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'Tiozinho', Sheik ganha presente e se despede do Corinthians: "Uma honra"

Atacante conheceu Emerson Sheik Ferreira Lima, batizado em sua homenagem - Dvulgação/SC Corinthians Pta
Atacante conheceu Emerson Sheik Ferreira Lima, batizado em sua homenagem Imagem: Dvulgação/SC Corinthians Pta

Arthur Sandes

Do UOL, em São Paulo

30/11/2018 12h00

A história de Emerson Sheik com o Corinthians teve seu último ato nesta sexta-feira (30), no CT Joaquim Grava, onde o atacante recebeu uma fotografia de presente e deu sua última entrevista coletiva como jogador alvinegro. Ele se despediu falando de títulos, de sua personalidade forte e do futuro, admitindo que agora é um "tiozinho".

"Estou de boa, como dizem os jovens. Mas agora sou tiozinho", brincou o veterano logo em sua primeira resposta. Aos 40 anos, ele era o mais experiente do elenco corintiano e fez seu último jogo oficial no último domingo (25), contra a Chapecoense, na Arena. Com as chuteiras penduradas, ele ainda não sabe exatamente o que vai fazer daqui para frente.

A permanência no Corinthians com algum cargo diretivo não é certa. "Não tenho absolutamente nada, por enquanto só quero ir para casa ficar com os meninos. Se porventura houver este convite [por parte do clube], para mim seria mais uma vez uma honra poder contribuir. Não sei nem se sou merecedor disso, mas se acontecer certamente vou me dedicar ao máximo", promete.

A sexta-feira de Emerson Sheik foi bastante especial. O atacante fez academia na parte interna do centro de treinamento corintiano e, ao final do treino no campo, foi chamado para receber um presente. Em ação parecida com a homenagem feita a Danilo na última quinta-feira (29), o atacante recebeu uma fotografia assinada por todos os companheiros. Na imagem, a comemoração de um dos dois gols históricos pelo Corinthians contra o Boca Juniors, na decisão da Copa Libertadores de 2012.

Sheik tem sete títulos conquistados no Corinthians, mas aquela Libertadores se destaca pela campanha que ele teve. Foram cinco gols, dois deles na finalíssima, um feito que jamais será esquecido pelos torcedores. O próprio atacante teve prova disso nesta sexta, quando conheceu o garoto Emerson Sheik Ferreira Lima, que nasceu cinco meses após aquele título e foi batizado em homenagem ao ídolo corintiano (veja a foto acima).

Perguntado se será visto como o grande herói daquela conquista, Sheik não desconversou. "Acho que sim, mas vou continuar dividindo os méritos. São muitas pessoas envolvidas, muitos profissionais que abriram mão de estar com os filhos, com a família, de viajar... Então sigo com a ideia de dividir os méritos daquela conquista. Mas admito que, talvez pelos gols na final, eu talvez seja o cara mais lembrado da Libertadores", reconhece.

Confira outras respostas da entrevista do Sheik:

Carreira cheia de polêmicas
"Algumas situações que aconteceram não descrevem exatamente quem sou. É muito difícil falar de arrependimento, mas houve muitas coisas que aconteceram comigo de que me arrependo. Isso não vai acontecer nunca mais, porque não me fazia bem na época; hoje não me faz bem lembrar do que aconteceu. Nem para minha família, o que é pior. Minha mãe, principalmente, sofreu. Foi coisa de momento, passou e não vai acontecer mais."

Muitos títulos conquistados
"Não consigo deixar de dividir os méritos. Todas estas conquistas, estes jogos e gols tiveram a participação de mais de 70 funcionários do Corinthians. Comissão técnica, jogadores, funcionários que cuidam do hotel, da cozinha, da imprensa. Me sinto honrado de ter feito parte de uma instituição que para mim é a maior do Brasil, o Corinthians, então me sinto privilegiado por ter feito gols tão importantes e ter conquistado títulos."

Relação com Tite
"Tite foi a pessoa mais incrível que já conheci na minha vida inteira, como pessoa, como ser humano. Minha história mudou completamente com ele aqui no Corinthians. Ele me deu ótimos conselhos, e eu me tornei um filho melhor, um pai melhor. O Tite certamente, no meio do futebol, foi a pessoa mais completa que conheci."

Vai sentir saudade da bola?
"Até de vocês [jornalistas] eu vou sentir falta, porque sempre me trataram muito bem. Eu vou sentir falta, mas estou bem, estou preparado e pensando no próximo ano. Acabou a minha carreira como jogador de futebol; passou. Talvez o que venha daqui para frente seja fruto do que fiz dentro do gramado, mas tenho que começar do zero e tenho vontade de ser vencedor novamente. O Emerson atleta acabou, e estou muito consciente disso. Entendo de maneira bem clara e estou focado no que vou fazer no ano que vem."