Osorio dá 1º golpe com "abafa", mas Tite vence duelo no banco de reservas
Tite viu o Brasil vencer o México por 2 a 0 e ainda superou Juan Carlos Osorio em um aguardado duelo na beira do gramado, nesta segunda-feira (2), em Samara. O colombiano organizou uma boa pressão inicial sobre a defesa brasileira, controlando os primeiros minutos, mas não conseguiu brecar a qualidade ofensiva dos brasileiros na etapa final.
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A vitória que garantiu Tite e sua equipe nas quartas de final teve elementos táticos interessantes, com o brasileiro precisando reagir às decisões de Osorio. Coube a Neymar dar a vantagem inicial a seu chefe, que viu suas substituições na etapa final confirmarem a vitória do Brasil.
Osorio arma pressão e domina início
Os primeiros minutos mostraram uma vantagem para a estratégia de Osorio. A opção por Lozano, Chicharito e Vela subindo a marcação na saída de bola brasileira complicou o jogo do time de Tite.
Em menos de 15 minutos, o Brasil deu quatro chutões para frente, uma vez que não tinha opção para sair jogando com a bola no pé. A metade inicial do primeiro tempo ainda mostrou o México como o adversário que mais vezes penetrou a área de Alisson. Os bloqueios de Thiago Silva, Miranda e Filipe Luís evitaram o pior antes do intervalo.
O domínio dos mexicanos e de Osorio era claro. Aos 24 minutos, no entanto, a dinâmica mudou. Não por alguma decisão de Tite, mas pelo brilho de Neymar. O atacante entrou na área, deixou Rafael Márquez no chão e chutou para boa defesa de Ochoa. O Brasil, então, igualou a partida.
Recuperando a posse de bola, foi para o vestiário com 50,3% do domínio, segundo números do Footstats. Faltava, no entanto, mais poder de fogo nas finalizações.
Osorio no contra-ataque, Tite no bloqueio
No início da segunda etapa, um novo duelo tático se desenhou. Osorio agiu, Tite reagiu. O colombiano apostava desde o início em três homens isolados esperando um contra-ataque após escanteio do Brasil. Tite correu riscos no primeiro tempo e precisou mudar a estratégia, abrindo mão de Thiago Silva no ataque para neutralizar a velocidade adversária.
"Foi 4-4-2, com flutuação dos externos. Faz uma marcação mais adiantada, corta linha de passe, amplia área de flutuação de um ou outro", explicou o treinador da seleção brasileira em entrevista após o jogo, em Samara.
Sem Rafael Márquez, sacado no intervalo, o técnico do México optou por Miguel Layun para manter a linha de defesa fechada. Tite apostava em sua formação inicial. Foi então que Neymar, com ajuda de Willian, brilhou para colocar a vantagem no placar.
O camisa 10 deixou a bola com o meia, passou por trás da zaga e, aproveitando bom cruzamento e falha inesperada do México, tocou para o fundo da rede.
O gol fez com que o México abandonasse a pressão inicial e buscasse a bola com velocidade no ataque. Coube a Tite, então, fechar sua defesa. Casemiro recuou na primeira linha à frente da zaga e ajudou a segurar o trio Lozano, Chicharito e Vela.
"Primeiro tempo foi meio apertado. Equipe deles marcou muito bem, de forma dura. Conseguimos fazer o primeiro gol que abriu um pouco o jogo. Aí no contra-ataque conseguimos marcar o segundo e marcar o jogo", disse Firmino, que entrou na segunda etapa e marcou o segundo gol.
Agitado no início, Osorio se cala após gol
Nas áreas técnicas, mais diferenças entre Tite e Osorio. Enquanto o brasileiro adotou um blazer sob o forte calor de Samara e gesticulava de maneira discreta com sua equipe, o colombiano optou por uma camisa social. Agitado, agachava, se movimentava bastante e falava com sua equipe a todo momento.
Na segunda etapa, Tite passou a conversar mais com a equipe, deixando a área técnica e chegando a invadir o gramado para passar orientações.
Com o gol de Neymar, Osorio levou a mão ao bolso da calça e, sem maiores reações, observava o duelo em campo. Ora no bolso, ora na cintura, a mão do treinador adversário já não passava tantas instruções.
No fim, Tite vê substituições fecharem placar
Na parte final do jogo, o México partiu para o abafa em busca de um gol salvador que adiasse a definição do classificado às quartas de final. A equipe de Tite, então, se organizou para segurar a pressão.
Gabriel Jesus, por exemplo, recuou mais para compor o lado esquerdo defensivo e ajudar Filipe Luís e Casemiro. E aí duas substituições coroaram a vitória de Tite no banco de reservas.
Depois de colocar Firmino no lugar de Coutinho, o treinador brasileiro viu o atacante do Liverpool sacramentar a vitória por 2 a 0 em rápido contra-ataque, aproveitando sobra de chute de Neymar. Quem puxou a jogada rápida? Fernandinho, que entrou no lugar de Paulinho.
"Sabíamos das dificuldades, que o México era uma equipe de contra-ataque. No começo até a gente encaixar, sofremos um pouco, mas nada que o Alisson tivesse que trabalhar. Melhoramos no segundo tempo e conseguimos a vitória", disse o lateral Fagner, após a vitória.
Osorio, mais nervoso, esbravejou com arbitragem e sua equipe. Tite, por sua vez, fez a força defensiva de suas equipes se destacar novamente. Ao apito final, foi o brasileiro quem comemorou a vaga nas quartas de final.
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