Carrasco no Olímpico, Larry elege D'Ale como 'herdeiro' em Gre-Nal na Arena

Larry Pinto de Faria transformou o primeiro Gre-Nal do estádio Olímpico em um pesadelo para os gremistas, em 1954. Autor de quatro gols na vitória de 6 a 2 do Inter, o então atacante ficou conhecido como carrasco. E agora, elege D’Alessandro como uma espécie de herdeiro. Um sucessor para ser protagonista do Inter no primeiro clássico na nova casa do Grêmio.

“É difícil eleger, o futebol não é uma ciência exata, mas o D’Alessandro tem condições de ser o grande nome do jogo”, diz Larry ao UOL Esporte. “Ele tem qualidade ímpar, tem leitura de jogo apurada e muita técnica. É realmente diferente”, elogia.

O histórico de D’Ale contra o Grêmio, de fato, recomenda a aposta. No Inter desde meados de 2008, o gringo já participou de 17 clássicos. Com ele em campo, o Colorado venceu 8 vezes, empatou 5 e perdeu 4. Dos 49 gols marcados de vermelho, seis foram em Gre-Nais.

Em 26 de setembro de 1954, Larry usou a sua técnica apurada para estragar a festa do coirmão. Grêmio e Inter foram decidir um quadrangular, que ainda contou com as participações de Nacional e Liverpool – ambos do Uruguai. Na final, os donos da casa saíram na frente, mas o Colorado virou o escore. E chegou a abrir 6 a 1.

“Até hoje, todo santo dia alguém me pergunta ou comenta sobre aquele Gre-Nal. É incrível. O Grêmio saiu na frente, mas a gente reagiu. O Grêmio passou a dar muito espaço e desandamos a fazer gol. No final eles descontaram e ficou 6 a 2” conta Larry.

Quase 59 anos depois, o antigo centroavante não aposta em uma nova goleada. Espera uma vitória do Inter, sim, mas cita a marcação e a velocidade dos jogos atuais para justificar que o placar seja apertado.

“Atualmente uma goleada só vem em uma circunstância da partida. Quando se tem um ou dois jogadores expulsos. O futebol mudou muito, está mais rápido. A marcação está diferente mesmo”, comenta.

O fato de ser o primeiro Gre-Nal na Arena foi admitido pelos jogadores do Inter como uma motivação extra. Em 1954, Larry e o restante do time vermelho também usaram este ponto antes de entrar em campo.

“Claro que é diferente. A motivação é inerente nos dois times, mas também tinha aquela coisa de querer ganhar o primeiro Gre-Nal no Olímpico. O Grêmio fez uma partida fantástica [contra o Nacional] e chegou empolgado. Nós queríamos vencer também”, aponta.

No domingo, Larry vai repetir um ritual particular. Reunirá os filhos, a esposa e ficará diante da TV desde cedo esperando pelo Gre-Nal. O confronto, válido pela 11ª rodada do Brasileirão, acontece às 16h.