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Por que Felipe Neto recusou cargo na diretoria do Botafogo

Youtuber Felipe Neto é torcedor do Botafogo e patrocina o clube há dois anos - Vitor Silva/SSPress
Youtuber Felipe Neto é torcedor do Botafogo e patrocina o clube há dois anos Imagem: Vitor Silva/SSPress

Bernardo Gentile

Do UOL, no Rio de Janeiro

12/02/2019 04h00

Após demitir o então vice de comunicação, Marcio Padilha, o Botafogo pensou alto e convidou o youtuber Felipe Neto para assumir o cargo de diretor de comunicação. Após alguns dias pensando seriamente no assunto, ele, que também é um dos patrocinadores do clube, decidiu recusar a oferta.

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Um conjunto de fatores fez com que Felipe Neto recusasse a proposta do Botafogo. Uma delas é o excesso de trabalho no qual já está comprometido. Além do seu canal, ele tem um segundo com seu irmão, Luccas Neto. 

O YouTube, no entanto, não é o único trabalho de Felipe Neto que acumula empresas na qual despende tempo. Com agenda cheia, ele teria que abrir mão de determinadas atividades para aceitar o cargo no Botafogo.

A questão é que o excesso de trabalho é apenas um dos motivos que fez a parceria com o Botafogo não se ampliar ainda mais. Perfeccionista, Neto identificou que não havia condições de implementar no Botafogo o que de fato gostaria. Caso assumisse, ele estaria profissionalizando a comunicação do clube. Mas só a comunicação. 

"Infelizmente não é o momento. O Botafogo precisa de mais do que uma reformulação do marketing e comunicação. O clube precisa de uma gestão de profissionais especializados em todos os setores. Quando isso acontecer, estarei lá para ajudar", disse Felipe Neto ao UOL Esporte.

Um exemplo claro é que ele, por exemplo, não poderia exercer o cargo de vice-presidente de comunicação mesmo sendo escolhido pela atual diretoria como o nome ideal. Para ser vice-presidente de alguma pasta é preciso ter cinco anos como sócio-proprietário. Felipe tem apenas um. 

"Esse é mais um exemplo do quão ultrapassado e engessado é o estatuto do clube. Nem mesmo se você encontrar o profissional certo, pode oferecê-lo o cargo, tem que usar outra nomenclatura, uma que não seja tão especial, para que ele assuma a posição. A diferença de vice para diretor, embora seja apenas de palavras, é um exemplo de como o Botafogo é estruturado há muitos e muitos anos: pelo ego", criticou.

Ele, por outro lado, deixa claro que o problema do Botafogo não são os atuais dirigentes, mas um estatuto ultrapassado e que cria muitas dificuldades, segundo ele, no avanço do clube rumo a profissionalização.

"O grupo que hoje gere o Botafogo é sério e honesto, colocou o Botafogo de volta na primeira divisão e resgatou a confiança dos credores e do mercado, algo que parecia impossível quando assumiram com nove meses de direitos de imagem atrasados", completou.

Apaixonado pelo Botafogo, Felipe ainda espera que essa possibilidade volte a ocorrer em um momento distinto. O clube, no entanto, teria que evoluir como um todo para despertar o interesse e agregar referências em suas funções.