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Em Portugal, jogadores são despejados e dormem em escritório de técnico

Atualmente em competições distritais, Freamunde convive com problemas extracampo - SC Freamunde/Divulgação
Atualmente em competições distritais, Freamunde convive com problemas extracampo Imagem: SC Freamunde/Divulgação

Do UOL, em São Paulo

09/01/2019 13h02

O Sport Clube Freamunde já esteve perto de disputar a primeira divisão do Campeonato Português nos últimos anos. Hoje, vive dificuldades fora de campo.

Quarto colocado da segunda divisão na temporada 2015/2016, o time sofreu com sucessivas quedas. Rebaixado à terceira divisão na temporada 2016/2017, caiu para as competições distritais já no ano seguinte. Hoje, compete pela primeira divisão da Associação de Futebol do Porto, o mais alto nível regional antes das três ligas nacionais.

Nos bastidores, a situação do clube é igualmente difícil. De acordo com o jornal Record, a hipótese da extinção do elenco profissional masculino começa a ganhar corpo. Os jogadores estão há vários meses sem salários. Alguns jogadores já foram inclusive despejados dos imóveis onde moravam.

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"Cinco jogadores do elenco foram despejados de casa e três deles tiveram que dormir no meu escritório. Quem deu o café da manhã a estes jogadores fui eu, no próprio estádio. São coisas ridículas que estão acontecendo", disse o técnico da equipe, Pedro Barroso, em entrevista no último sábado (5) à rádio Marcoense FM.

"Há coisas incríveis que se estão acontecendo, que eu não gosto de mencionar, mas esta tinha de mencionar, porque depois, no momento em que estão jogando, cobra-se deles todo o potencial que têm, e que não conseguem explanar em jogo, devido à instabilidade que vive no seio da equipa", completou.

Mesmo em meio aos problemas, o Freamunde vive bom momento no torneio distrital do Porto. Entre os 18 times da competição, é o quinto colocado, com 30 pontos em 18 jogos. Rebordosa (44) e Lousada (34) ocupam as duas primeiras posições, as que poderiam subir de divisão.

À rádio, o técnico Pedro Barroso disse que a diretoria vendeu a ele "um sonho" no início da temporada. Para ele, porém, na atual situação, é questão de tempo para que o rendimento do clube caia.

"Se as condições não melhorarem, naturalmente que não temos mais margem, porque temos abdicado de tudo", disse Barroso. "Levei a equipe técnica, levei o departamento médico, tenho uma série de jogadores que também foram comigo para o projeto e as coisas se tornam difíceis, porque existe aqui o lado emocional que liga a todos nós."