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Fluminense aposta alto e gastará mais de R$ 22 milhões com Ganso

Leo Burlá

Do UOL, no Rio de Janeiro

01/02/2019 04h00

Contratado pelos próximos cinco anos, Paulo Henrique Ganso representa um investimento inédito na gestão do presidente Pedro Abad, que pode estar vivendo seus últimos dias à frente do clube.

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Pelo acordo firmado entre as partes e apurado pelo UOL, o camisa 10 terá aumentos progressivos em seus vencimentos e o total do contrato renderá ao jogador cerca de R$ 22,3 milhões, quantia esta que não leva em consideração benefícios como férias e 13º salário, por exemplo.

O meia receberá um valor menor de agora até o meio do ano e terá um reajuste com duração até dezembro de 2020. A partir da temporada seguinte, um novo acréscimo será feito e este montante será pago até o último mês de vigência do trato.

Apesar de ser uma bolada aparentemente muito acima das possibilidades do clube, o Flu fez as contas com todo o cuidado que a negociação exigiu e concluiu que a contratação caberia no orçamento anual tricolor. Se divididos os salários mensais, Ganso receberá (em média) por mês algo considerado totalmente compatível a um jogador do seu tamanho. Terá o salário mais alto do elenco, mas sem enorme disparidade.

O nome de Ganso chegou aos ouvidos do técnico Fernando Diniz, que acatou imediatamente a ideia. A partir daí, o diretor Paulo Angioni sentou à mesa para negociar. Em busca de protagonismo, o jogador será recepcionado de forma calorosa por grande parte da torcida, que demonstrou apoio à contratação desde que a notícia veio à tona. Até mesmo um funk foi criado em homenagem ao atleta com provocações ao Flamengo.

Desde que manifestou seu interesse no jogador, o Flu travou uma espécie de jogo de xadrez com o Sevilla, clube espanhol que detinha os direitos do apoiador. A princípio, os dirigentes do da equipe da Andaluzia tratavam o Tricolor como a opção menos interessante, visto que um negócio para a Europa seria o cenário ideal. O tempo passou, as propostas não chegaram e a janela de transferências fechou. Sem negócio no Velho Continente, o Flu, que adotou a paciência como tática, surgiu como a alternativa.

Agora tricolor, o apoiador volta ao Brasil após passar sem sucesso pelos dois clubes europeus. No Brasil, ele já havia defendido Santos e São Paulo. O clima nas Laranjeiras é de euforia pelo acordo, e a ideia é que ele seja apresentado aos torcedores com festa no Maracanã antes da semifinal da Taça Guanabara.

Abad muda a rota por acerto

Em vias de deixar a presidência do Fluminense, Pedro Abad mudou de atitude em relação a acordos que ultrapassariam o tempo de sua gestão. Inflexível nas negociações com Gum e Júlio César, por exemplo, o mandatário não queria assinar nenhum trato que ultrapassasse dezembro de 2019, quando deixaria o cargo originalmente. Os jogadores desejavam assinar por ao menos dois anos, mas o tricolor não topou.

Disposto a trazer um jogador com o peso de Paulo Henrique Ganso, foi mais maleável neste caso e aceitou um contrato de cinco anos de duração. Caberá ao próximo presidente cumprir com as bases acordadas pelo atual dono do cargo.