Topo

Final fora da Argentina? Tapetão? O que sabemos sobre River x Boca

River Plate x Boca Juniors ainda não sabem quando vão decidir o torneio sul-americano - Marcos Brindicci/Reuters
River Plate x Boca Juniors ainda não sabem quando vão decidir o torneio sul-americano Imagem: Marcos Brindicci/Reuters

Do UOL, em São Paulo (SP)

26/11/2018 14h07

A Copa Libertadores de 2018 se tornou uma incógnita. Afinal, o que era para ser decidido no último fim de semana, com uma esperada final entre River Plate x Boca Juniors, acabou cancelado e agora não tem data ou qualquer direcionamento sobre qual decisão a Conmebol irá tomar sobre a realização (ou não) do segundo jogo da decisão entre as duas maiores instituições futebolísticas da Argentina. Uma reunião nesta terça-feira entre as diretorias dos clubes e da entidade devem ajudar a elucidar os questionamentos.

Leia mais

Todas as dúvidas nascem do ataque de torcedores do River Plate ao ônibus do Boca Juniors no sábado, horas antes daquele horário até então definido para a despedida da competição (18h, de Brasília). Jogadores saíram feridos, como o capitão bostero Pablo Pérez, e o clube mais popular da Argentina decidiu não jogar. Nem no domingo houve bola rolando no Monumental de Nuñez, e a final continua aberta após o 2 a 2 em La Bombonera.

Reunião para decidir local do jogo

O primeiro passo para se decidir sobre o futuro de River Plate x Boca Juniors será dado nesta terça-feira (27), em Luque, no Paraguai. Na sede da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol), dirigentes dos dois clubes e da entidade sul-americana vão decidir a data e o local do segundo jogo. A Fifa já "lavou as mãos" e disse que não vai intervir.

G-20 segura Buenos Aires na semana

Macri Argentina - Andres Stapff/Reuters - Andres Stapff/Reuters
Presidente Mauricio Macri vai receber líderes mundiais na reunião do G-20
Imagem: Andres Stapff/Reuters

A Conmebol tem um empecilho em relação à data da decisão. A partir de quarta-feira, toda a segurança da capital estará direcionada para receber os líderes mundiais que vão à reunião do G-20. O presidente argentino Mauricio Macri, dono de um passado íntimo com o Boca Juniors, deve ter ao lado nomes como Donald Trump (Estados Unidos), Vladimir Putin (Rússia), Angela Merkel (Alemanha), Xi Jinping (China), Emmanuel Macron (França) e Justin Trudeau (Canadá).

A província de Buenos Aires já manifestou que não há qualquer possibilidade de dividir a polícia para também garantir a segurança de um River x Boca no próximo fim de semana, data na qual o efeito no calendário seria menor. O encontro do G-20, que também deve contar com a presença do presidente Michel Temer, será realizado na sexta-feira (30) e sábado (1).

Correria por Mundial de Clubes

Sem o próximo fim de semana livre, a Conmebol precisa correr contra o tempo. O Mundial de Clubes da Fifa tem início marcado para o próximo dia 12, nos Emirados Árabes Unidos. A estreia do representante sul-americano vai ocorrer somente em 18 de dezembro, no entanto. São apenas 11 dias entre o fim da reunião do G-20 e o começo da competição no Oriente Médio. Quem vencer entre River e Boca terá menos tempo de se preparar, planejar logística de viagem...

Final fora da Argentina? Nem pensar

Monumental de Nuñez - REUTERS/Marcos Brindicci  - REUTERS/Marcos Brindicci
Monumental de Nuñez, apesar de toda a confusão, deve receber a decisão
Imagem: REUTERS/Marcos Brindicci

Desde o cancelamento do jogo de domingo, boatos alimentaram a possibilidade de a final ocorrer fora da Argentina. Até a cidade de Gênova se candidatou a receber o superclássico argentino. Entretanto, os planos devem ser frustados. Pelo fato de o Boca ter contado com La Bombonera no duelo da ida, a Conmebol quer manter a “igualdade de condições” no confronto da volta: ou seja, um estádio na Argentina – provavelmente o próprio Monumental – com público do River Plate.

Tapetão? O Boca quer punir o River

Schelotto Angelici Boca Juniors - Natacha Pisarenko/AP - Natacha Pisarenko/AP
Schelotto e Angelici cobraram punição ao River Plate no último domingo
Imagem: Natacha Pisarenko/AP

Há uma pressão dentro do Boca Juniors para a partida não ocorrer. Desde o ataque ao ônibus de sábado, jogadores e dirigentes do clube entraram em conflito com o presidente Daniel Angelici, que procurou uma solução mais diplomática e até cogitou entrar em campo horas depois das pedradas na direção da delegação.

A postura, todavia, mudou de um dia para o outro. No domingo, Angelici adotou uma postura mais rígida e pediu punições severas ao River Plate. O Boca Juniors entrou com uma representação na Conmebol, se recusou a atuar no domingo e promete levar a disputa pelo título para os tribunais.

A representação do Boca tem como base o artigo 18 do regulamento da Conmebol, que pode determinar até mesmo o resultado favorável ao time de Tevez, Benedetto e companhia, em virtude das falhas do River Plate na estrutura para a finalíssima.

Jogadores do Boca feridos

Perez - Reprodução/Jorge Pablo Batista/Instagram - Reprodução/Jorge Pablo Batista/Instagram
Pablo Pérez com curativo no olho
Imagem: Reprodução/Jorge Pablo Batista/Instagram

A maior parte dos atletas chegou ao Monumental de Nuñez sofrendo as consequências do gás de pimenta disparado pela polícia no sábado. Contudo, somente dois atletas do elenco saíram feridos e sob um cuidado maior dos médicos.

O meio-campista e capitão Pablo Pérez teve diagnosticado uma úlcera na córnea do olho esquerdo e precisou passar pelo oftalmologista, assim como o jovem Gonzalo Lamardo, que nem relacionado estava para o confronto e só acompanhava a delegação.

Pérez segue em recuperação e deve ter condições para a partida da volta, já que a reunião do G-20 obrigatoriamente empurra a decisão da Copa Libertadores para, no mínimo, a primeira semana de dezembro.