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Abalado após morte da mãe, Tite evita falar e ficará em Caxias com família

Tite acompanhou todo o velório da mãe em Caxias do Sul - Diego Adami/UOL
Tite acompanhou todo o velório da mãe em Caxias do Sul Imagem: Diego Adami/UOL

Diego Adami

Colaboração para o UOL, em Caxias do Sul (RS)

10/03/2019 19h18

Abalado com a morte de dona Ivone, aos 83 anos, na tarde de ontem (9), em Caxias do Sul (RS), o técnico da seleção brasileira de futebol, Adenor Bachi, o Tite, evitou falar com a imprensa durante o velório da mãe, na capela A do Memorial São José, na Serra gaúcha. Durante a noite de sábado e todo o domingo, centenas de pessoas passaram pelo local para prestar as últimas homenagens à senhora de 83 anos que morreu vítima de um mal súbito, quando estava em casa, no bairro Ana Rech, em Caxias.

"É um momento difícil. Ficamos reunidos na madrugada por nossa mãe. Vou ficar mais uns dois dias aqui (em Caxias do Sul) para resolver as coisas e ficar mais tempo em família", afirmou o técnico, pela manhã, em uma breve conversa com o jornal "Pioneiro".

Ao lado dos irmãos Ademir (o Miro) e Beatriz, Tite não deixou o local por um segundo. Fez questão de permanecer até o fim ao lado daquela que foi sua maior incentivadora e conselheira desde os tempos de jogador até a seleção, passando pelos clubes dos quais foi técnico.

Antes do sepultamento realizado às 17h no Cemitério Parque da cidade, uma cerimônia religiosa uniu familiares e amigos para um momento de oração. Católica fervorosa, dona Ivone foi lembrada pela simplicidade e pelo acolhimento a todos.

"A dona Ivone sintetiza tudo aquilo que uma família precisa: o carinho de uma mãe, a atenção de uma avó e a fé de uma pessoa que acredita no impossível. Dona Ivone deixa para nós a certeza de que a vida tem um valor infinito, que a família é um bem precioso. Mas também ela nos fala de como é importante a presença independentemente da distância. Ela acompanhava os filhos. Os filhos viviam uma sintonia muito grande com ela. Ela vivia humildemente. Ela soube ser despojada. Mas ela soube ser um pouco de todos nós. Acho que nós estamos perdendo uma mãe. A nossa mãe também, porque ela nos tinha como filhos e ela amava a todos e tinha uma riqueza de alma incrível. Uma pessoa do bem. Uma pessoa que viveu o bem e vai deixar muitas, muitas saudades", disse o frei capuchinho Jaime Bettega, que conduziu a cerimônia que precedeu o enterro.

Tite acompanhou na íntegra velório da mãe - Diego Adami/UOL - Diego Adami/UOL
Imagem: Diego Adami/UOL

O médico Aloir de Oliveira também lembrou dona Ivone como uma mãe que sempre procurou manter a família unida e baseada na fé.

"Realmente sempre tiveram (dona Ivone e Tite) uma paixão muito grande e aquele laço familiar que é importante para o crescimento e desenvolvimento dos mais jovens. Ele estava satisfeito porque pôde ficar os últimos momentos com ela, conviver os últimos momentos com ela muito bem e estar presente neste momento tão importante para a família".

Amigo de Tite há pelo menos três décadas, Oliveira completou: "Quem não conhecia ela aprendeu a gostar dela também como se tivesse conhecido ela há muito tempo, porque era de uma simplicidade muito grande, uma pessoa do bem. Uma pessoa muito simples. Com certeza ela está com o lugarzinho dela reservado onde merecia estar", finalizou.

A seleção brasileira tem dois amistosos pela frente. Primeiro, enfrenta o Panamá, em Portugal, no dia 23 de março. Já no dia 26, a equipe de Tite encara a República Tcheca, em Praga.