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Atlético-MG recorrerá de decisão que repassa R$ 10 mi de Pratto ao Grêmio

O goleiro Victor é pivô de batalha judicial envolvendo Grêmio e Atlético-MG - Bruno Cantini/Atlético
O goleiro Victor é pivô de batalha judicial envolvendo Grêmio e Atlético-MG Imagem: Bruno Cantini/Atlético

Thiago Fernandes e Victor Martins

Do UOL, em Belo Horizonte

14/02/2017 13h50

O Atlético-MG vai recorrer da decisão tomada pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS), a qual obriga o São Paulo a repassar R$ 10,5 milhões da transferência de Lucas Pratto para o Grêmio. Os gaúchos pleiteiam receber o valor referente à transação de Victor para a Cidade do Galo, em 2012.

A intenção de entrar com um recurso foi confirmada pela diretoria do clube mineiro. O Galo não concorda com a necessidade de repassar a verba envolvida na negociação do centroavante argentino para o time de Porto Alegre.

Lucas Pratto trocou Belo Horizonte por São Paulo em negócio de pouco mais de R$ 20 milhões. No despacho, o time paulista é orientado a depositar em juízo a quantia de R$ 10.508.626,19.

O Atlético adquiriu Victor em junho de 2012. A negociação envolveria o pagamento de 3 milhões de euros (cerca de R$ 7,6 milhões à época) e o repasse de 50% dos direitos econômicos de Werley. O montante estabelecido no acordo, contudo, jamais foi quitado.

O UOL Esporte mostrou, em junho de 2016, que a dívida pela transferência de Victor já estava milionária. O Grêmio alega que há tempos tenta acordo. Nessa terça-feira, o UOL mostrou que os gremistas pleiteiam proibir o Atlético de realizar transferências entrando com um pedido junto à Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Questionada sobre o caso, a cúpula alvinegra preferiu não se manifestar.

Aos 34 anos, Victor é um dos maiores ídolos da história do clube mineiro, sobretudo por conta de suas defesas milagrosas na Copa Libertadores 2013. Em 273 partidas pela equipe de Belo Horizonte, ele sofreu 294 gols. Foram 138 vitórias, 70 empates e 65 reveses. Hoje, o atleta se recupera de uma cirurgia no ombro direito. A previsão é que ele volte ao time até abril.

Quanto ao recurso do Atlético-MG, o advogado especialista em Direito Processual Civil e Direito Desportivo Louis Dolabela alerta para a possibilidade do clube ser condenado por outro aspecto:
 
“A conduta do clube mineiro não condiz com os princípios da boa-fé processual e da cooperação que devem norter a atuação de todos os sujeitos processuais. A lei processual diz que todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva. Salvo melhor juízo, a apresentação de recurso contra decisão que visa resguarda o Grêmio de dívida pretérita, tem caráter meramente protelatório e visa opor resistência injustificada ao andamento do processo”.