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Caso Daniel: polícia prende gêmeo suspeito de participar de assassinato

O meia Daniel foi encontrado morto em São José dos Pinhais (PR) - Marcello Zambrana/AGIF
O meia Daniel foi encontrado morto em São José dos Pinhais (PR) Imagem: Marcello Zambrana/AGIF

Pedro Lopes

Do UOL, em São Paulo

15/11/2018 10h35

A Polícia Civil do Paraná executou na manhã desta quinta-feira a prisão de Eduardo Purkote, mais um suspeito de participação no assassinato do jogador Daniel. Purkote teria arrombado a porta do quarto onde estava a vítima, quebrado seu celular, agredido Daniel dentro e fora da casa e pegado na cozinha a faca utilizada na execução. A prisão havia sido pedida nesta quarta

O suspeito prestará depoimento na segunda-feira. A prisão aconteceu na casa onde mora, em São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba. Eduardo foi um dos convidados da festa de Allana Brittes, e compareceu ao lado de seu irmão gêmeo. Os dois foram de Uber à casa que viraria a cena do crime.

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Em depoimentos à polícia, ao menos dois suspeitos disseram que ambos os irmãos Purkote participaram das agressões a Daniel. Edison Brittes, o Juninho Riqueza, afirmou que apenas um dos gêmeos agrediu Daniel. Uma testemunha, por sua vez, declarou que um dos Purkote bateu no jogador enquanto o outro tentou impedir o irmão de continuar a agressão.

Daniel começou a ser espancado já na manhã de sábado, depois de uma noite em que todos os convidados beberam muito, o que pode dificultar ainda mais a identificação de duas pessoas tão semelhantes. A polícia precisou se fiar em características como penteado e cor da roupa para identificar o suspeito.

Eduardo e seu irmão (considerado testemunha) são filhos de Viviane Purkote Melo, uma corretora imobiliária de São José dos Pinhais (PR), que foi candidata a vereadora pela Rede nas eleições de 2016 e perdeu. São também enteados de Jairo Melo, vice-prefeito da cidade entre 2009 e 2012, que já foi vereador e secretário. Jairo tentou se eleger deputado estadual pelo MDB no último pleito, mas não conseguiu.

Os irmãos são amigos de Allana Brittes da época do colégio e conhecidos na cidade por frequentarem eventos políticos ao lado do padrasto. Moradores de um condomínio fechado de alto padrão, gostam de festejar em raves. Eduardo, considerado o mais agitado e comunicativo, também já participou de campeonatos de muay thai.

A defesa dos irmãos afirma que ambos são inocentes. Em seus depoimentos, eles negaram qualquer participação nas agressões ao jogador. Eles também não estavam no carro no qual Daniel foi levado para ser morto em uma plantação de pinheiros. Os irmãos disseram se sentir ameaçados por Edison Brittes, o Juninho, que em um encontro no shopping dois dias depois do crime, pediu para eles não contarem a verdade sobre a morte de Daniel.