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São Paulo tem primeiro teste para estilo mais paciente e móvel de Jardine

Técnico do São Paulo, Jardine tenta corrigir um dos principais problemas de 2018 - Rubens Chiri/saopaulofc.net
Técnico do São Paulo, Jardine tenta corrigir um dos principais problemas de 2018 Imagem: Rubens Chiri/saopaulofc.net

Bruno Grossi

Do UOL, em São Paulo

10/01/2019 04h00

Início de temporada, e a torcida do São Paulo mostra ansiedade para saber qual cara o time terá sob o comando de André Jardine e com os reforços contratados pela diretoria. A primeira apresentação desse novo Tricolor acontecerá nesta quinta-feira, às 22h, na abertura da Florida Cup, quando um ideal de posse de bola e movimentação será testado diante do Eintracht Frankfurt, em São Petersburgo, nos Estados Unidos.

  • O São Paulo deve iniciar a partida com Tiago Volpi, Bruno Peres, Arboleda, Anderson Martins e Reinaldo; Jucilei, Hudson e Hernanes; Helinho, Everton e Pablo.

Ainda que Jardine tenha terminado 2018 comandando o elenco profissional e já apontando algumas de suas preferências, a história agora é diferente. Ele tem a segurança da efetivação e os benefícios de uma pré-temporada para implantar com mais calma seus princípios de jogo. E eles passam diretamente pela calma para encontrar espaços.

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Os vídeos dos treinos do São Paulo no Omni Resort, em Orlando, evidenciam esse desejo. Jardine orienta os jogadores a trocarem passes até que a defesa adversária seja bagunçada. Ele cobra calma, mas tem cuidados para evitar que a paciência deixe de ser virtude e passe a ser um problema, como aconteceu com Dorival Júnior no começo do ano passado.

Um antídoto para isso é promover uma movimentação mais intensa da equipe, inclusive com variação de posições. É algo que demanda mais intensidade e fôlego dos atletas, e isso também foi um problema em 2018. No segundo semestre, o estilo imposto por Diego Aguirre, casado com a alta média de idade do elenco, fez o Tricolor cair de rendimento e perder potência em campo.

Foi pensando na necessidade de mais gás que o clube trabalhou no mercado. Fora Hernanes, já consagrado e com 33 anos, os reforços estão todos entre 22 e 29 anos, considerada uma faixa que indica auge físico dos atletas. Pablo, a contratação mais cara para 2019, se encaixa perfeitamente nessa ideia e também no que Jardine pensa para o time.

Ao colocá-lo de cara entre os titulares, o técnico mostra que aliar toque de bola e mobilidade é sua prioridade. Mesmo que isso tenha levado Diego Souza, artilheiro da última temporada, para a equipe reserva em um primeiro momento. A ideia é que Pablo seja a referência no ataque, mas sem ficar plantado entre os zagueiros, e sim saindo para criar espaços para infiltrações.

A manutenção do jovem Helinho e de Everton nas pontas, abastecidos por Hernanes, também ajuda a estruturar esse modelo de jogo. São jogadores rápidos, que abrem as defesas rivais pela movimentação e pelas ultrapassagens. Isso pode facilitar a ação do Profeta, que ainda pode sentir falta de alguém que lhe acompanhe na construção de jogadas pelo meio.

Jucilei e Hudson podem oferecer uma ótima proteção à defesa e poupar o fôlego de Hernanes, mas no ano passado mostraram que entregam pouco ofensivamente. Liziero tem características que podem ser potencializadas tanto por Jardine como pelo Profeta, só que suas dificuldades para se adaptar à intensidade do futebol profissional ainda o deixam um passo atrás. Com a pré-temporada, isso pode mudar.

No sistema defensivo, a busca por um jogo mais técnico pode beneficiar Bruno Peres, que esteve muito aquém do esperado em 2018. Marcou muito mal e não compensou com nada além de um gol na parte ofensiva. Agora, pode ajudar mais com seu bom toque de bola, ainda que seja essencial um equilíbrio maior com as descidas de Reinaldo.