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Comissão eleitoral impugna candidatura de Citadini no Corinthians

Citadini era um dos cinco candidatos à presidência do Corinthians - Flávio Florido/UOL
Citadini era um dos cinco candidatos à presidência do Corinthians Imagem: Flávio Florido/UOL

Dassler Marques, Diego Salgado e Ricardo Perrone

Do UOL, em São Paulo

15/01/2018 20h37

A comissão eleitoral do Corinthians decidiu na noite desta segunda-feira impugnar a candidatura de Antonio Roque Citadini, da chapa "Corinthians Mais Forte", para o pleito no próximo dia 3.

A impugnação ocorreu porque Citadini é conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo. Segundo apuração do UOL Esporte, o candidato será notificado ainda na noite desta segunda-feira.
"A Constituição da República, em seu artigo 95, parágrafo único, inciso I, veda aos Magistrados, o exercício, ainda que em disponibilidade, de outro cargo ou função, salvo uma de magistério, com o escopo de lhes assegurar uma atuação autônoma e independente", justificou a comissão em documento.
A reportagem entrou em contato com Citadini, que disse por meio de pessoas próximas que irá recorrer da decisão nos próximos dias. O candidato também irá se manifestar nas redes sociais.
Os candidatos Andrés Sanchez e Paulo Garcia também correm o risco de impugnação, mas por outro motivo. O fato está ligado aos sócios "anistiados" no clube no começo do mês passado. Os dois passaram a ser investigados pela comissão eleitoral após denúncias de indícios de pagamentos para que sócios em situação irregular colocassem títulos em dia para votar.

A decisão deve ocorrer ainda nesta semana, pois a dupla não havia sido notificada e, portanto, não teve tempo para elaborar a defesa - eles terão três dias para isso.

Eduardo Ferreira, ex-diretor de futebol do Corinthians, e Eduardo Caggiano, atual diretor administrativo, também podem ser impugnados na disputa por uma vaga no Conselho Deliberativo - suas respectivas chapas, porém, continuam no pleito. Ambos podem ser suspensos por causa da regularização da situação de sócios inadimplentes.

Inicialmente, Miguel Marques e Silva, presidente da comissão eleitoral, afirmou que a dupla que é ligada ao candidato situacional Andrés Sanchez estava impugnada. Depois, o desembargador recuou e disse que eles teriam três dias para apresentarem defesa. Ferreira corre risco de suspensão por envolvimento em episódio que envolveu o agente Carlos Leite e possível doação de recursos para ajudar na regularização de sócios do clube, o que ele nega ter feito. Caggiano, por sua vez, pelo envolvimento direto no episódio da regularização.

Em contato com o UOL Esporte, Ferreira se defendeu da decisão. "Não fui notificado de nenhuma decisão da Comissão Eleitoral sobre impugnação de minha candidatura ao Conselho Deliberativo. Entretanto, se esta notícia for verdadeira, é um absurdo, pois nunca existiu qualquer denúncia contra mim, muito menos me foi aberta possibilidade de defesa. Eu nunca agi contra o estatuto do clube ou mesmo o regimento eleitoral."

Agora, quatro candidatos concorrem à eleição no Corinthians: além do situacionista Andrés Sanchez e do oposicionista Paulo Garcia, completam a lista Felipe Ezabella e Romeu Tuma Júnior.

Outro lado

Em nota, Citadini repudiou a decisão e disse que sua chapa "irá a todas as instâncias estatutárias e judiciais" para revogar a impugnação. Em sua defesa, o oposicionista cita ainda as eleições presidenciais de 2015, em que Citadini disputou e acabou derrotado pelo situacionista Roberto de Andrade.

Veja a resposta de Citadini na íntegra

A Chapa Corinthians Mais Forte, formada pelo candidato a Presidente Antonio Roque Citadini, e pelos candidatos a Vice-presidentes Osmar Stábile e Augusto Melo, repudia a decisão do Presidente do Conselho Deliberativo, Guilherme Strenger, após parecer da Comissão Eleitoral, por considerá-la equivocada.

O candidato Antonio Roque Citadini, como amplamente demonstrado em sua peça de defesa, preenche todos os requisitos estatutários e legais para ser candidato.

Além de não ter fundamento, a acusação deveria ter sido recusada porque a comissão eleitoral deveria se ater a analisar os requisitos pertinentes a candidatura, que estão prescritos apenas no Estatuto.

Cumpre destacar que o Excelentíssimo Desembargador Strenger foi o presidente da Comissão Eleitoral nas últimas eleições do Corinthians, em 2015. Naquela eleição, Citadini também foi candidato e, estando em situação estatutária e legal idêntica à deste pleito, nada lhe foi objetado.

A decisão de hoje também coloca sob suspeição a legitimidade do Doutor Strenger como Presidente do Conselho Deliberativo, uma vez que ela se baseia em decisão do Conselho Nacional de Justiça aplicada às eleições do Santa Cruz de 2009. Naquela oportunidade, foi determinado que um magistrado tampouco poderia ser Pesidente do Conselho Deliberativo.

Por todo o exposto, a Chapa Corinthians Mais Forte está determinada a que seja respeitado o seu direito e irá recorrer a todas as instâncias estatutárias e judiciais pertinentes para que a candidatura democraticamente apresentada, seja respeitada.

Finalmente, a Chapa Corinthians Mais Forte, ciente de que está à frente nas pesquisas, convoca suas chapas aliadas e seus eleitores a manter e aumentar a mobilização com vistas à eleição do dia 3 de fevereiro.