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Cúpula do Coxa chora, divide culpa de queda com técnicos e projeta herança

Bacellar (C), acompanhado de Guerra (E) e José Macedo (D), deram explicações à torcida - Comunicação CFC
Bacellar (C), acompanhado de Guerra (E) e José Macedo (D), deram explicações à torcida Imagem: Comunicação CFC

Napoleão de Almeida

Colaboração para o UOL

05/12/2017 16h29

O presidente do Coritiba, Rogério Portugal Bacellar, falou à imprensa pela última vez como mandatário do Alviverde nesta terça-feira (05). Com a voz embargada em vários momentos, Bacellar tentou explicar as razões do rebaixamento para a Série B. Ele assumiu a culpa, mas atribuiu aos treinadores outra grande parcela.

“O presidente não é treinador e não escala o time. Não faz as invenções que alguns treinadores fizeram. Tive várias conversas com o Marcelo, já tinha tido com o Carpegiani, com o Pachequinho... e existe muita teimosia na cabeça do treinador”, disse o presidente, tentando se eximir: “Quem tem que conhecer futebol profundamente é o treinador.”

Questionado se a culpa pela queda era somente dos técnicos que passaram pelo clube no ano, Paulo Cezar Carpegiani, Pachequinho e Marcelo Oliveira, Bacellar tentou amenizar a crítica. “Não estou dizendo que a culpa é dos treinadores. Eu acho que os treinadores poderiam olhar jogadores com outros olhos, é o caso do (meia) Daniel e do alemão (Alex Baumjohann, meia). Um achavam que era lento, outro o passe era curto... o Daniel machucou aqui no Coritiba”, declarou Bacellar, que teve que assumir seu quinhão na queda com a pergunta objetiva se ele não teria culpa: “Total. Eu sou o presidente do clube.”

O Coxa terá a saída de diversos jogadores. Dezessete deles estão em final de contrato e outros, que poderiam ter a renovação, casos de Thiago Carleto e Matheus Galdezani, podem seguir outro rumo em 2018. “Tem alguns jogadores que estão em processo de renovação, agora se não aceitar as bases do clube, não vamos renovar.”

Bacellar também comentou a suspensão de Kléber, que deixou o Coxa sem seu principal jogador por 13 partidas depois de uma cusparada em Edson, do Bahia. “Eu não sei se outro jogador no lugar dele faria outra coisa, ele revidou o que o jogador do Bahia fez. E além de tudo o árbitro entrou em campo com segundas intenções, querendo punir alguém. Se ele revidou, o jogador é profissional, tem que ter a cabeça fria. Mas nem toda hora tem. E isso claro que pesou um pouco. E na continuação a liderança do Kléber, que era o capitão da equipe.”

Problemas de saúde e críticas a Petraglia, do Atlético-PR

O presidente, que deixará o cargo no dia 14, explicou que não acompanhou a delegação coxa-branca em Chapecó por problemas de saúde. E não teve muitos outros argumentos que justificassem o rebaixamento. “O Coritiba foi rebaixado por que futebol é futebol. Eu sinceramente acho que o Coritiba tinha todas as condições de continuar na Série A. Houve assim, talvez uma desatenção da nossa zaga e tomou o segundo gol. Eu não fui pra Chapecó por recomendação médica, por que já pus três stents e ele disse que não queria mexer no meu coração mais.”

A queda fez com que Mario Petraglia, presidente do conselho do rival Atlético-PR, tirasse uma casquinha nas redes sociais. Bacellar respondeu: “Ele não tem condições de falar em competência. Ele que cuide da vida dele que é muito melhor. Petraglia deveria cuidar do clube dele e esquecer o Coritiba.”

Na coletiva, Bacellar também tratou sobre a contratação de Belletti, que ocupou as cadeiras de diretor internacional e de comunicação & marketing do clube. “Não houve precipitação nenhuma. O Belletti fez o Barcelona vir visitar o Coritiba, abriu espaço para nós jogarmos o Mundial Sub-17... os contatos que ele fez pela Europa inteira já valeram para o Coritiba.”

Novo estádio ficará para a próxima gestão

Quem também falou na coletiva de imprensa foi o vice-presidente Alceni Guerra. Ele confirmou que espera a definição das eleições do clube para apresentar um investidor da Inglaterra que poderá dar suporte ao projeto de um novo estádio para o Coritiba. “O grupo inglês que vou apresentar é uma boa, mas aí é com a nova direção. Nessa parte de estádio e de negociação com televisão fomos bem. Sempre dissemos que deixaríamos o projeto pronto, nunca que colocaríamos a pedra fundamental”, declarou.

Em setembro, o UOL Esporte trouxe detalhes desta negociação. Nas entrevistas da corrida presidencial coxa-branca, nenhuma chapa deu prioridade ao assunto.

Guerra também falou sobre a negociação dos direitos de TV com o Esporte Interativo: "Se nós voltarmos para a primeira divisão em 2019, nesse ano teremos uma arrecadação fabulosa de televisão, em torno de 100 milhões. E mesmo com esse dinheiro nós não podemos tirar dinheiro do orçamento para construir estádio."