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Ex-craques atleticanos 'orientam' Ronaldinho Gaúcho a se consolidar como ídolo da torcida

Ronaldinho Gaúcho vive o desafio de se consolidar como ídolo da torcida atleticana - Bruno Cantini/Site do Atlético-MG
Ronaldinho Gaúcho vive o desafio de se consolidar como ídolo da torcida atleticana Imagem: Bruno Cantini/Site do Atlético-MG

Bernardo Lacerda

Do UOL, em Belo Horizonte

13/06/2012 06h00

Contratado pelo Atlético-MG há 10 dias, Ronaldinho Gaúcho mexeu com a torcida do clube, que viu com otimismo a sua estreia na vitória sobre o Palmeiras, por 1 a 0, sábado passado. Cercado de tanta polêmica em sua saída do Flamengo, seu time anterior, o meia-atacante ainda precisa superar certa desconfiança de parte dos alvinegros para provar que merece ser tratado como verdadeiro ídolo.

  • Fernando Santos/Folha Imagem

    Dario, o Dadá Maravilha, lembra que "suou sangue" pelo Atlético e sugere garra a Ronaldinho Gaúcho

O UOL Esporte conversou com alguns ídolos históricos do Atlético-MG, em três épocas diferentes, e pediu ‘dicas’ para Ronaldinho Gaúcho conquistar de vez o coração do torcedor atleticano. Mostrar raça e vontade em campo foi a orientação de Dario José dos Santos, o Dadá Maravilha, campeão brasileiro em 1971, o mais importante título do clube.

“Jogar bola”. Essa é a dica do meia-atacante Paulo Isidoro, que brilhou com a camisa atleticana no final da década de 70 e início dos anos 80. Artilheiro do Brasileirão em 1999, quando o Atlético-MG foi vice-campeão, Guilherme foi pelo mesmo caminho do parceiro de Reinaldo. “Tem de entrar em campo e jogar bola. E isso ele sabe fazer”, ressaltou o atual treinador.

Aparecer em campo

Um dos principais artilheiros da história do Atlético-MG e que ajudou a levar o time mineiro à conquista do inédito título do Brasileirão de 1971, o atacante Dario, diz que Ronaldinho precisa mostrar raça e vontade em campo, para ter sempre o apoio da torcida atleticana.

“Tem de entrar em campo e mostrar disposição, disputar todas as bolas, correr, aparecer para o jogo, ser o maestro. Ele tem futebol, qualidade, precisa de vontade, se ficar sumido em campo ele não vai ter apoio do torcedor”, disse Dadá Maravilha.

Marcado ao longo da sua carreira por ter pouca técnica, mas muita vontade e “faro de gol”, Dadá reconhece ser difícil cair nas graças do torcedor atleticano. “Eu honrava esta camisa, dava sangue em campo, lutava, fazia gol e conquistei o principal título, isso trouxe a torcida para o meu lado”, observou.

  • Eduardo Knapp/Folha Imagem

    Guilherme: "estou vendo que Ronaldinho está com vontade, ele vai dar certo, só tem de jogar bola"

“Se o Ronaldinho fizer isso, conquistar um título importante para o Atlético, ele vai virar ídolo do torcedor e vai ficar no Atlético muitos anos. Depende muito dele em campo, ser o Ronaldinho da época de Barcelona”, acrescentou Dario o Peito de Aço.

Confiança

Outro artilheiro atleticano, do final das décadas de 90, o ex-atacante Guilherme Cássio Alves, que marcou 28 gols no Brasileiro de 1999, destaca a sua admiração por Ronaldinho Gaúcho e crava confiança que o jogador mostrará bom futebol no Atlético.

“Acho que o Ronaldinho vai dar certo no Atlético. Não escondo a admiração que tenho, o acho um grande jogador e estou vendo que ele está com vontade, determinação, ele vai dar certo, só tem de jogar bola e isso ele sabe fazer”, observou o ex-atacante.

Porém, Guilherme, que foi “carregado” pelo torcedor atleticano pelos gols marcados, reconhece que o camisa 49 encontrará um clima de pressão por parte do torcedor. “O Atlético busca um título de expressão há 41 anos, e com Ronaldo a torcida vai cobrar isso, então a pressão será grande, mas ele tem toda qualidade para levar o Atlético a grande conquista”, afirmou.

Para Guilherme a comissão técnica atleticana poderá fazer a diferença para Ronaldinho render bem em campo. “O Carlinhos Neves é um grande preparador físico, que explora o máximo dos jogadores. O Cuca é um grande treinador, então acredito que o Ronaldo vai dar certo no Atlético”, afirmou.

Torcida exigente

O ex-jogador Paulo Isidoro, que atuou no Atlético na década de 80, ressalta a importância que Ronaldinho terá em Belo Horizonte e a necessidade dele corresponder. “Ele tem de jogar bola, não vai conseguir alcançar sucesso se não render em campo e honrar a camisa do Atlético. É uma torcida apaixonada, mas que não é fácil de ser agradada, ele vai ter trabalho”, disse.