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Blackstar apresenta documento falso, e Palmeiras encerra negociação

Paulo Nobre entrega camisa do Palmeiras para Rubnei - Reprodução/Twitter
Paulo Nobre entrega camisa do Palmeiras para Rubnei Imagem: Reprodução/Twitter

Danilo Lavieri e Rodrigo Mattos

Do UOL, em São Paulo e em Luque (Paraguai)

17/12/2018 14h45Atualizada em 17/12/2018 18h50

O presidente do Palmeiras, Maurício Galiotte, afirmou nesta segunda-feira (17) que as negociações com a Blackstar International, empresa com sede em Hong Kong que manifestou intenção de patrocinar o clube oferecendo R$ 1 bilhão à vista, estão encerradas. O dirigente acusou o representante da companhia no Brasil, o empresário Rubnei Quícoli, de apresentar documentação falsa como garantia bancária da empresa. O UOL Esporte teve acesso aos documentos. Veja a versão ampliada no final do texto.

HSBC diz que documento enviado pela Blackstar é fraudado - Reprodução - Reprodução
HSBC diz que documento enviado pela Blackstar é fraudado
Imagem: Reprodução

"Voltaremos a falar só com a Crefisa e FAM. Estão encerradas as negociações com esse patrocínio. Por total falta de credibilidade. O HSBC, através do seu CEO, confirmou que o documento de garantia é falso e que não tem conta no banco", afirmou Galiotte no Paraguai, onde está para o sorteio da Libertadores.

O documento do HSBC detectou uma fraude básica, no domínio do e-mail enviado para o Palmeiras. Tão logo teve contato com a carta, o banco desmentiu e avisou ao clube que a empresa não era nem cliente deles em Hong Kong. A companhia também não tem nenhum registro no Brasil e foi aberta em janeiro deste ano.

Em contato com a reportagem, Rubnei disse que já entrou em contato com o banco para checar o que aconteceu e cobrou uma posição oficial.

"Vi que essas verificações foram feitas no Brasil. Por isso, passei isso ao pessoal do HSBC e pedi para eles me passarem um e-mail oficial para poder apresentar e encerrar o assunto. Isso tudo é político. Então, deixa eu receber o e-mail e vou apresentar para deixar claro que as pessoas estão usando isso para a parte política. Não quero trazer problema ao Genaro e ao Paulo. Me sinto na obrigação de responder isso à altura. Quem quiser checar, vai poder checar. Vai ser e-mail de dentro do banco. Não vou divulgar coisas sigilosas", afirmou em mensagem de celular.

A proposta da Blackstar foi levada por Quícoli inicialmente ao ex-presidente Paulo Nobre, que já conhecia o empresário desde 2016, quando ele manifestou interesse de comprar os direitos de exploração do Allianz Parque. Nobre, então, apresentou Quícoli a Genaro Marino, candidato da oposição derrotado por Galiotte na eleição de novembro, que oficializou a intenção do patrocínio de R$ 1 bilhão no dia anterior ao pleito.

Genaro e Paulo Nobre, agora, podem ser punidos pelo Palmeiras após a abertura de uma sindicância. A primeira reunião está marcada para quarta-feira.

No último domingo (16), Quícoli divulgou uma carta com ofensas a Galiotte, chamando o presidente palmeirense de "patético" e "despreparado", entre outros termos. O intermediário da Blackstar se irritou com as perguntas feitas pelo Palmeiras para saber mais sobre a empresa e acusou o clube de dar tratamento preferencial à Crefisa, empresa de Leila Pereira, conselheira e aliada política de Galiotte.

A tendência é que o Palmeiras renove a parceria com a Crefisa por mais três anos, tempo que vai durar o segundo mandato de Galiotte. As conversas nesse sentido já estavam bastante adiantadas até aparecer a oferta da Blackstar, que causou uma interrupção nas negociações.

"O contrato com a Crefisa não tem a ver com terceiros. Não dá para entender aonde essa empresa (Blackstar) quer chegar, qual a intenção deles? O Palmeiras definitivamente encerrou qualquer tipo de diálogo. Não há garantias bancárias, não há conta corrente. São informações falsas que o Palmeiras recebeu por intermédio do outro candidato (Genaro Marino)", disse Galiotte depois ao Sportv.