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Delegado deve reunir Adriano e vítima em acareação na próxima quarta-feira

Luiz Maurício Monteiro

No Rio de Janeiro (RJ)

26/12/2011 14h13

Adriano e a jovem Adriene Pinto devem se encontrar na próxima quarta-feira para uma acareação comandada pela Polícia Militar do Rio de Janeiro. Com versões diferentes sobre quem seria o autor do disparo que originou toda a confusão no último sábado, os dois estão ameaçados pela Justiça caso não estejam falando a verdade.

A data ainda não é oficial, mas o delegado Fernando Reis, do 16º DP, trabalha com essa possibilidade. A confirmação vai depender do resultado da cirurgia de Adriene na próxima terça-feira.

Se a Polícia Civil concluir a investigação e comprovar a versão de Adriene, que diz ter sido atingida acidentalmente por Adriano, o jogador pode responder a dois processos. O primeiro é por lesão corporal culposa, quando se fere alguém sem ter a intenção de fazê-lo, mas por imprudência, negligência ou imperícia. Para este crime, a pena varia entre dois meses e um ano de detenção (pode ser cumprida em regime semiaberto ou aberto).

O segundo é por fraude processual, que é o crime cometido por alguém que mente para as autoridades sobre as circunstâncias de um fato que está sendo investigado civil ou criminalmente.  No caso de Adriano, a pena poderia variar entre seis meses e quatro anos de detenção.

Já Adriene pode ser acusada de denunciação caluniosa, que acontece quando alguém acusa uma pessoa de ter cometido um delito sabendo que esta pessoa é inocente, e que, por causa desta denúncia, haja processo judicial ou uma investigação policial.

Para este crime, a pena é de dois a oito anos de prisão, que precisa obrigatoriamente começar a ser cumprida em regime fechado. Mas, se durante o processo ou a investigação, a pessoa que acusa voltar atrás e contar a verdade, o crime deixa de existir.

A jovem de 20 anos estava no carro de Adriano com ele, outras três mulheres e o segurança do jogador quando foi atingida por uma pistola calibre 40 em uma das mãos.

Adriene não corre risco de morte e segue internada no hospital Barra D’Or. Na próxima terça-feira, a estudante passará por uma cirurgia em que receberá um enxerto de tecido ósseo, um pino cirúrgico e uma placa de titânio para a reconstrução do dedo indicador esquerdo, atingido pelo disparo.

Paralelamente, Adriano deve preocupar-se também com a sua situação profissional. Em xeque no Corinthians após uma temporada de estreia apagada, marcada pela má forma física, ele fica ainda mais sob pressão após o incidente. Roberto de Andrade, presidente em exercício do clube, falou sobre a situação do jogador.

“É mais um fato negativo envolvendo o Adriano e a gente não fica contente, assim como ele também não ficou, mas não podemos esquecer que é uma fatalidade que poderia acontecer com qualquer um. Ficamos preocupados com a imagem do Adriano, pois ele já tem um peso nas costas por tudo em que já se envolveu na carreira”, disse Roberto de Andrade à Rádio Bandeirantes