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Felipão vê brilho de atacantes após flerte palmeirense com Jonas e Guerrero

Dassler Marques

Do UOL, em São Paulo

13/08/2018 04h00

Entre os clubes mais ativos no mercado brasileiro, o Palmeiras recentemente viveu a possibilidade de entregar um novo atacante de área a Luiz Felipe Scolari. Mas, no que depender dos primeiros jogos do treinador na volta ao clube, a renovação de Jonas com o Benfica e a chegada de Guerrero no Internacional não devem ser sentidas no Palestra Itália. A vitória por 1 a 0 sobre o Vasco, na fria noite de domingo em São Paulo, aumentou essa tendência.

Escalado no comando do ataque mais uma vez com Felipão, que mandou um time com só dois titulares ao Allianz Parque, Deyverson deixou o jogo como o melhor em campo. Ao seu estilo, lutou muito, incomodou os zagueiros, ajudou a criar alternativas e, acima de tudo, marcou. O gol da vitória foi dele e encerrou um jejum que, em partidas oficiais, vinha desde novembro. A sensação é que o Palmeiras pode ganhar uma alternativa de verdade com o 'Big Dey', como é chamado.

No meio da semana, Borja já havia sinalizado que Felipão pode ficar satisfeito com os centroavantes que já tem em casa. O colombiano foi duas vezes às redes contra o Cerro Porteño, chegou a 17 gols na temporada e, de quebra, comprovou sua vocação para a Copa Libertadores. Grande nome do Atlético Nacional-COL na conquista de 2016, ele assumiu a vice-artilharia da competição depois da chegada de Scolari e mostrou que o trabalho com Roger Machado em sua recuperação surtiu efeito.

Deyverson - Ale Cabral/AGIF - Ale Cabral/AGIF
Deyverson deu vitória ao Palmeiras sobre o Vasco
Imagem: Ale Cabral/AGIF

A dupla de concorrentes é de estilos diferentes, e Felipão aos poucos começa a adaptar os jogadores às necessidades de sua equipe. Deyverson, diante do Vasco, foi muito orientado pelo treinador. A entrega em campo do camisa 16 agrada ao chefe, mas ele quer mais inteligência e presença na área.

"Ele se entregou sempre, ele é esse jogador, mas faz coisas que não deve fazer, não precisa, que é voltar como um zagueiro. Não deve fazer isso. É tanta vontade que às vezes comete esse erro. Quando ficou no setor, veio até um pedaço [ao redor da área] e ficou ali, participou muito bem. É tanta vontade e ansiedade que quer fazer muito mais que um centroavante. Quando precisou, ele estava lá e fez o gol. O Deyverson pediu desculpas [à torcida] porque ele queria fazer mais, mas não precisa, não. Fazer só aquilo que sabe e sabe fazer gol. Devagar a gente vai recuperar a imagem dele com os torcedores", disse Scolari.

Ainda com o jovem Papagaio como uma terceira opção, o treinador não parece, e nem tem motivos, para insatisfações pelas negociações com Jonas e Guerrero terem ficado na base das sondagens e conversas preliminares. Depois de vencer o Vasco, Felipão até comemorou o elenco rico em opções, o que abrange, naturalmente, Borja e Deyverson. "Hoje tem grandes possibilidades. Você troca o A pelo B com uma qualidade espetacular", lembrou.

O palmeirense mais saudosista poderá se lembrar da marcante temporada de 1999, quando o clube conquistou a Copa Libertadores e Felipão se dava ao luxo de variar entre Oséas, no auge da forma, e Evair, veterano identificado, mais técnico e capaz de dar grandes assistências no fim da carreira. A meta, agora, é alcançar um nível parecido com Borja e Deyverson.

O reserva do ataque, e herói da vitória sobre o Vasco, tem uma semana importante em particular. Ele vai ser julgado pelo STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) na próxima quarta, pela expulsão diante do Bahia, e corre o risco de pegar suspensão de até seis jogos. No dia seguinte, contra o mesmo rival em decisão da Copa do Brasil, Scolari deve optar por Borja como titular para tentar ir à semi.