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Polícia vai atrás de suspeitos de matar criador da Mancha e prende mulher

Do UOL, em São Paulo

11/03/2017 20h09

Uma mulher foi presa por policiais do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) de São Paulo em meio às buscas pelos dois suspeitos de assassinar Moacir Bianchi, fundador da torcida organizada Mancha Alvi Verde (ex-Mancha Verde) morto a tiros na madrugada do dia 2. A mulher foi presa com drogas em um dos endereços onde os policiais foram buscar os suspeitos do crime e, a princípio, não possui relação com o assassinato. 

Não foi divulgado quais drogas e a quantidade encontrada, nem do que a mulher será acusada e nem se vai ficar presa. Na sexta-feira (10), o MP-SP (|Ministério Público de São Paulo) divulgou que a Justiça concedeu a prisão temporária dos dois suspeitos, que não tiveram o nome divulgado. O caso corre em segredo de Justiça.

Neste sábado, as equipes do DHPP visitaram pelo menos cinco endereços onde talvez estivessem os suspeitos, mas eles não foram encontrados e estão foragidos.

Pela manhã, torcedores da Mancha Alvi Verde fizeram uma manifestação em uma avenida da zona Sul da capital, no local onde Bianchi foi assassinado. 

Suspeitos identificados participaram da emboscada

Foram identificados os dois suspeitos que participam da emboscada (veja o vídeo acima): o atirador que efetua os disparos contra Bianchi o motorista do carro de onde o pistoleiro sai e que para atrás do carro da vítima para impossibilitar sua fuga.

A emboscada aconteceu depois de uma reunião na qual tomaram parte a vítima e os suspeitos. A reunião na sede da organizada era para tentar apaziguar conflitos entre diversos grupos de poder dentro da agremiação.

De acordo com fontes ligadas à investigação, um dos suspeitos já foi preso por outros crimes anteriormente e o outro não. Ambos participaram da reunião, na zona oeste de São Paulo, horas antes do crime. Os dois suspeitos discutiram asperamente com a vítima, que foi emboscada e assassinada depois do encontro. A perícia encontrou 22 perfurações de bala em Bianchi.

O atual presidente da torcida, Anderson Nigri, possui álibi para o momento do crime e, até o momento, não é considerado um suspeito no caso. Em entrevista ao UOL no início da semana, a primeira desde o crime, Nigri confirmou que o clima na reunião estava tenso e que houve bate-boca entre os diversos grupos que compõem a organizada.

Ao longo da semana passada, áudios em grupos do aplicativo de mensagens acusavam Nigro de ter colocado a diretoria da entidade à disposição da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). O fundador da agremiação seria contra o "aparelhamento", e por isso teria sido morto após a confusão na reunião.

A Mancha Alvi Verde anunciou nesta sexta-feira (10) que os membros da atual diretoria da entidade renunciarão a seus cargos e fala em "ressurgimento" da entidade. A torcida organizada chegou a suspender suas atividades logo após o crime, mas voltou atrás e continuou a operar.

Imagens de vídeo mostram o momento em que Bianchi foi alvo da emboscada. Ele morreu pouco após ter seu carro prensado por dois veículos em um semáforo em São Paulo.