dor de lado. Todo mundo tem que ver isso como um exemplo”, finalizou.