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Reprovado em Artes pelo tio, Richarlison conquista 'professores' e até Tite

"Pensei: "não vou fazer nada, meu tio vai me passar". Mo fim do ano ele me reprovou", conta atacante - Pedro Martins / MoWA Press
"Pensei: 'não vou fazer nada, meu tio vai me passar'. Mo fim do ano ele me reprovou", conta atacante Imagem: Pedro Martins / MoWA Press

Marcus Alves

Colaboração para o UOL, de St. Albans (Inglaterra)

14/11/2018 16h54

Figura adorada pelos técnicos com quem trabalhou, Richarlison levou todos à risada nesta quarta-feira (14), em entrevista coletiva, ao revelar que a sua relação com os professores ao longo da vida nem sempre foi tão harmoniosa. Um deles, em especial, o marcou bastante: o seu tio, responsável por reprová-lo em Artes quando ainda estava na escola.

A experiência serviu de aprendizado para que ele mudasse a abordagem com os seus mestres.

O atacante de 21 anos já havia conquistado Givanildo Oliveira no América-MG, depois Abel Braga no Fluminense. Agora virou xodó também de Tite na seleção brasileira e Marco Silva no Everton.

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“Acho que, por eu ter passado por um momento muito difícil na minha infância, era muito focado no futebol. Nada me atrapalhou, eu só queria de futebol, não conseguia trabalhar em outra área, e na escola, vamos dizer assim, eu não ia muito bem. Para vocês terem noção, eu fui reprovado em Artes. E era meu tio quem dava aula para mim. Eu pensei: ‘não vou fazer nada, meu tio vai me passar’. E no fim do ano ele me reprovou”, contou.

Mesmo em alta no Campeonato Inglês, sendo eleito recentemente como a melhor contratação da temporada pela conceituada revista inglesa FourFourTwo, Richarlison ainda costuma ser chamado para reunião com seus professores.

Foi o que aconteceu recentemente com Marco Silva, que gostou tanto de trabalhar ao seu lado no Watford que o levou para o novo clube, pagando mais de R$ 200 milhões.

“Outro dia fiquei mais de 40 minutos na salinha dele (Silva) vendo o que tinha de melhorar. O Campeonato Inglês exige cortar linha de passe. E estou aprendendo inglês. Ele (Silva) não fala mais em português, só em inglês. Ele e o Tite são dois pais para mim, sempre me ajudam. São pessoas muito boas, que sabem tudo de futebol”, afirmou.

O jovem jogador revelou ter dado um quadro de presente a Abel Braga como reconhecimento por tudo que o treinador fez para a sua carreia. Ele credita o encanto que provoca nos técnicos à sua atitude em campo.

“A minha importância dentro de campo conta muito, não jogo só ali centralizado ou pelas beiradas. Nas entrevistas, falo que jogo onde precisar, estou à disposição. Falei com o Abel, por exemplo, logo que cheguei da sub-20, ele queria que ficasse uma semana de férias, eu disse que não, iria perder espaço. Então, fui, dei o meu melhor. Sempre falei que meu sonho era chegar à seleção. Quero conquistar mais, uma taça, Copa do Mundo. Almejo coisas grandes”, finalizou.

O time comandado por Tite ainda faz mais um trabalho nesta quinta-feira (15), às 12h30 (de Brasília), antes de enfrentar o Uruguai. Depois da partida, ele se desloca até Milton Keynes, nos arredores de Londres, para encerrar o ano contra Camarões, na terça seguinte (20).