Para presidente da LaLiga, "era óbvio e claro" fraudes de PSG e City
O presidente da LaLiga, Javier Tebas, afirmou que "era óbvio e claro" que o Paris Saint-Germain e o Manchester City fraudavam a política do Fair Play Financeiro da Uefa. Nesta sexta-feira (2), o site Football Leaks, por meio de 15 veículos de imprensa europeus, denunciou que, enquanto secretário-geral da Uefa, o atual presidente da Fifa, Gianni Infantino, negociou pessoalmente para que os dois não fossem punidos pelos déficits apresentados em seus balanços.
"É o tempo da razão. Levamos muito tempo advertindo, não me surpreende que ambos os times tenham trapaceado", afirmou Tebas, em entrevista ao jornal espanhol As, nesta sexta. "Era óbvio e claro [fraudavam o Fair Play Financeiro]. Que a Uefa de Platini e Infantino foi permissiva e nada transparente, também era óbvio. Esperamos que estas condutas tenham desaparecido da Uefa", completou o diretor.
Para Tebas, que já havia denunciado tais transgressões em setembro de 2017, "os comitês de ética da Fifa e da Uefa devem começar a analisar o caso imediatamente". "Sobre a credibilidade de Infantino, estudaremos a documentação. Não podemos avaliar mais além", completou.
De maneira indireta, a LaLiga sofreu justamente pelo poderio financeiro do Paris Saint-Germain, que foi capaz de pagar 222 milhões de euros (R$ 934,2 milhões) para retirar Neymar do Barcelona, em agosto de 2017.
Segundo as denúncias, paralelamente às negociações com os dois gigantes, entre 2014 e 2015, a Uefa perseguiu e puniu clubes menores por dívidas e déficits muito menos significativos.
Por exemplo, o Corpo de Controle Financeiro dos Clubes (CFCB, na sigla em inglês), responsável por avaliar os balanços das equipes, investigou e aconselhou a punição de sete clubes romenos, cuja soma dos déficits somavam 2,6 milhões de euros (R$ 10,95 milhões). Destes, somente o Botosani, que tinha dívida 20 mil euros (R$ 84,2 mil), não foi punido automaticamente pela câmara da Uefa.
Em contrapartida, o Manchester City tinha um desequilíbrio de 233 milhões (R$ 981,07 milhões) em suas contas. Apesar disso, o foi permitido seguir recebendo patrocínios acima do valor de mercado estipulado pela própria Uefa.
Também nesta sexta-feira (2), o Football Leaks revelou que 11 clubes dos principais clubes europeus são membros fundadores da Superliga Europeia, uma competição continental que poderia substituir a atual Liga dos Campeões, organizada pela Uefa.
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